AMEDRONTADO - LIVRO 2 [COMPLETO] - Trilogia Irmãos Amâncio

30 - CONSEQUÊNCIAS DE NATIEL - Quarta Parte

Enquanto estão lendo confiram a música, que está no vídeo no topo da página - sei que irão gostar!!!

Aí vai um capítulo bastante esperado...

Excelente leitura!!!

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Tamanha foi minha pressa que, ao chegar, tropecei no tapete de entrada do Czar e teria caído, senão fosse a ajuda de um garoto.

– Ah, obrigada – falei vexada. Ao fita-lo, porém, franzi o cenho e questionei: – Eu já não te conheço?

– Tome mais cuidado – falou arranhando a voz, se encobrindo com a touca do moletom, e se retirou depressa.

Ainda o olhei, enquanto corria rua abaixo, mas logo dei de ombros. Não tinha tempo para outras distrações. Eu precisava me encontrar logo com Natiel. Vasculhei o ambiente, que estava muito cheio, e todos os lugares com mesa estavam ocupados; porém Natiel não parecia estar em nenhum deles.

Fui até o Sérgio no balcão das bebidas e questionei:

– Oi Sérgio. Você viu o Natiel?

Ele sorriu e me respondeu:

– Vi sim. – Fechou a expressão curioso e continuou: – Ele parecia emburrado, impaciente... Muito estranho. Estava sentado lá na mesa sete, mas depois de algum tempo saiu.

– Saiu? – Perguntei sobressaltada e elevei a voz. – Ele foi embora?!

Ele negou com a cabeça, e apontou para a minha esquerda:

– Ele está ali com uma garota.

Gelei ao direcionar o meu olhar para o local apontado.

Eu era mesmo uma tola! Eu não devia ter acreditado que Natiel se importava mesmo comigo... Eu estava estática, vendo ele praticamente devorar uma outra qualquer, e comecei a lacrimejar. Foi como daquela vez na escola... Não... Não... Eu precisava de forças! Tinha que me desviar, voltar e... parar de tremer! Não seria como da primeira vez.

– Natalie? – Ouvi Sérgio. Foi o despertar para me recompor.

Limpei algumas lágrimas, virei-me para o balcão decidida, e pedi, sem fita-lo:

– Vodca com limão, por favor.

Desta vez eu não fugiria, eu iria encarar aquela como adulta.

***

Sérgio deixara o copo sob o balcão, mas eu não bebera. Apoiara minha cabeça no braço direito e comecei a deslizar meu indicador esquerdo na borda do copo, desviando da rodela de limão. ...

Eu não podia acreditar! Ele havia feito outra vez! Por que me chamou, afinal? Por que ele brincava tanto com os meus sentimentos?

Eu ainda suspirava triste quando ouvi a voz.

– Finalmente você chegou.

Sério mesmo? Era ele... Natiel notara a minha presença, mesmo estando naquelas circunstâncias. Eu o encararia surpresa se não estivesse tão magoada. Porém, decidi não me dar ao trabalho de fita-lo. Continuei com a tarefa de deslizar o dedo no copo. Ele não me teria sempre à disposição mais... Ele não merecia!