Capítulo XIII

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N.A: O capítulo começa com uma foto do meu gatinho pra vocês desejarem melhoras pra ele. Meu Mingau está doente e não consegui veterinário.

Não havia bem clareado o dia quando Daryl acordou. Esfregando os olhos encontrou Beth aconchegada ao seu lado na cama pequena. Era uma bagunça de fios loiros sobre seu peito, a boca levemente entreaberta e as costas nuas.

Uma onda de autoconsciência quase o afogou enquanto pensava na noite anterior. A noite em que havia tomado Beth Greene.

O Dixon definitivamente não era o tipo de cara sensível e apegado a esses detalhes, mas aquele era um marco no relacionamento deles. Uma linha que havia cruzado e sabia que não tinha mais volta.

Importar-se com ela, protegê-la mantendo uma distância segura era totalmente diferente do que tinham agora. A ligação que eles possuíam naquele momento ultrapassava o limite do que era confortável para ele. Apegar-se daquela forma era difícil e perigoso para Daryl, um território pelo qual ele ainda não tinha andado.

Ajeitando o lençol sobre o corpo de Beth ele levantou-se com cuidado, resgatando suas roupas sobre o chão do quarto e saindo do cômodo em seguida.

Encontrou Carol sentada na cozinha, um cigarro entre os dedos e uma das mãos pressionando as têmporas. Ele a encarou desconfortável, seu corpo travando os pés no local quando ela olhou para ele, como se tivesse feito algo muito, muito sujo.

— Você realmente fez alguma coisa — ela disse, o riso cortando as palavras em lugares estranhos.

— Pelo menos ela dormiu — Daryl deu de ombros enquanto segurava seu próprio riso, sentindo-se finalmente a vontade na presença de Carol.

— Era algo que definitivamente eu não poderia fazer — ela engasgou por um momento, tossindo entre uma gargalhada contida.

Daryl se sentia estranhamente tranquilo na presença de Carol. Havia passado muito tempo com ela na época em que procurava por Sophia, criando um certo nível de amizade com ela que ninguém naquele grupo tinha com ele. Estar com Carol era confortável. Ela não exigia muito dele, alguns olhares e gestos eram suficientes para a comunicação deles.

Beth esticou-se preguiçosamente na cama encontrando o local ao seu lado vazio. Seu corpo doía e queimava em lugares estranhos, mas ela ficou contente com aquilo. Aquele pequeno descoforto em seu baixo ventre indicava que havia sido real, que Daryl realmente havia passado por ali.

Enrolando-se despretensiosamente no lençol, passou a tatear o chão do quarto, catando suas poucas roupas e as devolvendo para seu corpo.

Ouviu Daryl e Carol conversando na cozinha e aos poucos alguns passos começavam a ranger no assoalho de madeira, indicando que mais pessoas estavam acordando e se juntando a eles.

Caçando uma toalha no roupeiro ela rumou para o banheiro, ansiando por um banho morno, mesmo que o dia já começasse a dar sinais do calor que faria durante ele.

Girando o registro, o chuveiro afogou algumas vezes, antes de lançar um jato gelado sobre suas costas. O aquecimento a gás demorara mais do que o necessário para surtir algum tipo de efeito e Beth não ficou surpresa com isso. O encanamento era velho e estava sem manutenção desde que partiram de lá, então ela apenas aproveitou o banho frio para despertar.

A luz do banheiro piscou fracamente, antes de apagar com um estalido. O gerador costumava ser brevemente silencioso para o seu porte e a garota já estava acostumada com aquele zunido costante, mas agora ele parecia finalmente ter dado seu último suspiro de vida.

Secando-se rapidamente ela voltou para o quarto, retirando alguma calça jeans qualquer e uma camiseta, constatando desanimada que elas estavam grandes em seu corpo cada vez mais magro. Penteoou os cabelos com pressa e deixou-os caírem molhados por suas costas e então partiu porta a fora.

Soft Heart [Bethyl] REESCREVENDO!Onde histórias criam vida. Descubra agora