HARDER

Capítulo 11

Já são quase dez da manhã e Laura ainda está lá em cima dormindo. Honestamente, eu estaria ao lado dela agora se não fosse por Egas ter me ligado dizendo que tinha algo importante para discutir.

Mandei-o que viesse aqui, pois não queria que Laura acordasse e eu não estivesse em casa.

Henry e eu estamos em meu escritório e ele não para de falar, mas sinceramente, não estou ouvindo uma palavra.

Simplesmente não consigo parar de pensar em tudo que aconteceu ontem, em como eu me senti com Laura.

Normalmente quando estou com uma mulher, é apenas para satisfazer meus desejos físicos, não há emoções na nossa relação. Mas com Laura foi diferente, além de me satisfazer fisicamente como nunca havia acontecido antes, eu também senti, como posso explicar...uma satisfação emocional.

Eu me senti feliz, me senti confortável, me senti leve e tranquilo. Ela me fez gargalhar poxa, nem me lembro da última vez que isso aconteceu.

—...e é por isso que eu acho melhor o senhor resolver isso pessoalmente, não acredito que...

— Henry? — Chamo-o e ele para de falar.

— Sim?

— Quantas vezes você já me viu rindo? — Pergunto pensativo, o indicador dando leves batidas em meus lábios.

Henry parece pensar, mas não demora em responder.

— Nenhuma, senhor.

— Nem um sorriso?

— Não que eu me lembre, senhor.

Henry confirma o que eu havia imaginado, não sou um homem dado a sorrisos. No entanto, ontem com Laura e ri e gostei disso.

— Posso perguntar o motivo dessa pergunta?

— Laura me fez gargalhar. — Digo como se isso explicasse tudo.

Então percebo uma bela oportunidade. A oportunidade de contar para Egas o que aconteceu entre Laura e eu, caso ele ainda tenha alguma esperança de encostar um dedo sequer nela.

— Nós passamos a noite juntos, ela está lá em cima no meu quarto.

Henry não muda sua expressão um milímetro. Ele é bom.

— Entendo. — Ele diz.

— Entende o que? — O desafio.

— Laura é diferente, ela te faz bem e você gosta disso.

— Você acha? — Levanto uma sobrancelha.

— É o que parece, mas eu sou apenas um observador e é o senhor quem tem que dizer. Você gosta dela, senhor? — Ele pergunta e por algum motivo isso me irrita.

— O que era mesmo que eu tinha que ir resolver?

***

Abro os olhos assustada e sento-me na cama. Olho ao redor, mas estou sozinha no quarto.

As cortinas estão fechadas, mas posso ver alguns feixes de luz o que significa que já é manhã.

— Merda!

Levanto-me correndo e procuro por minhas roupas, as vestindo apressadamente.

Agarro meus sapatos e vou até a porta, saltando em um pé só, tentando me calçar e andar ao mesmo tempo.

Abro a porta do quarto no mesmo instante que Hardy entra na saleta.

— Bom dia! Dormiu bem? — Ele pergunta.