AMEDRONTADO - LIVRO 2 [COMPLETO] - Trilogia Irmãos Amâncio

38 - SIMPLESMENTE AMO NATIEL.

Olá seus lindos!!!

Capítulo feito com muito amor, que me deixou suspirando por várias noites e espero deixar a de vocês assim também!!! 

Ouçam a bela música que está no vídeo, no topo da página!

Excelente leitura!!!

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– Não chora mais, por favor – falei, limpando as minhas lágrimas, embora me importasse mais as dele. Sendo assim, não conseguia me afastar.

Natiel, por sua vez, se desprendeu de mim. Eu o fitei com ansiedade, mas ele mantinha a cabeça baixa. Não consegui identificar se ainda chorava e não sabia o que pensar naquele instante. Um turbilhão de emoções estava para me consumir, enquanto eu mantinha minha atenção nele sem conseguir me desviar. Era como se minha vida dependesse toda e exclusivamente dele. De súbito ele tirou a touca cinza, ainda com a cabeça baixa, e me entregou. Trêmula, livrei um dos meus braços do diário, que ainda apertava muito de encontro ao meu corpo, e peguei com um misto de confusão e muitos outros sentimentos e sensações. Aguardava sua reação com expectativa, quando para meu total espanto, Natiel se ajoelhou diante de mim com alguma dificuldade, me estendeu os punhos unidos, como se tivessem presos; e me falou, com a voz embargada:

– Eu agi de modo muito errado com você. Foi sem intenção, mas sei que te magoei, por várias vezes, em todos esses anos. Além do mais, fiz algo que você nunca fez, embora tenha tido oportunidade: eu li anotações particulares e íntimas suas. Se eu não tivesse sido tão medroso, covarde, e falado com você a respeito de tudo o que eu sentia, nossa história poderia ter sido bem diferente. Por isso, me ponho ao seu julgamento. Agora você me tem em seu poder, Natalie. Ainda que seja tarde, eu te contei tudo. Assim sendo você me tem por completo e pode fazer o que quiser de mim. Estou à sua disposição. Eu sou seu.

Meu mundo havia parado. Sem conseguir pensar, ou perceber, deixei cair o diário e a touca, afastei suas mãos e me joguei em seus braços. Deixei esvair todo o temor e orgulho que ainda pudessem me restar. Eu não teria como fugir do que eu sinto mais. Nada nem ninguém me importou, nem importava, mais do que ele. Com um desespero incontido o fiz me fitar e lhe disse:

– Eu te amo, Natiel... eu sempre te amei e assim será para sempre.

Natiel me olhou com olhos de ressaca e sorriu tímido. Ainda estávamos ajoelhados, um diante do outro, quando começamos a rir. Ele se aproximou mais de mim e, diminuindo os pulsos felizes, sussurrou uma música em inglês no meu ouvido, enquanto eu ainda não conseguia controlar o riso. Apesar da dificuldade em ouvir algo mais que não o pulsar forte de nossos corações, eu consegui compreender. Arqueei minhas costas para me aproximar de sua altura, aproximei-o de mim pelo pescoço, deslizando meus dedos sobre aqueles cabelos fulgurantes, e o beijei... Não precisávamos mais de palavras. Enquanto meus lábios estivessem vermelhos eu o beijaria e me dedicaria a amá-lo*.

* Referência a música do "Nightwish": Kiss While Your Lips Are Still Red

***

– Natiel...?

– Oi?

Olhei para ele com uma expressão fechada, fazendo-o se deter um pouco nos beijos em meu pescoço. Assim que me fitou, abri um sorriso e falei: