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Estava observando Greg dormir, na manhã do dia seguinte. Era tão lindo ver aquele homem gostoso deitado, calmo e manso, sem aquele olhar penetrante que faz a gente paralisar. Se bem que mesmo dormindo, seu rosto ainda era hipnotizante.

De repente ele acordou. Foi um baque, não estava esperando isso. Mas ele deu um sorrisinho lindo quando acordou.

— Bom dia — disse ele.

— Bom dia — respondi com o rosto corando.

— Dormiu bem? Parece que está há horas me observando.

— Dormi bem sim, e não estou te olhando, estava vendo se você tinha acordado.

— Ah, está bem, me engana que eu gosto — disse ele rindo.

Após dizer isso, ele se levantou, e como ele estava nu, fiquei com um pouco de vergonha, apesar de olhar cada centímetro daquele corpo.

— Não precisa sentir vergonha — comentou Greg pegando a cueca e vestindo. — É normal as pessoas ficarem com vergonha depois de transarem comigo.

— Isso soa estranhamente familiar. Mas eu não estou com vergonha. Estou admirando seu corpo.

— Bom saber disso, assim posso ficar nu mais vezes, se quiser.

— Eu sei que é meio indecente perguntar isso agora — disse mudando totalmente de assunto —, mas você não me trouxe aqui para convencer o Luke a se afastar do seu irmão?

Greg, agora já de cueca, sentou-se na cama e olhou fixamente em meus olhos.

— Sim, mas isso não me impede de beijar você ou desejar você, afinal, você veio aqui para convencer o Luke, não transar com ele.

Fiquei um pouco nervoso por ele dizer isso. Soou como se eu fosse propriedade dele ou algo assim.

— Como quer que eu convença o Luke a voltar para casa? Ele provavelmente deve ter muito ódio de você.

— Faça da forma que achar melhor, mas depois de ontem, eu sinto que posso não só desejar você como ter.

— Isso soa um pouco controlador não acha?

— Não, eu sei que você não é uma propriedade Max, mas meu desejo por você é real, não é um sentimento falso. E quero que você queira também, então até você estar pronto, eu respeitarei a sua decisão e ficarei na minha.

Caramba, o Greg sabia exatamente o que dizer. Como ele conseguia isso?

— Tudo bem Greg, obrigado por entender.

— Bom, agora eu vou levantar, tenho um grande dia de trabalho pela frente — disse ele atravessando a cama.

Quando ele chegou perto da porta do banheiro eu o repreendi.

— Vem aqui — disse mexendo o indicador na minha direção.

Ele veio sem hesitar, e quando se aproximou, puxei ele até mim e dei um grande beijo nele.

— Agora pode ir.

— Você me surpreende Max.

***

Após Greg sair para o trabalho, peguei meu celular, e ele estava cheio de mensagens.

Do Luke.

Max, eu preciso falar com você.

Greg não é quem ele diz ser.

Ele é um impostor!!

Me manda mensagem assim que você vir isso

Melhor, me liga

Eu preciso muito falar com você

Assim eu fiz, liguei para Luke, e ele atendeu no segundo toque.

— Max? Você está bem? — Perguntou ele parecendo preocupado.

— Sim, eu estou bem, por que você parece tão preocupado?

— O Greg não é o que ele diz ser.

— Certo, você já me falou isso, o que mais você tem pra falar dele?

— Ele finge ser um empresário, mas não é.

— Como assim?

— O irmão dele, o Jimmy, ele que fundou a editora. Gregory nunca fez parte da empresa, então todo o dinheiro que ele diz ter, ele não tem.

— Você não está falando nada com nada Luke — disse incrédulo —, por que Greg mentiria sobre ele ser rico?

— Foi o Jimmy que me contou. Ele me disse tudo, e disse que ele está te levando para um armadilha.

— E você acredita no Jimmy? Eu nem o conheço bem, mas já acho ele um babaca.

— Claro que acha, certeza que está transando com o Gregory.

— E você com o Jimmy.

— Não estou transando com o Jimmy — disse Luke.

— Não mente para mim Luke, eu sei que você não iria ficar sem uma transa depois de terminar comigo.

— É aí que você se engana, seu idiota! — Gritou ele. — Eu não cheguei nem a namorar alguém desde o ano passado, porque eu ainda sinto sua falta.

— Se você sente minha falta, por que não veio atrás de mim?

— Porque eu não posso!

Antes que eu pudesse responder, Luke desligou o telefone, e eu fiquei ainda mais confuso do que estava quando iniciamos o contato.

***

Fui para a cozinha e tomei um café reforçado. Não conseguia tirar da minha cabeça o que Luke tinha me dito. Como assim ele não podia se reaproximar de mim?

Apesar de todo o pensamento me trazer de volta ao Luke e nossa estranha conversa, eu só conseguia me perguntar se Gregory realmente estaria mentindo para mim.

Caminhei pelo quarto e meus olhos procuraram por alguma pista que me levasse a uma mentira de Greg.

Procurei no guarda roupas, mas só encontrei ternos chiques e caros. Revirei os sapatos, mas nada. Em seguida procurei debaixo da cama e de qualquer superfície que, ao meu ver, pudesse ser o esconderijo para algo. Novamente minha busca foi falha, e eu não conseguia provar de nenhuma maneira que Luke estava certo.

Foi então que eu encontrei uma coisa estranha na cabeceira da cama. Um outro celular. Não era possível! Era o celular de Greg. Ele provavelmente esqueceu-se dele, mas uma hora ele voltaria para buscar, então peguei-o rapidamente e já liguei a tela inicial, mas infelizmente o mesmo era bloqueado.

Qual poderia ser a senha de números dele? Será que eram 4 números? 6? Talvez 8? Nunca saberia exatamente, e aquilo me deixava cego. Nem mesmo as notificações davam para ser vistas na tela inicial. Tudo aquilo era uma droga, e eu fiquei com tanta raiva que joguei o celular na cama.

De repente ouvi a campainha do apartamento tocar, e mesmo que achasse estranho, fui guiado até a porta, onde eu não esperava encontrar ninguém mais, ninguém menos que Cole.

— E aí viado, vai me convidar para entrar?

Ao Infinito (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora