"Charlotte's POV"
Aquela necessidade insana de expelir os fluidos para fora de mim, foi totalmente esquecida. Parece que o meu cérebro deixou de receber o sinal para a realização desse processo metabólico e sim, passou a responder sinais que receberá do Harry.
Saí da casa de banho, abraçando-me a mim mesma, esfregando as mãos pelos meus braços de modo que consiga obter uma certa segurança. Eu vou colocá-lo dentro de casa, com o Niall lá, e nem sei se será por quanto tempo.
Consigo alcançar as meninas e sorrio dum jeito desajeitado, pondo uma mecha de cabelo atras da orelha, enquanto pego na minha pasta e a coloco no ombro.
Char: vou pra casa, avisem ao Niall... - peço-as, pondo as mãos nos bolsos do meu casaco, de modo que consiga aquece-las.
Marnie: sim, nós avisamos, vai bem!- diz-me ela, com um sorriso fraco.
Aceno para elas, saindo do bar num passo meio lento, de modo que os meus pensamentos consigam organizar-se antes de encontrar Harry na parte de fora do recinto.
Assim que coloco os pés na fria cidade de Manchester, solto um suspiro e consigo ver o "fumo" produzido devido ao "ar" expelido pelos lábios. Olho para os lados, de modo a encontrar o homem de uma estatura bastante intimidadora.
Quase guincho devido ao susto, ao sentir algo nas minhas costas, viro-me bruscamente, colocando a mão no peito.
Char: não me voltes a fazer isso!- repreendo-o, fechando os olhos por breves momentos.
Harry: vamos!- diz-me, sem qualquer expressão.
Ele passa a frente de mim, e eu simplesmente o sigo. Consigo alcançar os seus passos, que não são nem muito rápidos nem muito lentos, mas devido ao comprimento das suas pernas, são bem maiores que os meus. Intriga-me bastante, o facto de estar ajudá-lo e ele não me ter contado nem a metade do seu plano. Talvez me conte quando chegarmos.
Quando os meus pensamentos abrandam por breves instantes, noto a presença do edifício onde moro já ao virar da esquina. Aumento os meus passos, porque já não suporto esse frio, eu preciso realmente de aquecer-me de algum modo.
Entro no prédio, sorrindo fraco para o porteiro e como já seria de esperar, o Harry não sabe cumprimentar ou ser gentil. Ele parece um homem das cavernas, não que isso me importe, apenas quero ajudá-lo a provar a sua inocência porque acho injusto alguém pagar com a vida por algo que não fez. A princípio é isso que parece.
Retiro as chaves de casa da minha pequena pasta, assim que já nos encontrávamos fora do elevador. Os meus passos são rápidos e dirigidos até à porta do meu apartamento. Como sempre, do meu jeito desajeitado, abro a porta e acendo as luzes da sala assim que entro.
Deixo Harry entrar logo depois de mim e fecho a porta por trás dele. Retiro o meu casaco e pouso no pendurador ao pé da porta. De seguida, descalço as minhas botas e as coloco no pequeno armário situado ao pé do lugar que o do pendurador.
Rapidamente, deslizando sobre o chão madeirado, aproximo-me do Harry que caminha em direcção ao meu quarto. A sua falta de educação, dessa vez assusta-me bastante. Ele está numa casa alheia, ao menos devia pedir permissão para locomover-se.
Char: pretendes ficar aqui quanto tempo?- questiono-o, fechando a porta do meu quarto, após entrar depois dele.
Faço um coque no meu cabelo, assim que ele retira a sua camisa e eu praticamente esqueço-me totalmente do que me estava a inquietar a pouco. As tatuagens espalhadas pelo seu corpo deixam-me de certa forma bastante arrepiada, mas nem todas, algumas delas, parecem interessantes, como por exemplo: as andorinhas no seu peito e o barco a vela no seu braço.
O seu corpo era quase todo rabiscado, e isso não tirava nem um pouco a sua sensualidade.Sinto as minhas orelhas ardentes, e as bochechas também, pensamentos pecaminosos contracenam-se com tantos perdidos dentro da minha cabeça.
Harry: foca-te alguma vez na tua vida! - rosna com bastante agressividade, fazendo-me olhar directamente no seu rosto.
Seus olhos tornam-se mais esverdeados e a sua mandíbula encontram-se mais apertada ainda do que o habitual. Acho que ele esteve a falar comigo durante esse tempo todo enquanto eu me perdia comigo mesma.
Harry: fico aqui só por essa noite... - responde-me, dum jeito mais manso, ficando com uma expressão mais relaxada.
Eu assinto e sento-me na cama, no lado oposto do dele, pegando no meu livro posto sobre a mesa de cabeceira. Ele ainda não havia me pedido alguma ajuda, apenas limita-se em focar-se na tela do portátil que acabará de retirar da sua mochila.
Abro a caixa dos meus óculos que estavam algures perdida dentre os meus lençóis e os coloco no rosto, abrindo na página onde tivera fechado há dois dias atrás.
...
Acabo de ler média de 5 paginas e fecho o livro, imaginando como as coisas teriam acontecido se esse livro fosse algo real. Não consigo imaginar uma paixão tão ardente como a do casal do livro, é algo excitante e que deixa muito a desejar. Mas coisas dessas não acontecem com regularidade nos tempos de hoje.
Quando me dou conta, os meus olhos encontram-se perdidos no rosto do Harry. A sua expressão séria, como o cenho franzido e com o polegar na boca, provavelmente roendo a sua própria unha devido a qualquer situação que o perturbe. Na verdade, tudo na vida dele o deve perturbar.
Ele coloca o portátil ao seu lado e passa as mãos pelo rosto, deslizando-as até ao cabelo, fazendo os seus fios de cabelo irem para trás. Noto uma enorme tensão no seu gesto e a minha atenção é desviada, assim que oiço à porta a bater.
Niall: primeiro preciso saber se a Char tá acordada! - ouço-o a dizer e fico mais atenta para ouvir a voz da mulher- Calma Marnie, vou só a despedir!
Ouço passos vindos do corredor e não sei se tento raciocinar o facto de que o Niall vai dormir com a melhor amiga da suposta sua namorada ou o facto de estar a ver a maçaneta já a virar-se, fazendo-me lembrar de que não tranquei a porta.
Harry encontra-se com o cenho franzido, olhando para a porta, mostrando uma expressão de desentendimento. Num movimento brusco e como é vindo de mim, desajeito, sento-me no colo do Harry, de frente para ele, rodeando os braços à volta do seu pescoço, beijando-o do jeito mais selvagem que posso.
Ouço à porta abrir-se e quase guincho ao sentir as mãos no Harry contra o meu rabo, apertando cada nádega, fazendo movimentar-me involuntariamente contra o seu colo.
Não sei como, mas lentamente me deixo relaxar diante deste acontecimento, os meus lábios movimentam-se vagarosamente contra os dele e num impulso, passo a língua nos belos lábios carnudos e rosados que o pertencem e quase solto um gemido de dor assim que ele volta a apertar o meu quadril, retirando-me do seu colo assim que a porta fecha-se.As nossas respirações encontram-se irregulares e provavelmente os nossos corações. Sinto as minhas bochechares arderem intensamente e o Harry volta aproximar-se de mim, enquanto me sento ao pé dele, após quase ser jogada do seu colo com uma agressividade insana.
Seu olhar volta a perfurar-me, enquanto o seu nariz roça o meu, e o seu olhar dirige-se aos meus lábios.
Harry: próxima vez que beijares-me, fodo-te até pedires perdão! - rosna, olhando directamente nos meus olhos, fazendo-me engolir em meio seco, desfazendo o nó na minha garganta.
Era insano como um homem, que havia me pedido para estar com ele no hospital, e após me ter beijado duas vezes, me trata assim... Isso de certa forma doeu e fez-me ver que realmente seria usada por ele no leito da sua morte.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Maybe Love (H.S)
Teen FictionCharlotte, uma mera enfermeira que lhe foi dada a função de tomar conta dum dos maiores psicopatas da história do Reino Unido, supostamente. Acabando mais envolvida num dos crimes mais caricatos alguma vez visto, graças ao seu autor... Harry Styles.