Capítulo 7

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Só consegui parar de tremer perto da hora do almoço.

Mesmo depois que os meninos foram embora e eu limpei o chão, e tudo voltou ao normal, eu ainda me senti abalada pelo que aconteceu.

Foi loucura. O jeito que Wolf acabou com eles foi...foi como brincadeira de criança para ele.

Deus do céu, Wolf é tão forte e mortal, então porque é que eu não estou com medo dele? Porque eu me senti protegida quando ele me abraçou?

E porque diabos ele me defendeu? Bem, talvez não tenha que ter um motivo, talvez ele tenha visto três homens assediando uma garota e tenha interferido. É o que qualquer homem decente faria.

Só que, bem... Hardy Wolf é tudo, menos um homem decente.

Então porque ele se incomodou em me defender?

Quer saber, não importa. Acabou. Não sei por que o Sr. Wolf veio aqui essa manhã e o porquê ele me defendeu com tanta fúria, mas não deve significar nada. Estou apenas pensando demais, como sempre faço.

Tentando achar cabelo em ovo, como minha mãe dizia.

Olho para o relógio pendurado na parede e agradeço por faltar apenas duas horas para poder ir para casa.

Claro que eu ainda tenho horas de trabalho pela frente, no Paraíso. Deus, espero que pelo menos o Sr. Wolf não apareça hoje com todo o seu charme assustador.

Charme? De onde você tirou essa, Laura?

Balanço a cabeça como se o movimento fosse afastar esse último pensamento.

Pego um prato de torradas e uma xicara de café do balcão e levo até a mesa onde uma senhorinha está sentada.

— Aqui está.

— Muito obrigada. — Ela agradece e eu sorrio. Nesse instante a porta se abre, levanto a cabeça e meus olhos se deparam com um par de olhos escuros.

Wolf me olha, a expressão no seu rosto é séria. Como sempre. Não sei o porquê, mas esse homem sempre parece estar irritado. Nunca sorri, nunca suaviza os traços.

— Com licença. — Forço um sorriso e me afasto da mesa.

— Srta. Mercy. — Hardy assente quando me aproximo.

— Sr. Wolf. — Retribuo o movimento. — O que está fazendo aqui?

— Vim para leva-la.

— O que?

— Preciso que venha comigo, tenho algo para lhe dizer.

— Algo para me dizer?

— Sim, uma proposta.

— Uma proposta?

— Srta. Mercy, quer, por favor, parar de me responder com perguntas. — Ele diz irritado.

— Desculpe. — Digo, ele solta um suspiro e esconde as mãos nos bolsos da calça.

— Vou leva-la a um lugar, então por favor, venha comigo agora.

— Estou trabalhando então... — Dou de ombros.

Ele permanece em silêncio, me encarando com seus penetrantes e indecifráveis olhos. Tenho que desviar os meus.

Merda, por que sempre sinto como se ele olhasse minha alma?

— Podemos conversar depois? — Pergunto.

— Agora, Srta. Mercy. — Ele diz apenas.

— Estou trabalhando, Sr. Wolf, ao contrário do senhor eu não estou nadando em dinheiro e preciso pagar minhas contas.

HARDEROnde histórias criam vida. Descubra agora