CAPÍTULO 1. PARTE (3)

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— Me chamo Adriano, e esse carro está no lugar errado — diz o garoto do corredor, pronunciando o seu nome com orgulho. Sinceramente não entendo o porquê. Que eu saiba o significado desse nome não é um exemplo de pessoa.

    Adriano é o único a continuar pregado no carro com uma feição sarcástica, olhando para os coleguinhas que riam de tudo.

— Adriano, talvez seu cérebro que esteja no lugar errado. — Olho nos olhos dele o desafiando. Adriano se afasta para trás assim que uma garota atravessa sua frente como se fosse a presidente da república.

— Quem é você? — pergunta a garota com um olhar de esnobação.

— Não importa quem sou eu, o importante é vocês ficarem longe de mim e do meu carro. — Dou de ombros, dando a conversa por encerrada, e caminho em direção à sala de aula.

   Uma garota sorridente vem logo à minha frente, com os cabelos presos e roupas formais.

— Me Chamo Beatriz. Você é Ketherine Davis, correto? — pergunta Beatriz entrando na minha frente e me impedindo de seguir com os meus passos rápidos.

— Legal! Todo mundo me conhece. — Não estou nada animada.— Você os enfrentou! Então basicamente todos te conhecem. — Ela entra em um estado de êxtase irritante. Parecia mais um robô falante do que uma garota na faculdade. — Sério que isso pode se tornar uma notícia no jornal da noite? — pergunto impressionada com a situação, ou pelo menos tento fazer pouco caso daquela notícia.— Somos todos notícia. — diz Beatriz revirando os olhos e indo embora. 

   Novamente volto em direção á minha sala, mas logo percebo que terei problemas para encontrar o caminho de volta. Pois, havia perdido o mapa que tinha ganhado assim que entrei na faculdade. Sigo em frente confiante, olho sala por sala cuidadosamente. Um esbarrão me joga contra a parede. Ao procurar a pessoa que fez isso comigo, acabo olhando nos olhos verdes de um garoto que aparentemente é o culpado pelo encontrão.— Desculpa! — diz ele sorrindo com uma das mãos sobre a alça da bolsa escolar.— Ei! Calma aí! Você sabe onde é a sala de Design Gráfico? — pergunto intensamente nervosa, nada confiante na altura do campeonato.

— Sim. Essa aqui. — informa o garoto apontando para minha esquerda.— Desculpa! — Sinto vergonha e felicidade ao mesmo tempo. Como pode uma pessoa se enganar tanto? — penso alto e, ao perceber que o garoto está intrigado, disfarço dando de ombros para aquela conversa e entro na sala logo depois de agradecer.

     Eram dois professores de design gráfico. "Tudo isso para um melhor desempenho de cada aluno da instituição Drogmon", repito o que estava escrito em minhas anotações escolares.— Atrasada, senhorita...? — pergunta a professora de óculos, com uma feição nada feliz.— Ketherine Davis. — respondo calmamente, pedindo com educação para que eu possa entrar em sala de aula. Ela permite com um breve "seja bem-vinda" de braços estendidos para o lado. Ao entrar, me sento no mesmo lugar da primeira aula e, quando me viro, percebo que a garota da briga que havia entrado na frente do garoto para o defender estuda comigo. — Senhorita Ketherine, você pode nos dizer e mostrar uma bela arte? — A professora continua séria, como se estivesse mal-humorada ou só brava comigo.

   Me levanto da cadeira, abrindo com delicadeza meu caderno com os dedos, para que eu possa ler o nome daquela professora que estava escrito nas informações.— Sra. Cátia... Acho que talvez eu não esteja pronta. — Pego o giz e olho para a professora, que me desafia com seu olhar destemido e sem piedade.— Não te perguntei isso. — rebate a Sra. Cátia, cruzando os braços.— Tudo bem. — Coloco-me na frente e olho para toda a sala, que parece sonolenta.— A arte tem como meta realizar sonhos, expressar sentimentos, ser verdadeira. Acreditando que a arte pode ser um meio de comunicação, creio que ainda falta muito para ela crescer. — Assim penso ao olhar para todos e depois para a professora, que espera algo de mim.— Vamos! Comece. — apressa a Sr. Cátia, com seus olhos desafiadores sobre mim. — Não sei o que falar. — Dou dois passos para trás até me sentir segura encostada no quadro. — Pode ir se sentar! — Sra. Cátia volta para o seu lugar atrás da mesa de madeira preta. 

UM ROMANCE POR ACASO.Onde histórias criam vida. Descubra agora