Isso é loucura, penso enquanto Hardy conversa com um homem de uniforme.
Estamos no aeroporto de Las Vegas esperando para embarcar no jatinho particular de Hardy. Caramba, isso é tão fora da minha realidade.
É difícil de acreditar que alguém tenha um avião particular quando diversas vezes nós não tínhamos nem comida em casa.
O avião no qual iremos viajar deve ter uns 25 metros de comprimento e é azul, prateado e branco. Devo admitir que estou curiosa para vê-lo por dentro, nunca nem sequer entrei em um avião comercial, quem dirá em um particular.
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Hardy agradece o homem e se vira para mim.
— Já podemos embarcar. Vamos?
— Vamos...mas espere! — Seguro em seu braço. — Eu sei que eu já perguntei isso antes, mas quero que você me diga de novo. Esse assunto que você tem que resolver no México não é algo ilegal, não é?
— Não, Laura, não é. Prometo. Vou apenas me encontrar com investidores, estou pensando em construir um novo hotel.
— E você realmente precisa que eu vá junto? — Pergunto e ele franze a testa.
— Por quê? Está mudando de ideia?
Olho para o jatinho com receio e Hardy sorri.
— Já entendi, você nunca voou antes, certo?
Concordo com um tímido aceno de cabeça.
— Mas como pode, se você é um anjo? — Ele pergunta fingindo surpresa e eu rio.
— Vamos lá, linda, voar é muito seguro, não há com que se preocupar.
— Tudo bem, me desculpe.
— Não me peça desculpas, você nunca precisa me pedir desculpas.
Hardy segura minha mão e caminhamos até o jatinho. Subimos os degraus e já na entrada somos recebidos por uma mulher vestida como comissária de bordo e um homem, também com uniforme, que diz ser nosso piloto.
Hardy me guia pela aeronave e eu fico boba com o luxo escondido dentro do avião.
O chão é revestido de carpete, os assentos são de um tom de marrom e ficam um de frente para o outro. Alguns são assentos solitários e outros estão lado a lado.
Há também um sofá de três lugares e segundo o que eu vi quando entrei, há uma pequena, mas equipada cozinha.
— Tem uma suíte caso queira se deitar.
— Esse avião tem uma suíte? — Pergunto surpresa e Hardy ri.
— Poxa, deve ser legal ser rico.
— Na maioria das vezes é sim. — Ele responde.
— Acho que vou ficar aqui mesmo. — Digo e me sento no assento perto da janela.
