20 - HORMÔNIOS A FLOR DA PELE - Jadir

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Olá leitores lindos!!! ;)

Que bom ter sido possível dispor mais um capítulo super eletrizante neste frio dia!!!

Acompanhem o capítulo ouvindo a música, que está no vídeo no topo da página!

Excelente leitura!

PS: Não odeiem o Jadir :)

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Estava cada dia mais difícil me manter concentrado. Só naquela semana eu havia recebido seis chamadas de atenção. Havia me esquecido de aspirar alguns pacientes, não trocara coletores de secreção, faltara no acompanhamento de duas cirurgias, uma cardíaca e outra ortopédica, e nem sei mais ao quê. Eu realmente estava estressado... Não havia pensado que a área pudesse me ser tão penosa e desgastante. Se ela ainda fosse a única que me desgastava, não apenas no físico, mas no emocional... 

Eu ainda vagava, a pé, pelas ruas próximas do hospital, com as mãos nos bolsos da calça. Ultimamente eu vinha fazendo isso com muita frequência, pois me ajudava a controlar as crises de ansiedade. Eu, também, havia ganhado um carro dos meus pais assim que entrei para trabalhar no hospital, mas eu pouco o usava. Não podia confiar nos meus desvios de atenção... E foi em um desvio de atenção que acabei trombando com alguém:

– Hey, o que você tem? – Chamou-me a atenção.

– Me desculpe – respondi quase indiferente, sem nem olhar ou estacar.

Continuei minha caminhada, tentando me livrar de pressões internas e esvaziar minha mente.

Talvez eu devesse voltar para a academia. Atividade física e sua liberação de endorfina e noradrenalina poderiam me ajudar, muito provavelmente, mais do que o gim.

Ainda assim, meus pés me levaram, mais uma vez, para o clube do Czar.

– E aí Jadir? O que vai ser hoje? – Alguém me fala de forma animada.

Era o Ramires ou o Célio? De qualquer forma, ir em lugares que me reconhecessem talvez não fosse o que eu realmente devesse procurar... Mas, para eu conseguir tal elo, eu teria que sair da cidade. Bem... Talvez não fosse má ideia.

– O de sempre – respondi, sentindo meu olhar vagar, enquanto me sentei no banco do balcão.

Não demorou muito para que ele me trouxesse o pedido. A fim de tentar me distrair, perguntei-lhe:

– E Judith? Faz tempo que não a vejo por aqui...

– Ela está de licença... Teve o filho na semana passada!

– Já? – Perguntei incrédulo, tentando colocar emoção na fala.

– E já é o terceiro – continuava animado, enquanto lustrava um copo, como se estivesse limpando uma sujeira invisível.

Elevei as sobrancelhas e bebi a primeira dose de uma vez. Como aquilo ardia!

– Vai com calma, cara.

Ele estava brincando. Empurrei-lhe o copo e ele saiu, logo voltando com uma garrafa.

– Vai mais devagar, se não, eu não poderei mais te servir.

AMEDRONTADO - LIVRO 2 [COMPLETO] - Trilogia Irmãos AmâncioOnde histórias criam vida. Descubra agora