Capítulo 22

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-Eu sei que ficamos as férias inteira sem nos falar, e eu sei que as coisas estão meio estranhas agora, mas será que tem como a gente voltar ao normal?- Gabriel perguntou, enquanto os dois comiam seus respectivos cachorros-quentes na mesma barraquinha de esquina da outra vez.

-Acho que não é tão fácil assim- respondeu Guilherme, com a boca cheia de comida mastigada.

-Isso é besteira e você sabe disso!

-Sim, talvez, mas as coisas não são tão simples assim- respondeu, levantando-se para jogar fora o resto de pão que sobrou do seu cachorro quente.

Gabriel o seguiu, com sua própria comida em mãos. Ambos pagaram e seguiram para rua.

-Por que você não está comendo?- Guilherme perguntou, fugindo do assunto.

-Não estou com fome. E não mude de assunto.

Guilherme pegou a comida das mãos de Gabriel e deu uma enorme mordida.

-Isso é nojento! Você está babando!- Gabriel comentou.

-Uhum- na realidade, ele estava comendo para evitar ter que falar.

Ficaram mais um tempo em silêncio, mas conforme a rua de Guilherme se aproximava, Gabriel voltou a falar:

-Fala comigo!- colocou a mão no ombro dele para que ele parasse de andar.

Engoliu antes de responder dessa vez:

-O que você quer ouvir?

-Não quero que as coisas fiquem esquisitas.

Um riso ecoou no peito de Guilherme.

-Já estão esquisitas- respondeu com sinceridade.

-Então, é só parar de ficar esquisito! Depende unicamente de nós- Gabriel parecia estar ficando aborrecido.

-Suponho que podemos fazer um esforço- Guilherme concordou.

-Obrigado- Gabriel finalizou.

Guilherme suspirou, aliviado que aquela conversa chegou ao fim. Entrou na portaria do seu prédio, subiu de elevador até o segundo andar e abriu a porta de entrada. Assim que colocou os pés dentro de casa, sua mãe disse de dentro da cozinha:

-Guilherme, que bom que você chegou. Seu pai ligou.

O Garoto Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora