0.5 A Monster

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"Charlotte's POV"

Não quero acreditar no que ele acabou de dizer, não quero mesmo! Isso é insano... Inacreditável!

Char: tu não tas bem, tu... Precisas mesmo dum tratamento!- digo, me atrapalhando nas minhas próprias palavras.

Harry: eu só fiz essa confusão para conseguir atrair-te até aqui, visto que tu não vinhas. Eu não sou louco Charlotte, muito pelo contrário, sou a pessoa mais lúcida aqui!- diz ele, pondo as mãos nos bolsos.

Agora estou cada vez mais confusa... Ele é o tal assassino de que falam tanto, que supostamente perdeu a memória e agora diz-me que tá lúcido.

Fecho os olhos por breves momentos, e solto um suspiro, limpando as formação de lágrimas nos meus olhos.

Char: eu não posso estar contigo, és meu paciente e pior de tudo és um criminoso!- digo-o, ainda com os olhos marejados.

Harry: então ... - sorri fechado - tu também te sentes atraída por mim!

Char: eu não sinto nada disso!- digo num tom mais alto- Vamos parar por aqui, por favor... E deite-se antes que alguém descubra!- peço-o, saindo do quarto.

Enquanto caminho pelo corredor, tentando me recompor, dou de cara com Anna. Solto um suspiro e engulo em meio seco.

Char: bom dia directora...

Ela sorri, e logo volta ao seu estado normal, sério.

Anna: como se tem dado com o novo paciente? Vejo que o conseguiu acalmar, já não se ouve os gritos...- diz, pondo as mãos nos bolsos da bata.

Char: foi necessário apenas uma conversa... Se me dê licença, vou voltar ao trabalho!- digo sorrindo, com um enorme esforço.

...

O dia estava no fim, e eu estava muito grata por isso. Marnie irá fazer noite e a pedi que fosse buscar o jantar de Harry directamente da cozinha.
Sinceramente, não sei porquê que me preocupo com ele, um ser que é designado como repugnante, e que me tratou como se fosse um objecto sexual. Suspiro com os meus pensamentos, e acabo de separar os medicamentos dele numa das prateleiras da área medicamentosa do hospital.

Olho para o meu relógio de pulso e o mesmo marca 7pm. Está na minha hora, tenho que ir pra casa e descansar o máximo que conseguir. Os dias não têm sido nada fáceis e o meu cérebro não tem descansado totalmente.

Saio da área medicamentosa e caminho em direcção aos blocos. Tenho que fazer a última visita ao Harry antes de me ir. Paro a frente do seu quarto, e sinto o meu coração a bater duma maneira inexplicável. Parece que ele vai sair pela boca totalmente e a minha mão treme a medida que viro a maçaneta.

Eu entro e o encontro na cama, como sempre a olhar pro nada. O seu olhar é frio e distante, o que de certa forma deixa-me bastante admirada.
Olho para o canto direito do quarto, para ver se a tv encontra-se ligada. Mas como sempre, ele não a pediu para a ligar. E noto algo realmente interessante, o quarto do Harry é o único do bloco que não tem câmaras. Quer dizer que os nossos beijos nunca serão vistos, mesmo que fossem, quase ninguém vê as filmagens.

Mas no caso dele poderiam as ver, ele é um ... Esquece isso Charlotte, tu só o vieste despedir e nada mais.

Char: Harry, eu já vou... Precisas de algo?- questiono-o, desviando o olhar dele.

Harry: não! - responde-me dum jeito mais frio do que das outras vezes. Acho que ele está magoado.

Afasto-me da porta assim que vejo-a abrir-se. Vejo Marnie pondo só o rosto.

Marnie: estou a preencher o formulário, qual é o teu endereço?

Char: edifico 7, apartamento 16A , Cross Street!

Ela assente, retirando-se muito rapidamente. Mais uma vez, fiquei com o Harry, sem saber o que dizê-lo.
Saio do quarto muito rapidamente, soltando um suspiro de alívio assim que fecho a porta por trás de mim.

Char: preciso dum vinho assim que chegar a casa!- murmuro para mim mesma, caminhando em direcção ao balneário.

...

Já me encontrava em casa, e o Niall decidiu abandonar-me para estar com a Lisha. Ok, são namorados, ou algo parecido, mas precisava falar com ele, preciso de falar com alguém.

Repentinamente veio-me a cabeça o Harry, o motivo por ele estar preso num hospital. Muitas perguntas vagueavam pela minha cabeça, principalmente o facto dele ter sido condenado a cadeira eléctrica sendo que isso praticamente já não é usado. Principalmente num país como este, isso praticamente não acontece.

Pouso a taça de vinho sobre a mesa de centro e rapidamente me dirijo até ao meu quarto. Abro uma das gavetas da minha mesinha de cabeceira e retiro de lá o meu portátil. Caminho de volta a sala, sento-me sobre o sofá e abro o meu portátil. Ligo-o e logo consigo o acesso à internet. Rapidamente me dirijo ao meu mecanismo de busca e lá escrevo "Harry Styles".

Pego na minha taça de vinho, enquanto leio algumas notícias:

"Harry, o canibal, voltou atacar em Doncaster!"
"Harry, o promotor da morte da filha do primeiro ministro, é apanhado a comer os órgãos genitais da menina..."

Sinto uma enorme dor no meu peito, que me faz ficar com falta de ar. Empurro o portátil para longe de mim e acabo o meu vinho num único gole. Passo a mão pelo rosto, precisamente nos meus olhos, limpando a formação de lágrimas.
Eu não podia acreditar no que estava a ler, eu convivo com esse homem todos os dias e ele ... Sinto um nó a formar-se na minha garganta, e desgosto, misturado com nojo apodera-se de mim.

Sinto nojo dele e de mim, por termos tido momentos tão íntimos. Eu beijei um monstro, alguém que supostamente comeu os órgãos... Prefiro nem pensar.

Ainda trêmula, tento pousa o copo na mesinha de centro mas acabo por parti-lo com a minha mão. Gemo de dor e ao mesmo tempo de repugnância por tudo que aconteceu entre nós.

Niall: Charlotte, estás a sangrar!- repara, fechando a porta.

Estou tão fora de mim, que nem me havia dado conta.

Maybe Love (H.S)Onde histórias criam vida. Descubra agora