Seja minha, Frisk.

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A noite caiu fria e bem clara. O cheiro do churrasco de Asgore e Todo estava muito bom. Todos estavam se divertindo bastante.
Mas Frisk nem estava tão nervosa assim. Estava sozinha esperando Sans trazer o telescópio, no quintal.
Ela decidiu. Se ele não falasse nada, ela que iria pedir a mão dele em namoro.
Mas Sans já tinha planejado pedir. Só não sabia como.

Ele chegou com a luneta e arrumou, focando a lua.
Frisk dividia as calabresas com ele, sentada ao seu lado.

"Você já parou pra pensar que a gente vê o passado olhando as estrelas?"
"Passado?"
"Quando a luz sai da fonte, ela percorre na velocidade da luz, certo?"
"Eu sei disso."
"Poisé. Apesar disso, o espaço é muito grande. Então até a luz demora pra chegar nos nossos olhos..."
Frisk gostava quando ele se empolgava com Física. Colocou o prato mais longe e encostou-se no seu ombro.
"... Então, as estrelas que vemos hoje brilharam pela primeira vez a muito e muito tempo atrás. E elas continuam enviando a luz delas até aqui... Talvez uma dessas tenha morrido em uma supernova à algum tempo, mas a luz dela ainda não 'parou de chegar' entende? A gente olha pro passado quando olha pro céu. O universo se espandiu!"

Ele ria. Olhou rápido para a menina no seu ombro e encostou mais a cabeça nela.

"Fui muito nerd não é? Você provavelmente ficou boiando..."
"Não, eu entendo um pouco o que você diz... Eu gosto de ver que você gosta disso de verdade. Por isso eu te digo que o trabalho no laboratório é uma boa pedida!"

"Posso deitar no seu colo?" Ele perguntou azulado.
"Claro."
Abaixou e deitou sobre as coxas macias dela. Frisk fazia carinhos na sua cabeça.

"Eu não sei não, Frisk..."
"Como assim não sabe? É o que você gosta!"
"Eu sei... Eu gosto muito. Mas não acha que eles só vão me fazer terminar o trabalho do meu pai? Todos acham que ele está morto, então esperam de mim uma resposta, porque sou o mais velho. Mas eu não quero mexer nas coisas dele. Alphys está com algumas planilhas porque eu dei. O que ele fazia era perigoso e eu não sei se vale a pena se arriscar por tão pouco... Não tão pouco dinheiro, mas tão pouco no sentido de objetivo. Não precisamos mais da Determinação. Os monstros são livres agora... O que eles realmente querem de mim?"

Frisk pensou um pouco e olhou diretamente para ele.
"Uma mente brilhante... Os humanos buscam conhecimento. E você não vai ficar sendo obrigado a fazer o que não gosta. Você pode ter outro objetivo. Você pode criar! Eu sei que pode, acredito em você."

Ele se levantou, envergonhado.
"Wow, assim você me deixa sem graça..."
"Hehe, mas é verdade!"
Ela beijou o rosto dele encostando suas bochechas róseas no rosto azul.

"Você fica tão azulzinho que nem parece que seus ossos são brancos, hihihi..."
"Heh..."

A menina saiu de perto dele, pegou uma calabresa e deu a ele na boca com seus dedos.
"Diga aah..."

"Sua mãe cozinha bem pra caramba."
"Você quis dizer sua futura sogra?..." Frisk falou baixinho.
"Oi?"
"Ah? Não, nada..."

Silêncio. Se demorasse mais, Frisk ia flertar até ele pedir.
"Uhh... Você tá legal?"
A menina estava com uma cara de nervosismo aparente.

"Tô melhor agora que você perguntou..."
"Você tá estranha..."
"Deve ser... Unh, tá calor aqui ou é você?"
As bochechas estavam queimando.

"Frisk?"
Sans já não sabia mais como agir... Segurou a mão direita dela.
"Amh?" Frisk ficou nervosa do nada assim que ele a tocou. Seus instintos pararam de funcionar corretamente, pois sua cabeça só falava *É agora! É agora! Diga!*

"Sei lá..." Sem muitas idéias, ele tentou algum trocadilho mas nenhum vinha na cabeça...
"Sei lá o quê?"
"Toc toc..."
"Quê? Quem... Quem é?"
"Eu amo."
"Eu amo quem?... Espera o quê?"
"Não sei, me fala..."
"Você?"
Risos doces. Estão tão perto...

My Sweetheart WifeOnde histórias criam vida. Descubra agora