23.0 The Blonde

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"Charlotte's POV"

Fui obrigada a responder um monte de coisas que sinceramente estava a me foder. Eu só pensava o quão estupido foi o Niall ao denunciar o Harry. E o pior, a maneira que encontraram-me. Encontro-me totalmente encolhida no sofá da sala, com os cotovelos apoiados nas minhas coxas e com as mãos contra o meu rosto, enquanto algumas lágrimas escorrem.

Um agente encontra-se sentado a minha frente, e isso está mesmo a dar comigo em doida. As perguntas têm sido as mesmas desde o início.

Polícia: pode se abrir comigo, eu sei que sabe algo, só não me quer contar! - afirma, soltando um suspiro.

Char: quer que eu minta? - questiono-o meio irritada - eu já disse que não sei nada do tal Harry, fui enfermeira dele por uma semana e supostamente tá morto!

Polícia: mas o seu parceiro de casa afirmou o ter visto a sair pela escada de emergência no último andar, se calhar tenha visto algo!

Volto a olhar para ele e dessa vez reparo no nome existente no seu crachá... Ian.

Char: já não acha vergonhoso me ter encontrado semi nua quer que o minta? - questiono-o suspirando.

Ele abana a cabeça e levanta-se da mesa. Observo-o a retirar alguma coisa do bolso da sua calça, consigo identificar um cartão. Ele o coloca sobre a mesa e solta um suspiro, ficando por breves momentos olhando para mim.

Ian: quando precisar de algo, já sabes... - diz ele, dirigindo-se até a porta.

Após ele sair, mantenho-me por breves momentos no mesmo sítio, tentando reorganizar todas as minhas ideias. Assim que ouço passos, olho para Niall aproximar-se de mim, levanto-me logo de seguida e o empurro pelo peito.

Char: tu não tinhas o direito de fazer-me uma merda dessas!- grito, voltando a empurra-lo com os punhos cerrados.

Niall: pára Charlotte, pára foda-se! - diz ele, pegando-me pelos braços enquanto eu me debruço- Ele só te vai levar para merda com isso tudo, não vês que te estou a ajudar?!

Char: não Niall, não! Ele não é nenhum assassino, ele não fez merda nenhuma! Ele é o rapaz que gosto e nunca me traiu com a puta duma amiga!- cuspo as palavras e consigo soltar-me.

Rapidamente, pego nas chaves de casa no centro da mesa e procuro sair de casa. Assim que consigo colocar os pés na rua, solto um suspiro de alívio e olho para o céu por pequenos instantes. Sentia-me sufocada em casa, mas também não sei para onde ir a esta hora.

Começo a caminhar pela rua, sem me importar muito com que as pessoas e muito menos com que tenho vestido. Os meus pensamentos rodeiam na minha cabeça a mil por hora e o meu coração cada vez mais apertado. O facto de não saber onde está o Harry fode-me toda, merecia alguma explicação...

Char: caralho!- murmuro para mim mesma assim que me dou conta que estou a chorar.

Encosto-me a algum lado que deduzo que seja uma parede. Acabo por deslizar até ao chão, olhando para as pessoas que caminham pelo passeio, deixando a rua totalmente agitada, pouco se importando com o meu estado.

O que eu mais queria era ter o Harry nesse momento, saber que ele está bem, que ele vai voltar. Mas eu não sei nada dele, eu não sei nada! Eu não quero ter uma relação assim pro resto da vida, até porque será impossível fugir sempre a polícia e aposto que estou por baixo dos olhos dela.

Limpo as minhas lágrimas e tento me recompor assim que vejo que os olhares de algumas pessoas caem sobre mim.

***: eu a posso ajudar!

Olho para uma mão estendida em minha direcção e logo depois procuro o rosto do dono da mesma. Vejo que é o Ian, e acabo encolhendo-me totalmente.

Ian: não foi ele, tenho a plena certeza!

Arregalo os olhos com que ele me tivera dito. Ele pode até estar a ser sincero ou apenas me quer comprar com a sua lábia. Mas há algo diferente nele que me fez de certa forma o acreditar. Não parece ser uma má pessoa, mas nem tudo que parece é, nem tudo que brilha é ouro.
Pego na mão dele e ele ajuda-me a levantar. Ponho-me de fronte ao mesmo, encarando-o durante um longo período de tempo, tentando formular todas as possibilidades dele me enganar.

Char: como posso saber se é de confiança?- questiono-o, meio baixo.

Ele sorri fraco, levando uma das suas mãos ao queixo.

Ian: eu tenho certeza que o Harry saiu do seu quarto, e mais do que tudo, quero que ministro se foda até a puta dos dedos dos pés! Ele e aquela sua amante... A directora do hospital!

As suas palavras espremiam um enorme ódio, meio sincero. Solto um suspiro, ainda confusa com tudo que tivera acontecido. Mas o que mais quero agora é provar a inocência do Harry para que possamos ficar juntos sem qualquer problemas. Se é que é isso que ele quer...

Ian: eu vou a ajudar a encontrar o Harry, não como polícia, mas como um amigo seu! - diz ele, estendendo a sua mão para mim.

Observo-a por longos instantes e depois para o rosto dele. Aperto a sua mão e ele sorri, mordiscando o lábio inferior.

Char: espero que eu esteja a fazer a coisa certa... - murmuro de modo que só eu o ouça.

Ian: não se preocupe!- diz ele no mesmo tom que eu.

...

Contei-lhe tudo entre mim e o Harry, desde o primeiro segundo que nos vimos. Ele não parece nada surpreso, parece bastante normal. Como se já soubesse de tudo. Isso agora aflige-me, será que ele é mesmo de confiança?

Ian: eu conheço o Harry há anos e sei que ele não faria tal coisa! O único problema dele foi amar a Paloma demais... - diz ele, dando um gole no seu chocolate quente.

As suas palavras fazem-me acordar das pequenas lembranças que recorriam dentro da minha cabeça. Ele conhece o Harry, e bem melhor que eu, quem é ele realmente?

Char: quem és tu?! - questiono-o, a fervura de ansiedade.

Ian: sou o Iani Smith, mas prefiro que me tratem por Ian... Foi o nome que me deram durante o curso...

Espera, o Ian afinal conhece o Harry? Agora estou mesmo confusa, mas contudo, ele acaba de ganhar mais uns pontos, agora tenho quase a certeza que é de confiança.

Char: eu não quero saber do passado do Harry nesse momento, mas eu quero encontrá-lo! - digo-o bastante convicta, dando o último gole no meu chocolate.

A minha atenção logo é roubada, após o som do pequeno sino instalado na parte superior da porta do café soar. Observo a porta, e o que vejo não me agrada, a famosa Paloma... Ouço Ian a sussurrar um "porra" e a levantar-se logo de seguida.
Ele deixa o dinheiro sobre a mesa e começa a caminhar em direcção a porta, tal como eu. Os nossos passos são meio apressados, principalmente os deles.
A porta estava a cm de mim, enquanto Ian já se encontrava lá fora, retirando um maço de cigarros do bolso. A Loira com postura omnipotente, põe-se a frente de mim, com um sorriso espalhafatoso no rosto, que me faz quase borbulhar de raiva.

Maybe Love (H.S)Onde histórias criam vida. Descubra agora