Ao Infinito (Romance Gay)

Missão

— O que está fazendo aqui? — Perguntei ao ver Cole parado na porta com uma mala enorme em suas mãos.

— Estou te impedindo de fazer uma besteira. Posso entrar?

— Claro.

Assim que Cole passou pela porta, largou seus pertences próximo ao sofá, e se sentou como se estivesse em casa.

— Cole? Por que veio atrás de mim? Por que veio para Berlim?

— Vim dar um soco na sua cara. Eu te avisei que faria isso.

— Ah não, você não veio aqui para tentar me colocar no eixo, veio?

— Simples, você é um cabeça dura que não escuta o que eu digo, e eu senti na sua voz que você faria alguma besteira e se esqueceria do real motivo pelo qual você veio para cá. Então vim aqui para te manter focado.

— Cole, olha eu agradeço por você ser um ótimo amigo, mas de verdade, não precisava você ter vindo, eu estou bem.

— Não está não cara, eu te conheço, e sei que o Luke é sua principal razão de ter aceitado vir com esse magnata louco para cá.

— Esse magnata louco me levou para um jantar incrível ontem e... — hesitei por um momento.

— Ah não, me diz que vocês não transaram.

— Sim, a gente transou.

— Caramba Max! Você só tinha uma missão cara, uma. Luke, o amor da sua vida, precisa voltar aos eixos, e você se perde por causa de um galã bonitão? Eu sou um galã bonitão, seria mais fácil se apaixonar por mim.

— Eu não quero ouvir sermões seus Cole. Eu estou muito bem, e Luke também não poderia estar mais feliz.

— Você está mentindo e sabe disso — Cole se levantou do sofá e foi beber um copo d'água. — O que ele te contou que te deixou encabulado?

— Foi assim....

***

Depois que Cole ouviu toda a história, ele já tinha bebido uns três ou quatro copos de água, mas sua garganta parecia mais seca, pois a cada frase que eu dizia ele engasgava.

— Olha, eu não confio nesse tal de Greg nem a pau — disse Cole com os sermões. — Ele me parece ser do tipo de pessoa que não tem medo de te derrubar caso você entre no caminho dele. E mais, você não sabe nada da vida dele, nadinha de nada.

— Eu sei disso, mas hoje em dia não precisa dessas coisas.

— Precisa Max, sério, você está ouvindo o que você está falando? — Perguntou Cole voltando a se sentar no sofá. — A primeira coisa que se deve fazer antes de um relacionamento é conhecer a pessoa. Sei que você e o Luke não passaram por uma jornada muito boa, mas eu admito, vocês são um casal perfeito. Todos querem vocês juntos novamente.

— Mas você já parou para pensar que talvez não seja para a gente estar juntos?

— Não creio nisso. Se você veio para Berlim com um cara que nem conhece só para convencer o Luke a voltar para casa, então esse amor é pra valer, nada mais importa.

— Mas eu te falei as coisas que o Luke me disse me magoaram tanto, que não sei se ele ainda sente algo por mim.

— Ele sente sim, pelo o que você me contou. Ele só parece estar escondendo algo de você, e a esta altura, duvido que seja algo para te ferir, mas para te proteger.

— Me proteger do quê?

— Do Gregory. O Luke não confia nele, muito menos eu. O que mais você está esperando para fazer as perguntas necessárias para conhecê-lo melhor?

— Não posso fazer isso, ele pode ter uma reação negativa quando eu perguntar, ou pode mentir.

Cole bateu as mãos uma vez e em seguida apontou para mim.

— Está vendo? Nem você confia nele.

— Depois do que me falou, não confiaria mesmo.

— Então você fará isso Max, pergunte a ele tudo sobre a vida dele, o passado, o futuro, o presente, tudo. Não deixe faltar nenhuma informação. Deixe que a história flua naturalmente.

Cole deu uma breve pausa e pegou o celular dele. Olhou rapidamente para a tela e colocou-o de volta no bolso.

— Agora o nosso objetivo é você e o Luke se conectarem novamente.

— O quê? Não!

— Para de frescura Max, você vai voltar a falar com o Luke sim, e vai começar hoje mesmo.

— Mas como?

— Tentem ir a um lugar mais reservado, e evitem conversar sobre o passado. Tente se conectar com ele como se fosse a primeira vez que vocês vão se encontrar.

— E depois?

— O restante das coisas vão fluir. Você deixou o Luke ir embora, não pode deixar isso acontecer de novo. Talvez o Luke precise tanto de sua ajuda, mas não sabe como pedir, então mostre que está lá por ele, e para ele.

— Devo ir socialmente?

— Não, vai com a roupa mais normal que tiver, afinal é só um encontro, não é uma premiação.

— Cole, você sabe sempre o que dizer — disse abraçando-o.

— Eu sei disso amigão, estarei sempre aqui para você, mesmo você optando por fazer as coisas do jeito errado.

— Para seu besta. — comentei dando um risada.

— Manda mensagem para ele. Vocês precisam se encontrar ainda hoje, o mais breve possível.

Seguindo as orientações de Cole, peguei meu celular e enviei a mensagem para Luke. Ele visualizou poucos segundos depois, e já estava digitando.

Oi, eu vou sim, na cafeteria, daqui a 10 minutos?

Confirmei o local com Luke, e olhei diretamente para Cole.

— Você é um gênio!

— Já me disseram isso algumas vezes.