24 - EU AINDA DEVO ESTAR DELIRANDO - Jadir

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Olá seus lindos! ;)

Ouçam a música, que está no topo em vídeo, enquanto estão lendo!

Iremos reconciliar ou brigar mais?

Excelente leitura!!!

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– Ai! Não voltarei a beber nunca mais na minha vida – murmurei comigo mesmo. – Esta, definitivamente, é a pior ressaca que já tive.

Além da dor, eu estava sentindo muito enjoo. Também estava com a visão em duplicata, além do incômodo devido a luz. Minha cabeça estava me matando... Ainda assim, pensei que as coisas não poderiam ficar pior. Porém, pensei cedo demais...

Meus ouvidos notaram a presença de alguém que vinha lentamente, mas com passos firmes, claudicantes, golpeadores... O que Adriel estava fazendo aqui? Ele realmente iria aparecer diante de mim?

– Norberto? – Ouvi a inconfundível voz rouca e me senti mais incomodado. Norberto? É claro... – Como você está?

Esforcei-me para levantar a cabeça e fita-lo. Percebi um certo tom de preocupação em sua voz, mas não acreditava nela... Sua expressão, porém, acompanhava. Bufei gozando:

– Para que quer saber? Veio para caçoar de mim?

Voltei a cabeça para o plano horizontal. Não queria ter que ficar o observando. E ele não respondeu por um tempo... Quem sabe perceberia que era melhor ir?

– Desculpe-me...

Abri os olhos mais e elevei as sobrancelhas.

– O quê? – Perguntei incrédulo quanto ao que ouvira.

– Não devia ter-lhe falado daquele jeito...

Movi minha cabeça novamente e, embora a dor estivesse lancinante, amparei-a com uma das mãos, enquanto a outra me ajudava a me manter com um grau de inclinação de tronco suficiente para encarar Adriel.

– O que deu em você? – Questionei irritado. – Isto não tem a menor graça.

Adriel não olhava para mim. Ele fitava um quadro a minha direita.

– Estou falando sério. Você sabe que eu não gosto de brincadeiras.

Tentei rir, mas a dor não me deixou, então pigarreei:

– Por que você tem que ser a minha pedra?

Ele voltou a me fitar curioso. Continuei aleatório:

– Já ouvi que todos nós temos um fardo específico para carregar. Fardos esses que faz com que as pessoas não se desviem do dever.

– O que quer dizer? Está delirando? – Franziu o cenho.

– Muitos dos meus colegas de faculdade reclamavam dos professores, de suas pressões, mas a minha maior prova, não era nenhum dos testes que eles aplicavam – continuei, como se Adriel nem estivesse ali. – Meu maior desafio sempre foi você, cara!

Ele ainda me fitava curioso. Prossegui, em uma sátira nostálgica:

– Minha orientadora do projeto científico, desde o primeiro ano de faculdade, era a supervisora do estágio de neurologia. E, logo de início, ela me encarregou de seu irmão e você, mas, principalmente, de você. ... Ah, que cruz!

AMEDRONTADO - LIVRO 2 [COMPLETO] - Trilogia Irmãos AmâncioOnde histórias criam vida. Descubra agora