Destinos Traçados

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[..."Existem caminhos que se cruzam;

Outros, que são traçados..."]

***

~ Pov Maria

Assim que cheguei em casa fui direto pro meu quarto. Entrei no banheiro para um banho largo e quente, tudo o que eu precisava naquele momento era de alguns minutos relaxantes naquela banheira e logo depois minha cama pra descansar.

Tomei banho com certa dificuldade por conta dos meus braços, mas, mesmo assim consegui. Nada como não depender de ninguém.

Vesti uma camisola azul Marinho, era a mais folgada que eu tinha. Não queria nada me apertando.

Quando saí do banheiro depois de uns 25 minutos, me deparei com Luciano virado de costa na sacada do nosso quarto. A porta de vidro que dava acesso à mesma estava aberta, fazendo com que um friozinho invadisse nossa habitação. Já era quase noite e os últimos raios de sol começavam a desaparecer.

Ao lado da minha cama, Sônia me esperava com um leve sorriso. Nos conhecíamos a mais de 5 anos, com o passar do tempo ela deixou de ser somente a governanta daquela casa, e na cumplicidade do dia-a-dia nos tornamos grandes amigas.

- Como está menina? Precisa de alguma coisa? – Indagou preocupada.

- Estou um pouco melhor Nana – Eu costumava chama-la daquela forma – Preciso somente que me ajude a deitar.

Meu corpo estava muito dolorido. Haviam alguns pequenos cortes em minha perna esquerda. A calça jeans não impediu que alguns pedaços de vidro também a cortasse.

- Me deixe ajeitar esses travesseiros aqui filha – Ela ajeitou tudo com carinho, Nana gostava de cuidar de mim – Assim está bom?

- Está ótimo – Respondi com um leve sorriso.

- Onde você estava com a cabeça pra fazer o que fez Maria? – Luciano finalmente adentrou o nosso quarto fechando a porta de vidro atrás de si.

Sem responde-lo fui me acomodando na cama.

- Assim está bem Nana – Me mostrei indiferente à pergunta dele e terminei de me ajeitar por cima dos travesseiros – Obrigada, pode se retirar – Pisquei pra ela que logo se retirou com um leve sorriso.

- Eu te perguntei onde você estava com a cabeça para fazer o que fez, Maria.

- Não estou a fim de discutir com você.

- E eu estou te fazendo uma pergunta.

- O que queria que eu fizesse Luciano, que esperasse algum deles me reconhecer? Eu não tive escolha. Fui obrigada a reagir. Qualquer um em meu lugar faria o mesmo, inclusive você.

- Grande merda você fez Maria!! – Alterou a voz – Onze meses de investigação jogados no lixo, onze meses!! Você tem noção do que isso significa? Voltamos à estaca zero! – Me encarou furioso e logo depois pegou a chave do carro – Agora eles devem estar por aí rindo da nossa cara. Malditos, desgraçados – Resmungou.

- Aonde você vai?

- Não me espere, não sei se vou dormir em casa – Pegou também sua carteira, alguns cartões de crédito e inclusive dinheiro.

- Onde vai dormir?

- Talvez na delegacia, tenho muitas coisas pra resolver.

- Isso não te impede de dormir em casa. Comigo.

- Eu não quero dormir em casa – Disse tão frio como o vento que a pouco havia invadido aquele quarto.

Não sei exatamente o que senti naquele momento, alívio porque não teria que aguentar seus sermões durante o resto da noite ou angústia e tristeza por saber que ele provavelmente iria dormir com outra mulher.

Meu Crime É Te AmarOnde histórias criam vida. Descubra agora