AMEDRONTADO - LIVRO 2 [COMPLETO] - Trilogia Irmãos Amâncio

33 - ENTRE NATIEL E JADIR

Olá seus lindos!!! Que saudades!!!

Confiram o capítulo enquanto estão ouvindo a música, que está no vídeo no topo da página!!!

Excelente leitura! ;)

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– Por que do interrogatório?

Eu estava distraída, analisando mentalmente as informações que havia obtido, até ser despertada e perceber que ainda estava na presença do Jadir.

– O quê? Interrogatório? – Me fiz de desentendida e sorri fingida. – Apenas queria que saísse de casa... Não era você quem sempre dizia que sua mãe te enlouquecia?

– Já te avisei que não precisa se preocupar – falou, mantendo um meio sorriso. – Eu vou sobreviver, Natalie. Fique tranquila.

Olhei-lhe de forma compadecida. Jadir estava sendo sincero, ele não guardava qualquer mágoa. Além disso ele jamais havia me usado como Natiel estava fazendo, muito menos me traíra. Na verdade, a única que poderia se envergonhar por ter mentido para ele sou eu mesma, afinal, nosso relacionamento havia começado de forma totalmente errada, desconexa, por despeito. Caso Jadir tenha pego o diário, como eu lhe explicaria isso? Eu não poderia recrimina-lo, poderia? Comprimi os olhos.

– O que foi? – O ouvi perguntar.

Era muito mais fácil me convencer de que ele era "culpado" por não prestar atenção nos meus pesares, mas a única que errara fui eu. Ainda que ele tenha agido por impulso ao acusar meu irmão em um passado não tão distante, eu havia provocado isso e ainda poderia ser pior.

– Hey Natalie, fala alguma coisa – pediu preocupado. – O que você tem? São os olhos novamente? Está me enxergando?

– Está tudo bem – falei sorrindo, friccionando meu olho direito.

Jadir olhou em volta e falou:

– Você escolheu um ótimo lugar para vir. Se tivermos sorte terão dois esfregões sobrando para passarmos o tempo. Podemos conversar e limpar o chão ao mesmo tempo.

Eu ri novamente. Jadir me fazia sentir bem, porém isso sempre fez com que minha culpa aumentasse; não era diferente agora. Parei de rir e esfreguei o olho direito novamente.

– Me desculpe, Jadir – sussurrei.

– O quê? – Perguntou em dúvida.

– Me desculpe, por favor – insisti, falando mais alto. Coloquei os antebraços sob a mesa e abaixei a cabeça.

– Está tudo bem, Natalie. Eu já te falei que...

– Não só pela faixa em sua cabeça – cortei-o ainda sem o encarar. – Por tudo o que eu te fiz passar.

Ele se calou, então continuei:

– Na verdade, eu posso sentir o que te fiz passar. Tudo tem voltado contra mim...

– Hey Natalie... – Jadir chamou, mas eu não lhe dei ouvido e prossegui:

– ... Mas, ao contrário de mim, você nunca mereceu nada disso.

– Natalie? – Ele insistiu em chamar, então eu levantei minha cabeça para fita-lo. Meu olho ainda estava irritado.