Depois que o Sr. Wolf voltou para seu escritório consegui trabalhar mais à vontade.
Sei que parece loucura, afinal por que ele ficaria me olhando, mas todo o tempo em que ele permaneceu aqui senti como se seus olhos acompanhassem cada movimento meu.
Quando todos finalmente vão embora, eu e as meninas ficamos para arrumar o salão.
Sei que tudo aconteceu lá em cima, no segundo andar, mas juro que sinto cheiro de sexo em cada canto que eu vou.
Hiro vem nos encontrar na saída e descubro que ele é dono de uma scooter laranja bem chamativa.
— Desculpa, Laura, mas já prometi à essa maluquinha aqui que lhe daria carona até seu carro ficar pronto. — Hiro diz.
— Tudo bem, vou de ônibus.
— Que bom que vai trabalhar com a gente, você é divertida. — Mad diz e me abraça antes de subir na scooter de Hiro.
Sorrio. Eu sei que pode ser apenas o meu lado carente falando, mas sinto que Madison e eu seremos boas amigas. Gostei de Hiro também, apesar dele ser meio convencido.
Aceno com a mão enquanto os dois se vão e em seguida sigo pela calçada em direção ao ponto de ônibus.
Enquanto caminho noto um carro prata luxuoso, talvez um Mercedez não sei dizer. Pelo canto do olho observo o carro parar alguns metros à minha frente.
A janela se abre e então vejo o perfil do Sr. Egas.
— Srta. Mercy, não é muito sensato da sua parte andar sozinha tão tarde da noite. Venha, eu lhe dou uma carona.
— Sr. Egas, é muito gentil da sua parte, mas o ponto de ônibus é logo ali.
É confuso essa mistura de sentimentos, por um lado sinto que Egas é um homem simpático e gentil, mas por outro sinto um calafrio ao pensar em me envolver mais do que o necessário com um tipo como ele.
— Você parece cansada, garanto que o banco do meu carro é mais confortável que o de qualquer ônibus. — Ele diz e sorri e caramba, esse homem é muito charmoso mesmo.
Um belo exemplar de um deus africano.
— Eu insisto, Srta, Mercy. — Ele diz quando não o respondo e tenho a sensação que ele não está mais pedindo.
Engulo em seco e tento forçar um sorriso, então dou a volta no carro e entro.
Seja o que Deus quiser.
Egas segue com o carro e minhas pernas agradecem por eu me sentar depois de tanto tempo em pé.
— Tenho certeza que você sabe se cuidar, Srta. Mercy, mas não é muito inteligente sair de um lugar como o Paraíso à uma hora dessas desacompanhada. — Egas diz, seus olhos concentrados na estrada.
— Por favor, me chame de Laura. — Peço, ser chamada de senhorita me faz sentir estranha.
— Devo pedir então que retorne o favor. Chame-me de Henry, por favor.
— Tudo bem.
— Todas as meninas têm seus próprios carros ou então alguém que possa busca-las e leva-las em segurança para casa. Você tem alguém, Laura?
— Não. — Respondo e o pingo de tristeza em minha voz é embaraçoso.
Sem amigos, sem família, sem ninguém que se importe comigo.
— Sei que seu pai não tem condições de busca-la, mas você não tem nenhum amigo?
— Não.

VOCÊ ESTÁ LENDO
HARDER
RomancePROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS! Bônus do livro Reaching You, contando a estória do casal Hardy e Laura.