AMEDRONTADO - LIVRO 2 [COMPLETO] - Trilogia Irmãos Amâncio

11 - A BANDA DE NATIEL

Olá seus lindos!!!

Ouçam a música, que está no topo do vídeo, enquanto estão lendo o capítulo!

Excelente leitura!!!

~~~~~~

Um instigante e amado personagem retorna...

"Opressivo diário: Nem meu pai, nem minha mãe, nem meu irmão, nem meus amigos, nem minha saúde... Minha prioridade é Ele! "

Era um atípico dia de verão estudantil, afinal, todos estavam ansiosos por vê-los tocar pela primeira vez. Para falar a verdade, minha ansiedade estava focada em alguém, em especial.

O projeto de artes há muito que estava parado no âmbito escolar e, segundo relatos, nunca houve uma banda que a escola tivesse incentivado, até aquele momento... Eles eram especiais, todos percebiam isso, principalmente um deles; aquele que meu coração ansiava por ver.

Logo as cortinas do pequeno anfiteatro escolar se abriram e eu pude vê-lo, com o violão, próximo do microfone em seu pedestal. Antes da apresentação, não sei se foi impressão minha, mas eu poderia crer que Natiel olhara para mim e sorrira.

24 de Março de 2017

Opressivo diário,

A noite de ontem me foi repleta de momentos nostálgicos... Natiel cantou pela banda "Rubrum" e eu não poderia ficar mais aquecida. Minto! Talvez o fato dele ter dito que estávamos namorando tenha me abduzido para o passado, para a lembrança de nove anos atrás quando ele começou a tocar e cantar pela banda da escola; e ainda dedicava a maioria das músicas para mim. Eu era dele. Completamente dele!

A vocalista principal, a Vic, teve algum contratempo e eu não pensei duas vezes em lhes oferecer o suporte de Natiel. Não havia música, desde os anos 60, que estivesse em alta no rock 'n roll, que Natiel desconhecesse e assim foi... Todos os que os assistiram perceberam um entrosamento "voz-instrumento" tão grande que jamais poderiam sequer supor que estavam improvisando.

Fazia tanto tempo que eu não o ouvia cantar que pensei que esqueceria das sensações que me provocavam... Se dependesse de mim eu ouviria o Natiel durante todos os meus momentos. Eu não consigo descrever... Ele consegue cantar de forma tão suave quanto potente, alcançando "oitavas" que eu nem sabia que existiam e, ao mesmo tempo, soar doce e apaixonado. Eu fiquei hipnotizada!

Eu não tive muito tempo para conversar com ele após o show, mas durante, senti seu olhar sobre mim. Eu, claro, não conseguia me desviar dele. Ele estava radiante, belíssimo, mas sabia que eu pagaria por isso depois – Natiel não queria voltar aos palcos.

Ele brigou comigo mais cedo pelo meu pequeno alarde quanto ao interesse na banda. Acho que nunca o vi tão bravo e isso me assustou um pouco. Não consigo justificar sua irritação, afinal, foi ele mesmo quem me pediu ajuda e ficamos de nos atentar aos detalhes do "Czar". Mas, minha surpresa foi tamanha que eu pouco consegui lhe falar. Ainda assim, eu consegui trocar algumas palavras, antes que Nick e Zac, membros da banda, o tirassem de mim. Ele disse que não sentira nada de diferente... Que muito provavelmente estávamos na pista errada... Que "Rubrum" nada tinha a ver com o surto de memória que ele tivera, mas eu não sei se podemos nos dar por convencidos.

Ah, Jadir também esteve lá e, apesar d'eu estar focada, percebi, nos intervalos da banda, sua alteração. Ele parecia preocupado, mas o mais estranho foi que quando lhe perguntei a respeito, ele apenas me perguntou se eu "sabia sobre a Estela". Poucos dias atrás, ela havia me perguntado sobre ele e eu até poderia entender, mas o fato dele não ter conseguido falar com ela ainda e vir me perguntar, era por demais! O que ele estava temendo afinal? Bastava lhe telefonar, e foi o que eu o aconselhei a fazer.