Já que não havia conseguido vender a casa, minha mãe a fazia de deposito, logo, lá teria tudo o que eu precisava, materiais de carpintaria, jardinagem, coisas que não tinham uso ou não cabiam no apartamento, ou coisas que minha mãe não conseguia se desfazer por apego mas que ela sabia que já não tinham mais uso e ela raramente ia lá.
Por isso ali era um excelente para para praticar o meu hobbie. Ali tinha pá, tinha sacos preto pra lixo e tinha um carrinho-de-mão também. Então depois da aula, fui para a antiga casa, os membros do corpo de Lorena estavam todos em um canto do quarto onde eu a mantive, usei três unidades de sacola para lixo para cada parte do corpo para que a sacola não se rasgasse com facilidade, dobrei o braço e as pernas e cortei as mãos e os pés, deixei a cabeça em apenas um saco, mas o tronco não daria para pôr em uma sacola, pois iria chamar atenção quando eu saísse dali. Por isso fui procurar malas no guarda roupas que suportaria a mudança por estar velho e acabado, encontrei uma preta grande, que estava rasgada por dentro, e uma média com flores vermelhas e brancas, era perfeita, apesar de estar bem surrada.
Para sumir com tudo aquilo eu iria precisar sair a noite, e iria precisar de um carro, mas eu não poderia esperar muito, pois logo iria começar a cheirar mal e acabaria chamando a atenção dos vizinhos.
x x x
Quando cheguei no prédio encontrei com George no corredor indo para o elevador.
- Onde estava, irmãzinha? - ele perguntou e senti ironia assim que ele abriu a boca.
- Saí com uns amigos e depois fui dar uma volta sozinha, maninho - disse e sorri ironicamente
- Ta certo... A mamãe já chegou, está dormindo e acho melhor não acordar ela. Estou saindo, vou dormir na casa da Monica. - ele disse como se eu conhecesse alguma Monica.
- Então tchau - disse seguindo para o apartamento.
- Tchau! - ele respondeu indo também.
Tomei um banho, peguei um biscoito na dispensa e sentei no sofá para assistir série, depois do primeiro episódio peguei meu celular e marquei de ir beber e dormir na casa de Sadie. Gabriel e Sophia também iriam para lá, íamos as 22 horas, por isso continuei assistindo.
Quando deu 20 horas eu fui esquentar o almoço e acordar minha mãe, foi difícil, mas ela levantou, enquanto ela tomava banho eu arrumava a mesa, para pedir algo em cima da hora era difícil, mas não haveria outra oportunidade.
- Como foi dia no hospital?
- cansativo e trabalhoso. Pediatria sempre requer uma atenção mais especial, sabe como é criança... tira o soro da veia, faz birra, se não tiver paciência é melhor ter se não mais estressante fica.
- Hmm - falei enquanto terminava de mastigar. - Algum caso diferente hoje?
- Um garotinho engoliu dois ímãs, foi pra cirurgia com urgência. - ela disse. - E seu dia, querida, como foi?
- Foi bom... George voltou a falar comigo - respondi.
- E foi bom? - ela respondeu colocando comida na boca.
- Está sendo difícil... Não dá pra esquecer as coisas assim de um dia pro outro.
- Tenha paciência, minha filha. Perdoe, lembre das coisas que a psicóloga te dizia sobre essa situação.
- Acho que preciso ver minha psicóloga de novo. Tudo esta ficando cada vez mais confuso. Eu estou tentando ser paciente, mas também sinto como se ele estivesse invadindo meu espaço. Entende!?
- Acho difícil conseguirmos horário com ela, mas eu posso tentar. - minha mãe disse não dando a atenção que eu esperava.
- Tudo bem se não conseguir - eu disse para dar inicio a um drama.
- Posso marcar consulta com alguém do hospital pra você.
- Tudo bem - respondi começando a perder a paciência.
Pensei por um minuto, esperando que ela falasse algo, mas o silêncio se fez presente por alguns instantes.
- Vou para a casa da Sadie, tudo bem? - perguntei rompendo o silêncio
- Vão sair? - ela respondeu
- Mais ou menos, vamos fazer uma noite das meninas. Vou dormir lá tudo bem?
- Ta bom, mas não incomode ninguém.
- Não vou, prometo. Pode me deixar lá?
- Posso. Que horas?
- 21:30 - respondi
- Ta bom. Arrume a cozinha antes de ir, não deixe louça suja.
Arrumei a cozinha, lavei e enxuguei a louça e fui me arrumar.
A noite seria longa e eu deveria não só relaxar como terminar o que comecei.
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Rascunho de Bárbara
Horror"Uma hora, um minuto, um segundo. Um pensamento, uma frase, uma atitude. Tudo pode mudar a vida de uma pessoa. Se você tivesse que escolher, entre matar e morrer. Você mataria? E se fosse a vida de alguém que você ama? E se fosse alguém que você fo...