Helvética

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Onze horas e alguns minutos e os dois já estavam no hospital. No caminho, chamaram os pais de Frisk e anunciaram pro resto da família, que o bebê já estava à caminho.

Minutos depois, Toriel foi ficar junto com a nova mamãe durante o parto e os papais, papai cabra e papai esqueleto, esperavam ansiosos e nervosos do lado de fora.
Asgore tentava puxar alguma conversa com Sans, já que os dois conversam bastante, mas agora não era uma boa hora. Ele estava suando e impaciente. Estava com a bolsa do bebê e as outras coisas... Alphys e Undyne chegaram com Papyrus logo depois.

Mas foi exatamente à meia noite, que Helvética nasceu. A primeira híbrida de um monstro e um humano. Chorava alto que dava para escutar da sala de recepção. Na sala de espera, um suspiro de alívio coletivo saiu junto com o choro da nova integrante da família.
Todos se levantaram e foram tentar ver o bebê.

Mas quem a viu primeiro, chorando rios de alegria e emoção, foi a jovem mãe Frisk e sua mãe, agora avó, Tori. Ainda cansada da força e da dor do trabalho de parto, quando escutou os primeiros sons da filha, se rompeu em lágrimas. O choro, que na verdade é a força que o bebê faz para respirar ar pela primeira vez, não foi o que impressionou os que a ajudaram ali. Helvética era diferente de todos naquela sala. Tinha as pernas de esqueleto, o tórax e todo o tronco revestido de uma pele bem fina, mas que deixava alguns órgãos e ossos da caixa torácica aparentes. Seu rosto era o de um monstro esqueleto, mas tinha bracinhos macios e mãozinhas pequenas. Alguns fiapos de cabelo bem brancos... Quase sem cor, misturavam-se com a cor do seu crânio.
Apesar de tudo isso, nasceu bem pequena, entre o tamanho de um bebê normal e um bebê prematuro, mas tinha um peso considerado bom e normal.
Fez logo todos os exames importantes de se fazerem cedo, mas tudo deu normal e saudável.
Enquanto isso, Frisk ficou num quarto com cama e janela que dava para ver o sol nascer, se fosse mais tarde, mas era muito cedo.
Ficou sozinha uns minutos enquanto Toriel ia buscar o bebê e chamar o pai para ficar com a sua esposa, claro.
Ele chegou numa carreira [carreira: corrida rápida, velocidade] , meio desesperado, nervoso...

Foi até a garota moça. Segurou suas mãos e a beijou.
"Você... Você está bem?"
"Sim, sim! E você? Parece ansioso..."
"Eh... Eu tô sim..."
Riram. Frisk se sentou devagar, não saindo muito do lugar.
"Doeu muito?" Ele era curioso com as coisas humanas.
"Muito... Muito mesmo. Mas passou. Foi só aquela hora."
"Ah, que bom..." Ele beijou a sua testa. "Eu dei a bolsa pra Tori."
"Ok, tudo bem."
"Ah... Frisk..." Ele suspirou e riu. A humana respirou fundo. Sans sentou numa cadeira confortável do lado da cama.

De repente, o avô abriu a porta e a avó entrou com o pequeno bebê nos braços. Os olhos dela brilhavam, com aquela nostalgia de segurar uma criança pequena no colo.
Ela foi até a mãe e a deu para ela segurar.

Ensinou ali rapidamente como é a maneira correta se segurar um filhinho, mas Frisk já sabia, ela já tinha dito isso antes.

A sensação maravilhosa de segurar aquela coisinha fofa foi tão intensa que ela teve que segurar o choro denovo.
"Ela... É tão pequena..."
"Ela é única. E especial."
"Aww... Que família linda! Eu vou deixá-los sozinhos agora..."
"Ok... Tudo bem..."
"...Obrigado Tori..." Sans agradeceu.
"Não tem por que agradecer. Eu só estou retribuindo um antigo favor..." Ela piscou e sorriu, saindo de mansinho.

"Sua vez de segurar..."
"Eu?! E-eu não sei se tô pronto..."
"Pronto ou não, vai ter que segurar agora... Não vai assumir?"
"Claro que sim, que pergunta! Me dá ela..."
A pequenina passou dos braços morenos da mãe, pros braços esqueléticos do pai, e ficou quietinha e se aninhou mais ainda.
Lágrimas discretas. Mas era muita coisa acontecendo e ele também não conseguiu segurar. Chorando baixinho.

"Eu... Eu não tô pronto... É muita responsabilidade..."
"Não... Não diz isso... Você tá pronto sim! Olha o Papyrus! É um adolescente independente agora! Graças à você! Você cuidou dele! Você cuidou de mim!"
Ele ficou calado, olhando sua pequena híbrida.
Ela bocejou fofinho e seu sorriso de pai só fez aumentar.
"Tenha determinação." Sua esposa completou.

"Eu... Eu consigo... Eu vou tentar... Por vocês... Eu amo vocês duas..."
"Eu também te amo..." A humana pegou um dos bracinhos da filha e fez ele tocar o rosto do pai.
"...Eu te amo papai!" Imitou uma vozinha fofa. Ele riu feliz e lacrimejante.
"Eu também te amo minha filhinha..."

Helvética voltou para o aconchego da mãe e ficou um tempo quieta denovo. Ainda estava meio adormecida, cansada. Foi difícil sair sozinha no início, antes de receber ajuda dos médicos.

"Nossa pequena Helvética "
"Esse que vai ser o nome dela mesmo? Não quer mudar, ou..."
"Não... A não ser que você não tenha..."
"Não, não, eu gostei. Se você decidir que vai ser esse, pra mim tudo bem."
A mulher riu e aconchegou a filha junto à si. Sans a abraçou com carinho.

Mas de repente, Helv acordou e acordou chorando. Seu estômago roncava. Estava com fome.
Frisk ficou um pouco assustada mas logo entendeu.

Foi só ela dar o seio pra que o bebê se alimentasse, que Helv se atracou rápido e sugou com força e fome. Ela comia muito rápido.

"Eita..."
"Helv! Vai devagar! Helv..." A mãe caiu na real do momento tão importante que finalmente estava vivendo. Estava dando de mamar para sua própria filha. Suas lágrimas de alegria vieram com tudo e ela desabou num choro alto, que até assustou o marido... Que também estava chorando um pouco, mas não tanto quanto ela.
"Ei, amor? Tudo bem? Por que tá chorando?"
"Eu... Eu não sei... Isso... Isso é tao lindo... Ela é tão inocente... Ela é tão linda... Oh meu Deus..."

"Hehe... Ela é linda mesmo. Parecida com você..."
Frisk ficou mais vermelha que uma pimenta.
Helv desgrudou do peito e mexeu os pezinhos, agoniada para arrotar.
Sans a pegou e foi balançar a filha, no ombro pelo quarto,batendo de levinho em suas costas, pra que ela soltasse os gases por ter comido tão rapidamente.

Logo, toda família entrou, com balões, flores de plástico, e muito amor para receber a pequena Helv.

"Ela é tããão fofa!! Aww!!"
"Ela parece a Frisk! Gorduchinha e de olhinhos puxados!"
"Mas tem a cara do pai!"
"Parabéns, mamãe Frisk!"

Depois de arrotar e a família achar graça disso e dos barulhinhos que ela fazia, Helvética voltou pra junto da mãe, já comendo alguma coisa para ter leite pra ela mais tarde.
Helv começou a tentar abrir os olhinhos... Ou melhor, suas órbitas.

Após toda essa overdose de fofura e carinho, Helv dormiu denovo e Frisk passou mais o dia todo no quarto com o bebê, o marido e a mãe, até se recuperar, claro que, não totalmente.
Aproveitou os primeiros momentos de mãe de verdade e pai de verdade para cuidar e chamegar sua filha primogênita...

[FELIZ DIA DAS MAES PRA TODO MUNDO]

My Sweetheart WifeOnde histórias criam vida. Descubra agora