15 - O CELULAR DE NATIEL

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Como vão leitores lindos??

Aí vai outro capítulo neste gelado domingo!

Enquanto estão lendo, não esqueçam de acionar o vídeo, que está no topo da página!!!

Excelente leitura! ;)

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Opressivo diário: "Minha dependência dele aumenta a cada dia, a ponto d'eu não saber se conseguiria viver se não o tivesse, mesmo que apenas nos sonhos".

25 de Março de 2017

Opressivo diário,

Os últimos dias têm sido de um agito tão grande que sou praticamente impulsionada para vir aqui lhe escrever.

Natiel está cantando na banda "Rubrum" e continuará pelo menos até a volta da vocalista principal. Mas, acredito que ele acabará ficando por definitivo, afinal, o público deles está aumentando cada vez mais. Inclusive já até assinaram um contrato, com o clube do Czar, para fazer apresentações às sextas e sábados à noite, dias de maior movimento!

O sucesso que Natiel tem feito me aquece de tal forma que, por alguns instantes, esqueço dos objetivos da nossa missão que é o de recuperar a memória perdida do remoto primeiro domingo deste mês. Ele, inclusive, nem parece tão aflito mais... Será que ele descobriu algo? É bem provável, até porque não seria a primeira vez que ele me esconderia algo, que estivesse por me envolver, ainda que não diretamente. Enfim, de qualquer maneira ele não poderá esconder o que o aflige para sempre, embora ele não pareça estar incômodo... Claro que não dá para confiar... Natiel é o tipo de pessoa que sempre parece bem disposto, pacífico, alegre, mas eu sei que não é assim.

Ainda em tudo, sua performance e "novo estilo de vida" tem me aquecido o suficiente para me fazer esquecer um pouco dos meus próprios problemas; e não me fazer ocultar em qualquer escuridão de desespero.

Encontrei-me com Nando na academia ontem à tarde...

A princípio as perguntas foram as de sempre, as casuais. Ele tem demonstrado bastante atenção e certa preocupação com minha saúde, desde a sua volta; porém, ele parecia um pouco mais agitado, então o questionei.

Ali, no café da academia, o ambiente parecia meio sobrecarregado. Mais cedo eu encontrei Adriel, que estava muito estranho, distraído, apreensivo e, ainda, vi Jadir que nada falou; apenas o encarou com seriedade, talvez até com certo rancor. Ainda encontraria Jadir mais tarde na saída do clube, ainda calado, estranho, parecendo irritado e, talvez, embriagado... Nunca o vi daquele jeito!

Fora os acasos e alheios, ali no café, muitos se reuniam, muitos se falavam, e eu quase não conseguia distinguir meus próprios pensamentos, enquanto tentava me concentrar na espera e no que eu usaria para encontrar Natiel à tarde, no clube.

Não demorou tanto e Nando se aproximou, sério, parecendo vexado... Ele me perguntou sobre a minha visão, se eu sentia que estava perdendo o foco visual, se ainda conseguia distinguir certas cores, se ainda sentia dores de cabeça e gastrointestinais, algo que, nos últimos tempos, incomodava com certa frequência... Se eu estava me sentindo mais fraca, cansando com esforços mínimos, ou medianos. Ele fez observações dizendo que eu estava mais magra, algo que logo rebati dizendo que, devido à pouca atividade física que eu estava fazendo a pedidos médicos, eu estava perdendo massa muscular; observação fisiológica óbvia esta. Mas, isso não pareceu tranquiliza-lo. Enquanto isso, eu apenas queria saber logo o que o estava anuviando para poder, enfim, me concentrar em Natiel novamente. Porém, ele me chamou a atenção... Ele me mostrou alguns exames, retirados do bolso do moletom que usava. Eu engoli em seco e, enquanto eu os lia, mesmo sem entender mais da metade do que diziam, eu sabia que não eram bons... Ainda lendo, com as palavras martelando em minha cabeça, ouvi Nando murmurar um "sinto muito, você não poderá voltar para o handebol".

AMEDRONTADO - LIVRO 2 [COMPLETO] - Trilogia Irmãos AmâncioOnde histórias criam vida. Descubra agora