-Eu quero que saiba, que mesmo sendo jogado na porta de uma casa dedesconhecidos, não tenha dó de mim. - Quebrou o silencio no carro,quando estacionou no estacionamento do apartamento. - Aquilo não foiuma derrota, se fosse uma derrota eu não estaria onde eu estou, oque ainda vou conquistar, então não tenha dó.
-Não tenho dó, eu só paro e me coloco no lugar. - Abaixo a cabeça,não sabendo se é certo ou não terminar a frase. - Talvez se fosseeu no seu lugar, eu não iria estar tão calma.
-Estaria calma, pois quando está dentro do "problema" equando isso se refere ao passado, você sabe que fúria nãoresolveria nada. - Coloca sua mão em minha coxa e aperta. - Isa, nãoimporta, tudo bem?
Talvezele ainda não parou para pensar, mas importa sim, se essas pessoasque largaram ele na porta estejam perto? Se virem que ele irá ser umhomem de nome e quererem aparecer para usufruir?
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Oapartamento não é luxuoso, mas cada pedacinho e detalhe delelembram do Lucas, como sua estante com discos, CD's de suas bandas,cantores, e uma que não poderia faltar claro, era Red Hot ChiliPeppers e os cantores Zé Ramalho e Nando Reis, os três queridinhosdo Lucas.
Televisãomédia, ele nem deve ligar ela para ver algum programa de televisão,deve utiliza-la somente para ver os Dvd's, filmes, Netflix. Ele gostade ler jornal. Como que eu pude gostar de alguém que lê jornal?
Asparedes com papel de parede texturizado, bege.
Estouno meio da sala rodeada de coisas que me fazem questionar o quão bemconheço ele, tem fotos nossa, não minha e dele, quero dizer, dafamília inteirinha e isso é uma graça.
-Pode colocar a mochila no quarto. - Ele olha para mim, aqui no meioda sala, e não sei o que se passa na cabeça dele, somente que oquer que seja que habita seus pensamentos, isso o deixa perdido. - Podeseguir o corredor , a segunda porta.
-Obrigado, Lucas. - Deixei escapar seu nome, o que não é novidade,sempre seu nome saia de meus lábios naturalmente, mas agora édiferente.
Eleé um "estranho" que foi largado na porta da casa de meusavos, eu quero abraçar esse ser que desde pequena me cativou, feznascer um sentimento louco, ingenuo, confuso. Poderia nomear devárias coisas, mas nunca conseguiria achar algo que encaixasseperfeitamente.
Sigoseus comandos que levam até um quarto, com uma cama grande, umaestante com dois golfinhos azuis, Lucas gosta de golfinhos, lembroquando no aniversário dele eu desenhei "seu rosto" em umcorpo de golfinho, foi hilário. Também tem um armário médio,bonito de vidro em frente a cama e uma porta, deve levar ao banheiro.
Jogominha mochila na cama, os lençóis são um cor creme são lindos eestão arrumados de forma errada, o que me faz rir, ele tentouarrumar pelo menos.
-Não deveria rir de mim deste jeito, eu sei o que está pensando. -Sua voz me faz pular de susto, tento parar de rir, mas com o susto opequeno risinho virou em uma gargalhada estranha e sem jeito.
-Você nunca foi bom mesmo, nessas coisas. - Digo, parando de rir. -Pelo menos você tenta deixar organizado.
-Sou um bom partido. - Reviro meus olhos, "metido".
-Teve aquela semana que você me deu dez reais para arrumar seuquarto, vovó só deixaria você sair se mante-se tudo organizado,então você dormia no chão de seu quarto só para não bagunçar acama. - Me sentei na cama dele permitindo-me me inclinar para trás erir dele mais ainda.
-Nossa, você se lembra. - Anda até a porta do banheiro e para bem emfrente dela. - Talvez você possa ir de mim, eu deixo.
-Você tem que deixar nada! - Grito, não gosto quando ele fala "eudeixo", não pedi para deixar. - Eu hein.
Quandoera eu criança e estava fazendo algo errado, Lucas falava "eudeixo" e então eu parava na hora. De birra. Eu sendo eu, Lucassendo idiota!
Elesai do quarto com uma bermuda cinza e sem blusa, qualquer coisa queesconda esse tronco maravilhoso, paro de encarar a sua barrigadefinida e olho em seus olhos. Lucas não tira seus olhos de mimenquanto anda, retira minha mochila de meu lado, senta-se ao meulado, sorri.
-Eu poderia ter você aqui, nesta cama. - Passa sua mão por meusbraços que estão no meio de minhas pernas e vai subindo até meuombro. Pega o cabelo de minha nuca e puxa fazendo-me cair para trás,mas minhas costas quase não tocam a cama. - Agora. -Ele senta emcima de mim, sorri, maldito sorriso! Fecho meus olhos esperando seubeijo, mas algo me levanta, mal consigo ficar em pé, minhas pernasestão bambas. - Mas estou morrendo de fome.
-Vai ficar gordo. - Digo ainda com vergonha. - O que vamos comer?
-Não sei, vamos sair.
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-O que quer? - Lucas pergunta na frente do garçom, penso um pouco,demoro para saber o que quero, pois com meu pai sempre é ele quepede ou minha mãe, agora eu posso escolher.
-Batata frita com queijo, bife médio, um pedaço pequeno de lasanha,espetinho de frango e uma saladinha de repolho. - Olho mais um poucopara o cardápio. - Sprite para acompanhar.
-Eu vou querer o mesmo, mas quero bife grande, obrigado. - Lucasentrega o cardápio para o garçom gatinho. - O que está pensando?
-Garçom é um gatinho. - Respondo esperando ver a reação do Lucas.
-Bom saber que ele tem sete vidas. - Pisca para mim e ri. - Nós nuncamais tocamos no assunto sobre garotos depois daquela ligação no meuaniversário.
-Quer conversar sobre isso?
-Tenho medo do que posso ouvir, mas não tenho direito de ficar puto.- Tudo que ele fala parece que foi calculado para me agradar, o que ébem suspeito, mas por hora, não ligo. Por mais que saber que ele tem consciência que não pode ficar puto com que pode ouvir, ainda tenhoreceio.
-O que quer saber? - Pergunto sem saber por onde começar.
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BJSS
O QUE GOSTARIAM PERGUNTAR PARA OS PERSONAGENS?
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Ninguém vê (INCESTO) HIATUS
Romance"Ninguém vê que esse sentimento é mais forte, que me faz quase explodir, que depois disso posso apenas sorri, o que me dar poder, nunca vou ser o mesmo depois dela, o que ficou para trás é passado, não vou ser o mesmo, posso seguir, mas sem ela não...