Amor

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— Bom, do jeito que eu conheço esses riquinhos metidos a conquistadores, aposto a minha virgindade que o Greg te deu um cartão de crédito, não é? — perguntou Cole.

— Sim, ele me deu, disse que eu poderia usar, mas o que isso tem a ver?

— Não está óbvio Max?

— Não, eu acho que não.

— Você precisa de roupas novas, estar apresentável para o Luke, já que perdeu sua mala no aeroporto.

— Mas eu marquei com ele daqui a 10 minutos, não dá tempo de comprar nada.

— Tudo bem, espere um pouco então.

Cole pegou sua mala e abriu-a no chão do apartamento sem nem se importar com aquele monte de roupas caindo. Pegou umas duas peças de roupa e jogou em minha direção. Por sorte eu tinha uma mira maravilhosa.

— Você vai vestir isso hoje, e amanhã no próximo encontro a gente vai comprar algumas roupas, pode ser?

— Quer que a gente se encontre amanhã também?

— Max, foco! — Disse Cole batendo uma palma em frente ao meu rosto como se eu não tivesse entendido nada que ele explicou. — Você não está aqui de férias, não tem um mês inteiro para reconquistar o Luke, você só tem uma semana. E já se passaram dois dias, então ou você agiliza o plano, ou tudo isso terá sido em vão.

Cole me fez vestir a roupa muito rápido e antes de me colocar no elevador, ele ainda conseguiu me dar o meu celular.

— Lembre-se, seja lá o que o Luke estiver passando, você está aqui para ajudá-lo e não para descontar mágoas passadas. Ele é o amor da sua vida, e você não pode deixar ele ir embora assim.

A porta do elevador começou e se fechar e Cole me disse que eu poderia ligar se algo estiver dando errado ou caso eu precisasse de ajuda.

Quando a porta se fechou completamente, olhei para o espelho do elevador e fiquei pensando em tudo que Cole tinha dito à mim. Eu realmente estava desperdiçando uma chance única. Peguei minhas mágoas do passado e foquei nelas ao invés de prestar atenção no que Luke estava enfrentando.

Aquela blusa que ele tinha me emprestado era bem bonita. Era um branco básico e mangas longas na cor preta. Por um instante pensei até em pegar essa blusa para mim.

***

Assim que cheguei a cafeteria, fui até Luke, que já estava a minha espera. Me aproximei de seu rosto e dei um leve beijo na bochecha. Para minha surpresa ele retribuiu, talvez por reflexo de cumprimentos, mas não me importei.

— Como está? — Já cheguei perguntando com toda animação que Cole tinha colocado em mim.

— Não muito bem — respondeu ele cabisbaixo.

— O que houve?

— Prefiro não comentar.

— Olha, eu sei que você tem passado por alguns momentos difíceis e eu nem imagino como tem sido duro para você vir até Berlim, lançar esse livro, entre outras coisas.

— Mas?

— Mas eu quero que você saiba, que eu estou aqui para te ouvir, e para te ajudar se possível.

— Não creio que consiga me ajudar de qualquer maneira.

— Por que não, Luke? Tudo que eu sempre faço é te ajudar. Eu sempre estive ao seu lado, nos melhores e nos piores momentos. Acha mesmo que vou deixar você na mão agora.

— Você me deixou na mão faz alguns meses.

Olhei para ele, querendo destruí-lo com todas as minhas verdades e coisas que ele fez, que nem se comparam a nada que eu tenha feito, mas eu relaxei e, antes que eu pudesse fazer o que eu desejava, o garçom chegou e nos perguntou o que queríamos.

— Quer provar um biscoito dessa vez? — Perguntei com um tom de sarcasmo na voz, e ele percebeu o quanto eu queria aliviar aquela tensão, mas de alguma forma, Luke não queria tocar no assunto novamente.

— Vamos sim — respondeu dando um sorriso. — Nos traga os seus melhores biscoitos por favor.

— Com prazer — disse o garçom se dirigindo ao balcão para fazer o pedido.

Olhei novamente para Luke, e comecei a reparar no quanto ele estava bonito. Nunca o tinha visto daquela forma, e admirá-lo me trouxe um sentimento que eu pensei que tinha morrido na nossa primeira briga em Berlim.

— Você está tão elegante — comentei. — Acho que nunca te vi tão bonito assim desde que o conheci.

— Obrigado pelo elogio, mas é minha roupa formal para encontros.

— Isso é um encontro? — Perguntei todo bobo.

— Você entendeu, eu não irei repetir.

Arrebitei o nariz.

— Está muito arrumado para um simples encontro comigo, logo a pessoa que você mais odeia.

— Eu não odeio você Max, nunca odiei.

— Não é o que eu diria depois de duas brigas que tivemos. Foram duas?

Nem eu sabia essa.

— Acho que sim, não fico contando momentos ruins.

— Aposto que não. Vai para algum lugar depois daqui?

— Vou para o meu apartamento no centro.

— Seu apartamento?

— É, o apartamento do Jimmy, por assim dizer. Eu estou ficando lá enquanto promovemos o livro essa semana.

— Entendo. O Jimmy é legal?

— Comigo? Ele é um anjo. Tem sido muito bom trabalhar com ele.

— Duvido que seja só trabalho — disse jogando no ar todo o meu ciúmes, já que a expressão no meu rosto não deixou a desejar —, vocês parecem ser bem íntimos.

— Não somos Max, e mesmo se fôssemos não ia ser da sua conta.

— Eu só comentei por curiosidade, afinal, um cara tão bonito como o Jimmy não poderia deixar de querer um homem tão jovem e lindo quanto você.

— A questão não é eu ser bonito, a questão é que você está com ciúmes, admita.

— Você quer que eu diga o quê Luke? Estamos separados há mais de um ano. Não posso simplesmente voltar e dizer que ainda te amo, sem ao menos querer saber o que tem feito nesses últimos meses.

Meus olhos já estavam lacrimejando, e eu esperava que Luke desse o braço a torcer.

— Então quer dizer que você ainda me ama?

Peguei na mão dele, e me contive para não chorar.

— É claro que eu te amo. Por que mais eu viria a outro país? Eu vim para cá sonhando em te encontrar. Eu peguei um voo de mais de 4 horas, perdi minha bagagem no aeroporto, me envolvi com um cara estranho e ainda larguei a faculdade só para vir te ver, só para eu poder te olhar mais uma vez e dizer o quanto eu te amo.

Já era. As lágrimas caíram e eu só conseguia segurar as mãos daquele homem com força e implorar para que ele sentisse o mesmo, e para que ele dissesse que me ama também.

Mas o momento foi cortado imediatamente quando Luke observou algo do lado de fora da janela e voltou a me encarar.

— Você veio de limusine? — Perguntou ele.

— Sim, claro.

— Peça para ele voltar para casa. Diga que vai fazer compras ou algo do tipo.

— Para que?

— Só faça isso — disse Luke agora segurando minhas mãos. — Nós vamos para a minha casa.

Ao Infinito (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora