Cada vez mais perto.

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{Quarto, Quinto e Sexto Mês de Gestação}

"Toc, toc..."
"Sans! Agora não! Eu tô ocupada!"
"Mas ele não! Toc, toc...?"
Frisk bufou. Estava um pouco estressada.
"Quem é?" Falou num tom de voz emburrado.
"Papai..." Ele respondeu, olhando os olhos da mulher e com o rosto encostado na barriga dela.

Ele queria fazer ela mudar de humor, se alegrar...
Mas o sogro já havia avisado sobre mulheres grávidas e suas complicações. São muito instáveis, imprevisíveis.

"Papai quem?"
"Papai tá muito ansioso por você bebezinho!" Ele beijou a barriguinha de Frisk e ela riu baixinho.
"Ainda falta muito..."
"Que nada! O tempo passa voando!"
Frisk suspirou e pôs as mãos nas costas.
"Ele fica cada vez mais... Pesadinho..."
"Ou ela..."
"Ou ela..."

"Ah, eu vou me sentar um pouco..."
"Não quer que eu te faça companhia? Uma massagem?"
"Não, não, não esquenta... Eu... Eu tô bem."
"Ok, se você diz..."

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"Parabéns! É uma meninhinha!"
"Aah... Que bom! Que legal... Eu... Fico tão feliz..."
Frisk lagrimava de emoção.
"Ansiosa? Haha, eu sei como se sente! Já fui mãe de três." A médica humana, amiga de Frisk, à alguns dias somente, conversava com ela durante o ultrassom como se fossem antigas conhecidas.
"Eh, nem tanto... Eu estava bem, mas quem tá nervoso com essa história toda é aquele ali!" Frisk apontou para Sans, sentado um pouco longe. Ele se aproximou, rindo.

"Ah, sim. Estavam nervosos se ia vir um humaninho ou um esqueletinho?"
"Não exatamente-"
"Éh, hehehe!" Frisk cortou o marido, porque não queria explicar pra doutora que o seu marido era cientista e tal...

"Já tem algum nome, agora que sabem o sexo do bebê?"
"Eu... Pensei em um... Helvética. Acho que sooa legal, parece alguma personagem de jogo, anime..."
"Oh... Sim, parece mesmo... Bem, por hoje é só."

Ela encerrava a consulta. Por um momento, foi chamada lá fora para pegar algum papel, documento. Deu antes, um par de sapatinhos de bebê de crochê, pra que ela 'brincasse'.
Os dois ficaram à sós na sala.

"Caramba..."
"O que foi?" Frisk se levantava com dificuldade, mas o marido ajudou.
"É... Uma menina... Se fosse menino eu saberia cuidar, mas... Uma garota? É um desafio e tanto..." Ele sorriu, nervoso.
Frisk pegou nas mãos dele.
"Eu sei disso. É um desafio pra nós dois. Eu vou te ajudar e nós não estamos sozinhos... Ela vai crescer e viver feliz, porque nós aceitamos o desafio e encaramos com determinação."

Ela beijou a testa dele, e ele passou a mão na barriga dela.
"Quando começa a mexer?"
"Ah... Tudo tem seu tempo. O importante é que a Helvética tem que ter todo carinho, atenção e amor do mundo!"

"Você decidiu mesmo o nome, sem mesmo me consultar?"
Ela riu.
"Encontre outro nome legal e me diga. Ai sim, podemos pensar juntos."

##

Quando o bebê começou a se mexer mais, foi quando Frisk mais sentiu. Já estava de licença maternidade, e passava um bom tempo em casa, pois suas dores nas costas e os chutes da criança estavam frequentes.

Mas mesmo assim, com alguns incômodos, Frisk colocava música para ela e o bebê ouvir, cantava e conversava com ela, sua filha.
"Porque você tá tão inquieta? Tem alguma coisa errada?" Acariciava a barriga passando um gel de massagem cheiroso e que previnia as estrias.

O curioso era que era um sábado, e Sans tinha saído bem cedo pro trabalho, uma hora extra, e já era hora do almoço e nada dele retornar.
"Será... Que é isso?"
Frisk susurrou e olhou se tinham mensagens no celular. Ele não estava mais online, então já estava voltando.
"Calminha... Se é do papai que você sente falta, ele já vai voltar..."
Frisk foi colocar o almoço com o bebê ainda escutando música.

Alguns minutos e o esqueleto tinha voltado. O barulho dele abrindo o portão da garagem e entrando com o carro era inconfundível.
O bebê ainda estava inquieto. Mas foi ai que o pai entrou falando com a mãe.
"Ah, já era hora!"
"Desculpe, me atrasei um pouquinho... Heh"
"Um pouquinho? Um poucão! Até a Helv estava preocupada!"
Ele sorriu e beijou a barriguinha da esposa. E de repente, a criança parou e ficou calma. Frisk riu e se emocionou.

"Ela... Sente tudo ao redor, sabe?... Ela sentiu sua falta..."
"Eu também senti sua falta, Helvinha... " Ele falou com o bebê, fazendo carinho.
"E senti sua também... Trabalhar no sábado é uma droga." Beijou a humana amada.

"Ok, ok, vem almoçar. Não pode ficar com fome, meu dossinho..."
Eles riram junto e o bebê deu um chutinho.
"Ela tá com fome..."

##

"Urhh! Minhas... Costas..."
"Sabe que isso não vai melhorar depois da gravidez, não é? Carregar bebê pra lá e pra cá..."
"É né, mas você que vai fazer isso, já que eu não vou poder não é? Resguardo..."
"Ah... Tá bom então..."
"Achou que ser pai era fácil?"
"Erh... Não. Eu que disse que ia ser difícil."

Foram juntos comprar coisinhas pra bebê, como mamadeiras, pipos, mordedor fofinho, roupinhas de dormir, meias, muitas meias, e outros itens indispensáveis, como fraudas, talquinho, perfuminho, sabonete líquido... Etc.
E mais uma bolsa grandona pra guardar tudo isso, pro dia que ela nascer, levar junto.

Em resumo, Frisk estava feliz e ansiosa, tão quanto Sans, que estava um pouco nervoso.
Mas os dois não viam a hora de conhecerem a nova espécie que criaram.

Híbridos. Ela iria ser a primeira híbrida...
Isso ia dar no que falar entre os monstros e os humanos... Mas a dupla já estava pronta pra se teletransportar pra algum lugar tranquilo quando isso acontecesse.

##

"Posso falar com o bebê?"
"Claro que pode!"
Papyrus e Undyne nunca tinham visto uma grávida tão de perto.
"Olá bebê híbrido! Você não fica apertado preso aí?"
"Seu burro, ele vai sair depois!..."
"Oh sim... Mas... Por onde ele sai?"
Os dois arregalaram os olhos.
"Por onde entrou." Sans riu e comentou da cozinha.
"E por onde ele entrou?"
Papy era muito curioso.

Frisk ficou um pouco... Sem graça e reticente em falar essas coisas pra ele, pois é só um adolescente.
"Bem, primeiro, ele é ela, e se chama Helvética..."
"Eu ainda não decidi esse nomee!" O marido esqueleto a interrompeu.
"... Segundo... Você ainda é muito novo pra essas coisas."
Undyne gargalhou alto e fez aquela carinha. Papyrus não entendia.

Toriel tinha feito sapatinhos de crochê, que pareciam patinhas de animal, para aquecer a bebê quando ela nascesse, e deu mais algumas aulas de troca de fraudas pra Sans, o pai inexperiente, com um dos bonecos de Chara, mesmo ele tendo ficado com um pé atrás.
"Se tirar desse jeito, vai sujar a criança mais ainda!"
"Mas do outro jeito é muito complicado..."
"Bom, tudo bem, não sou eu que vai limpar e dar banho mesmo..."

My Sweetheart WifeOnde histórias criam vida. Descubra agora