CAPÍTULO 5. PARTE (2)

55 23 14
                                    


— Meus pais vão me matar! Estou grávida! — Sofia coloca as mãos na boca apavorada com a notícia, mas imediatamente abraçou a irmã e permitiu que ela apoiasse a cabeça em seu ombro e chorasse. A mesa quadrada guarda quatro lugares. De um lado Demi e Sofia; do outro, os pais. — Eu não quero vocês duas andando com aquelas garotas da Moira. — A mãe vê maldade em tudo, apontando todas as garotas com as mesmas idades de suas filhas. 

Já o pai fica calado, muito sério e pouco presente. Num clima de falas egoístas, a cabeça de Demi queima tanto que parece ficar cada vez mais pressionada com a notícia que tem para sua família egocêntrica. — Desculpa, mãe! Desculpa, pai! Eu estou grávida. — Demi começa a chorar desesperada, olhando para seus pais inertes, enquanto Sofia olha para ela com complacência.

— Você é apenas uma garota! — grita o pai se levantando da mesa e indo em direção à janela. Preocupado e atordoado, olha para um lado e para o outro. 

— Quem é o pai? — pergunta com um olhar de pai para filha. — Não sei. — Ela abaixa a cabeça.

— Minha filha grávida! — É a vez da mãe começar a chorar com as mãos no peito. — O que eu fiz de errado?

— Mãe, nem todos os cuidados do mundo podem impedir uma gravidez. Demi não teve escolha. Ela foi estuprada. — Sofia estende a mão para sua irmã por cima da mesa, ambas com lágrimas nos olhos.

— Ela foi? —  Moira hesita ao perceber quão forte seria cada palavra e um silencio ensurdecedor percorre por todo o canto da sala.  

Ao ter certeza de que ninguém irá falar nada. Sofia se pronuncia com vigor.  — Sim. Ela foi estuprada. — mesmo que isso trouxesse más lembranças a Demi. Ambas sabiam o quão é necessário deixar claro o que houve naquela noite. 

Demi encara todos da sala. Naquele momento ela sabia que sempre poderia contar com a sua irmã e o quão ela a admirava. Ela se sente mais segura e certa de que naquela noite ela havia sido vitima e não culpada. — Eu queria perder a virgindade e acabei me entorpecendo com drogas e as coisas acabaram saindo do meu controle. — Um suspiro prolongado. — E quando me deparei, já estava naquela situação. Peço desculpa a vocês, mas eu não tive escolha. 

O pai volta para o centro da sala onde todos estão. — Isso é uma consequência da sua criação. —  todos da sala voltam os olhares para Moira que não se sente surpresa com a acusação.     

— O que você sabe sobre consequências ? a sua filha é uma vergonha para mim! — A mãe grita a ponto de os vizinhos poderem ouvir.

— Vergonha aqui é você por ser mãe e mulher e desprezar sua filha por questão de imagem social. — Sofia segura firme a mão de Demi e a leva para o seu quarto. - Será difícil para ela, não para vocês. Quem terá que lidar todos os dias com essas dores, imagens e até mesmo com pesadelos será ela e não vocês. Então não ajam como se vocês fossem as vitimas aqui.  - em lágrimas Sofia segura na mão de Demi e a leva para o quarto de onde era possível escutar as lamentações dos seus pais.  

No dia seguinte houve diálogos a respeito da melhor decisão a ser tomada referente a gravidez de Demi. Todos queriam a melhor opção. Moira houverá de passar noites em claro se fosse preciso para que ninguém descobrisse o que havia acontecido com a sua filha mais nova. 

    Depois de alguns estantes, Moira decide mais o seu esposo que vai levar a sua filha para uma clinica onde estaria fazendo o aborto. Ambos concordam que aquela teria de ser a melhor escolha. 

Demi está sentada ao lado de sua irmã enquanto sua mãe conversava com um senhor atrás de um balcão. Ele usa óculos e aparenta ter uns 60 anos de idade. Há outras jovens naquele consultório pequeno e sujo. 

— Mãe! — Demi se levanta o banco olhando nos olhos da Moira. 

— Eu não vou abortar. — Dá um passo à frente com confiança.

Sofia se levanta olhando para a mãe por cima do ombro de Demi.

— Você nem sabe quem é o pai. — responde a mãe com um olhar de preocupação. 

— O que importa é que ele tem uma mãe. Mesmo que eu queira esquecer tudo, nunca será apagado. E pela primeira vez, quero eu escolher o que quero viver independente do que os outros irão dizer. — Demi sorri percebendo que Sofia aperta sua mão com bastante força.

— Como assim? Seu pai vai te matar, nós não temos condições suficientes para... — A mãe deixa uma lágrima rolar do olho esquerdo, refletindo sobre aquela situação da filha de uma forma racional, ou pelo menos tentando. Há várias hesitações prolongadas. — Eu vou enfrentar as consequências. Se for preciso ficar sem comer para o alimentar, ficarei. — Demi coloca as duas mãos na barriga e sorri.


___♡______😊___♡___😢---------☆☆☆

CONTÍNUA...

OBRIGADO POR TUDO! VOCÊS SÃO INCRÍVEIS.

O que vocês acharam dessa história?

CONCLUÍDA A HISTÓRIA DA DEMI. 

UM ROMANCE POR ACASO.Onde histórias criam vida. Descubra agora