AMEDRONTADO - LIVRO 2 [COMPLETO] - Trilogia Irmãos Amâncio

1 - APRESENTANDO NATALIE

Ouçam a música que acompanha o capítulo, conforme vídeo no topo da página!

Excelente leitura!!! <3

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"Opressivo diário: Responda para mim - quando foi que o amor se tornou dor e quando foi que a dor se tornou desejo?".

Natalie Campos de Sousa, esse é o meu nome de batismo. Apesar de ter um "e" no final de meu primeiro nome, ele desaparece quando pronunciado. O "Campos" veio de minha mãe, obviamente, e o "Sousa" de meu pai. Eles são legais, porém os últimos tempos não têm sido muito bons para nós. Bem, esse assunto devo retratar mais para frente...

Estou com 23 anos. Meus cabelos são de um loiro meio bege, herança de meu avô paterno; na época em que os tinha, claro. Meus olhos são castanho médios, embora com as crises precoces de catarata estão um pouco mais claros. Minha altura é mediana, 1,64 cm, mas alta o suficiente para ter me feito sair da ginástica olímpica ainda na fase escolar.

Falando de atividades físicas, sempre gostei de praticá-las. Ainda no maternal eu preferia brincar com bola de futebol do que com bonecas. Ginástica, corrida, bicicleta, patins, skate – estes eram hobbies, mas a minha profissão mesmo estava no handebol. Bem, pelo menos até o ano passado... Eu era a principal atacante do time e já havíamos vencido dois campeonatos regionais. Sou canhota, mas prefiro atacar com a direita; inusitado, eu sei. Mas, minha vida é assim... Ela nem sempre tem lógica.

Tenho um meio irmão, por parte de pai, que há muito tempo eu não via. Tanto tempo era que quando o vi quase não o reconheci. E apesar d'eu ter ficado muito feliz em revê-lo, os problemas começaram a partir daí. Claro que ele não tinha culpa por nada. Mas, depois de sua aparição, minha mãe saiu de casa... Eu nunca soube quem era a mãe dele, mas ele nasceu antes de meus pais se casarem, disso eu sabia! Não sei também o teor da briga deles, embora esteja evidente a causa.

Nando Muniz, meu irmão – sim, o nome dele é "Nando", tem 28 anos e é um clássico galã de televisão. Possui a mesma cor de cabelo e olhos meus, é musculoso e tem 1,82 cm de altura; arranca suspiros por onde passa. Formado em Educação Física, pós-graduado em musculação e hidroginástica, apareceu depois de mais de 15 anos de afastamento. Nunca entendi a sua distância de nós, muito menos tenho entendido sua aproximação. Tudo o que me falam a respeito da mãe dele é que ela está morta e tudo o que ele me diz sobre sua volta é que queria ficar mais próximo da família. Mas, eu sei que há mais nessa história... Posso apostar nisso!

Pouco após a sua volta, cerca de 8 meses atrás, comecei a sentir algumas tonturas, indisposição, náuseas e problemas de visão, como visão dupla, diminuição da acuidade periférica e opacidade. Senti também que minha capacidade física estava diminuindo, eu me sentia mais cansada do que o normal. Tentei continuar no time de handebol, mas eu já não conseguia aguentar um tempo normal de treino, quanto menos de jogo. Sem contar com os problemas de visão que me faziam, às vezes, errar a pegada da bola e o alvo. Tendo que deixar o time, tentei treinar com mais afinco minha capacidade aeróbica. Concentrando-me nessa tarefa, acabei dispensando outras, como a companhia de meu ex namorado.

Jadir estava concentrado no último ano de faculdade e não fazia ideia do que estava me acontecendo.

Ele tem a minha idade, 1,76 cm de altura, cabelos ruivos, quase alaranjados, meio ralos. Os olhos verdes dele me chamaram muito a atenção de início, por um motivo particular, claro... Nos conhecemos em um evento de música. Ah! Eu amo música! Porém, eu gosto de rock e metal, Jadir não! Ainda assim eu gostava muito da companhia dele. Ele sempre foi divertido e fazia de tudo para me alegrar quando cabisbaixa. Mas, não sei... Nunca me senti muito a vontade de falar sobre tudo a meu respeito com ele. Eu estava enfrentando muitos problemas, então não consegui manter nossa relação que já durava quase 3 anos. Nem eu acredito que tenha durado tanto, na verdade... No entanto, eu não havia calculado que isso lhe implicaria grande mudança. Jadir enlouqueceu após o término! Até implicar com meu irmão ele implicou!

Eu tenho notado seu olhar de preocupação por, finalmente, perceber que eu estava com problemas sérios. Mas, ainda que possa parecer rude, eu não preciso mais dela. O melhor seria eu me concentrar na minha melhora. Mas, eu não conseguia manter o foco totalmente...

Talvez fosse melhor eu trocar de academia. Uma em que não tivesse nem meu meio irmão, nem os olhares aflitos de Jadir, nem qualquer outra distração em particular. No entanto eu não queria! Podia até ser melhor sair, mas eu queria ficar. Desta vez eu não fugiria! Por isso pedi ao meu pai para nos mudarmos para mais próximo. 

Eu tive um grande amigo na época da escola. Na verdade, eu nunca o considerei apenas isso. Eu me apaixonei por Natiel desde o dia em que ele me pediu a borracha emprestada no sexto ano de escola! E eu era tão boba que, depois daquele dia, apertava, beijava e me confidenciava com ela. Até hoje a guardo com muito carinho e ainda me pego suspirando de vez em quando...

Natiel tem mais dois irmãos vivos e ele é o do meio. Os outros são Adriel, que tem três anos mais que ele, 26, e Daniel que tem 18. Mencionei os irmãos vivos, pois ele tem um irmão falecido; mas faz tanto tempo, que ele mesmo quando fala dá de ombros por pouco se lembrar. Também há boatos de outros meio irmãos, mas não posso entrar em detalhes do que nem mesmo os que poderiam estar interessados parecem saber...

Não tive tanto contato com os outros irmãos naquele tempo de escola. Até porque havia boatos de que o mais velho estava internado em um sanatório e, quanto ao mais novo, ele ainda era muito novo para estudar em nossa escola. Quanto aos pais deles eu sabia ainda menos... Aparentemente se isolaram e se separaram após a morte do que era o filho mais velho, apenas sei isso.

Natiel sempre foi encantador e popular! Ele vivia levando broncas dos professores por usar uma touca, de lã branca, na sala de aula – veste esta que até hoje o acompanha por onde ele vai. Eu não entendia porque ele escondia o belo cabelo acastanhado claro, que já naquela época, tinha o comprimento até seus ombros. Foi ele quem me viciou no heavy metal. Natiel até sabe tocar guitarra, baixo e bateria, além de cantar muito bem; habilidades essas que há muito tempo não o vejo praticar! Na época de escola ele até pertencia a uma banda! Os olhos verdes dele sempre me faziam desconcentrar, principalmente quando olhavam diretamente para mim... E quando ele sorria, então?

Foi em uma tarde de primavera que, estando na biblioteca, nos beijamos pela primeira vez. Eu estava folheando um livro, fazendo umas pesquisas, enquanto Natiel estava com os braços cruzados na mesa e com a cabeça apoiada neles, ele me olhava e sorria. Ele era tão lindo!

Apesar de nunca termos assumido o compromisso, eu me sentia namorando, mas pouco tempo depois senti que eu era bem mais importante para ele do que pensava. Ele me confidenciou um diário! Dizia que não era seguro guarda-lo na própria casa, então me pedira para escondê-lo comigo.

Eu me sentia orgulhosa pela cumplicidade que tínhamos e estava cada vez mais apaixonada. Porém, assim que a estação das flores acabou, nossa amizade também e tudo o que o envolvia passou a me trazer sofrimento... Muito sofrimento!

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Surpresos com o que Natalie está a dizer? Ainda veremos mais nos próximos!!! Sintam, curtam, vibrem, comentem, dancem, cantem, se esbaldem ouvindo "Pellek" (vídeo no topo da página), que tem me inspirado nos capítulos desse mais novo livro!!! <3

Até breve seus lindos ;)

Música do capítulo: "Northern Wayfarer" (Original) By Per Frederik "Pellek" "Ãsly"