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Entro em minha sala e ando até a janela, tentando manter a calma.
Digo a mim mesmo que não há motivo para reagir dessa forma. Henry e Laura quebraram a regra de não se envolverem, e daí?
Mas a verdade é que raiva borbulha dentro de mim ao pensar que ele encostou nela.
— Sr. Wolf, eu...
— Cale a boca! — Ordeno, ainda olhando pela janela tentando colocar meus pensamentos em ordem.
Respiro fundo e me acalmo. Isso já está ficando ridículo.
— O que está acontecendo entre vocês dois? — Pergunto por fim.
— Nada. — Ele responde e eu rio, virando-me para encara-lo de frente.
— Não teste minha paciência, Egas, você é meu amigo, mas não tolero que ninguém me faça de idiota. Vou perguntar novamente e dessa vez espero a verdade: O que está acontecendo entre vocês dois?
— Nada está acontecendo entre Laura e eu.
— Então que merda é essa? Vocês se comportando como amiguinhos, você dando carona para ela...
— Eu fiquei incomodado por ela ir para casa sozinha, só isso. Laura mora longe e não quero que algo aconteça com ela assim como com qualquer outra garota que trabalha aqui.
— Então você está me dizendo que nada aconteceu entre vocês dois? — Pergunto, mas ele não responde.
— Diga de uma vez! — Digo, irritado.
É ridículo que meu coração esteja batendo tão rápido na expectativa de saber se algo aconteceu entre eles.
— Eu a beijei, mas ela não me quis. — Ele diz, juntando as mãos na frente do corpo.
É estranho o que acontece assim que ouço suas palavras. Por vários segundos não sinto nada de diferente, como se meu cérebro estivesse apenas processando a informação que Henry beijou Laura, mas então, parecendo surgir sem aviso uma raiva insana toma conta de mim.
Simplesmente não consigo me controlar. Sinto uma fúria louca e nem ao menos consigo pensar no por que estou me sentindo assim.
Não sei, não importa o porquê, só importa essa minha vontade de quebrar algo.
Sem pensar no que estou fazendo, ou no showzinho que estou dando, vou até minha mesa e pego a primeira coisa que meus dedos alcançam e então jogo contra a parede com um rugido de raiva.
— Você não vai mais chegar perto dela, entendeu?
Ao não receber uma resposta, aproximo-me dele furioso.
— Você entendeu?
— Sim, senhor. — Egas diz, sua expressão neutra, controlada.
— Agora vá, não estou de bom humor hoje.
— Se me permite... — Ele começa.
— Não permito! — Grunho.
— Você tem algum interesse em Laura? — Ele pergunta.
O bastardo sempre foi ousado, e parece que com o tempo ele perdeu a noção de quando deve manter a boca fechada. Maldição.
Tento recuperar o controle (e um pouco da dignidade que perdi ao me descontrolar dessa forma) caminho até minha mesa e sento-me na cadeira de couro que já começa a mostrar sinais de desgaste em algumas partes.
Junto as mãos em cima da mesa e lanço um olhar de advertência para Egas.
— E seu eu estiver? — Digo em um tom que lhe mostra que deve tomar cuidado com suas próximas palavras.
— Se eu soubesse que o senhor tinha alguma intenção de...bem, eu não teria me aproximado dela.
— Você tem interesse por ela? — Pergunto, levantando a sobrancelha.
— Laura é uma mulher muito bonita, obviamente fiquei tentado, mas não passa de uma conquista para mim. — Ele diz dando de ombros.
— Ela não está mais ao seu alcance.
— Entendi isso, e por mim tudo bem, ela deixou bem claro que não tem interesse em mim.
Tento não sorrir ao ouvir suas palavras.
— Estamos conversados então.
— O senhor pretende fazer algo a respeito desse interesse por Laura?
— Isso não é da sua conta, Egas. Vá e me deixe sozinho, preciso pensar.
Henry assente e então vai embora. Recosto-me em minha cadeira e pensativo brinco com o pequeno anel em meu dedo mindinho.
O anel de ouro tem o desenho de um lobo feroz gravado nele e está em minha família há gerações.
Gerações e mais gerações de homens sem escrúpulos capazes de fazerem qualquer coisa para conseguirem poder e dinheiro. Criminosos gananciosos, é isso o que nós somos.
Meu pai me deixou esse anel como parte da sua herança quando morreu, assim como todo esse império de extorsão e sujeira que agora eu controlo.
Não sei mesmo porque uso essa coisa, nunca me dei bem com meu pai. Ele sempre foi um tirano, mas se tem uma coisa que ele me ensinou e pela qual eu agradeço, é que sempre devemos ir atrás daquilo que queremos.
Eu poderia achar outra mulher com os atributos de Laura para saciar meu desejo, mas não vou fazer isso. Não.
Se eu quero Laura Mercy em minha cama, então é exatamente ela quem eu vou ter.