Quédate

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[... "Eu não quero ser alguém

Que vai embora tão facilmente

Estou aqui para ficar

E fazer a diferença que posso fazer..."]

***

~Pov Maria

Sai daquele quarto de hotel às pressas mesmo com o pedido suplicante de Estevão para que eu deixasse tudo atrás e fosse com ele a qualquer lugar. Saí pra não ceder àquele pedido que também era o meu maior desejo. O meu último desejo. Estar com ele, outra vez em seus braços. Esquecer-me do mundo e de tudo.

Mas eu não podia, acima de qualquer outra coisa estava o meu dever como policial e não descansaria até colocar toda a quadrilha de Halbert atrás das grades. Entrei no primeiro táxi que me apareceu e segui para o hospital onde Luciano estava.

Até então eu não o tinha visto, com tudo o que aconteceu me faltou tempo. Depois do atentado em minha casa tive que prestar depoimento e logo em seguida fui ao encontro de Estevão no hotel.

Ao chegar no hospital fui levada até a sala onde Luciano estava, não pude evitar a tristeza que me tomou ao ver seu estado. Me aproximei tentando segurar as lágrimas, mas elas caíram sem minha permissão. Talvez se ele não estivesse embriagado, se não tivesse transtornado ao ponto de fazer o que me fez, ou talvez se estivesse em outro lugar nada daquilo teria acontecido.

Será mesmo que não teria?

- Maria eu sinto muito, mas ele não vai resistir. Fizemos tudo que estava ao nosso alcance - Senti meu ombro ser tocado pelo médico que o atendeu - Eu sinto muito.

Ele se retirou nos deixando a sós.

- Luciano... Consegue me ouvir? - Toquei seu rosto machucado me esquivando do aparelho que o ajudava a respirar - Me dê um sinal se consegue ouvir minha voz - Esperei alguma reação, mas ele se manteve imóvel.

" Você é minha esposa e será até que a morte nos separe, Maria... Você me pertence e apesar do que me fez eu ainda te amo."

- Até que a morte nos separe - Repeti aquelas palavras com grande pesar.

A mim também não restava muito tempo de vida.

Depois que saí do hospital entrei no primeiro táxi que vi, liguei pra Renan enquanto seguia para o endereço que Estevão havia me dado, conversei com ele por alguns minutos. Pedi que o taxista me deixasse a alguns metros da casa, paguei a corrida e ao descer do veículo observei atentamente tudo ao meu redor. Já era madrugada e a pouca movimentação ali fazia o frio cobrir meu corpo inteiro.

Enviei uma mensagem pra Renan e mesmo estando de mãos atadas caminhei até onde residia aquela maldita quadrilha, mais que algo profissional, minha necessidade em coloca-los atrás das grades já havia se tornado algo pessoal.

Eu sabia o quanto era perigoso estar ali desarmada, meu revólver estava com Estevão, minhas duas pistolas haviam sido apreendidas devido ao atentado em minha casa e chamar a atenção das pessoas na rua com uma submetralhadora era o que eu menos precisava no momento.

Caminhei até a residência crente de que não havia ninguém ali, Estevão não havia me dado nenhum sinal ainda então fiquei a espreita até que um pensamento súbito me tomou.

- Como não pensei que isso poderia acontecer?

Me aproximei da casa, estava tudo escuro lá dentro realmente parecia estar vazia, quase me convenci daquilo até ouvir vozes vindas de um dos cômodos. Naquele instante tive certeza de que meu instinto não havia me falhado. Halbert também havia planejado uma emboscada pra Estevão!

Meu Crime É Te AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora