37 - CONFISSÕES DE NATIEL

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Olá seus lindos!!!

Leiam esse capítulo cheio de surpresas e revelações enquanto estão ouvindo a música, que está no topo da página em vídeo!

Excelente leitura!!!

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Os poucos passos da sala de estar até a cozinha, aqueles que me separavam de Natiel, pareceram bem mais do que realmente eram. Eu estava em um misto de emoções... Sentia-me irritada, confusa, intrigada, apaixonada, mas, principalmente, assustada. Se ele estava mesmo com o diário, o que isso poderia significar? Ele poderia tê-lo lido em tão pouco tempo, que foram as quase vinte e quatro horas desde o sumiço? Por que ele o pegou? Como eu iria requerê-lo se pertencia a ele? Eu jamais deveria ter escrito nele... Por que eu tinha que ser tão tola?

Ao chegar na cozinha vi Natiel apoiando os braços sobre a mesa, com a cabeça baixa e os olhos fechados. Parecia estar carregando uma carga muito pesada e imaginária nas costas. Eu não conseguia compreendê-lo. Será que o diário estava mesmo com ele? Ele parecia adoecido... Como se algo o estivesse sufocando. Seria um surto da doença?

Estaquei. Ele parecia não ter notado a minha presença. Esperei ainda alguns instantes, mas como não vi outra reação, me aproximei cautelosa e indaguei:

– Natiel? Está tudo bem?

Ele se levantou devagar e abriu os olhos. Eles estavam vermelhos. Abri a boca assustada e questionei:

– O que houve? Por que você está assim?

Natiel se virou totalmente para mim, me encarando de forma instável. Levantou um pouco a camiseta e me fez cristalizar de medo. O sangue não parecia mais compatível com minhas feições. Ele estava ali! O diário opressivo estava realmente com ele!

Natiel retirou o diário de debaixo da camiseta, preso no cós da calça, e o estendeu para mim sem falar nada.

Tremulante fui até ele. Era o mesmo caderno. Não estavam faltando folhas e... Oh não! O que seria de mim agora?

– Eu... – O ar estava me faltando, mas eu tinha que falar alguma coisa. A outra opção seria sair correndo e, confesso, foi o que me passou pela cabeça. Mas, o que eu faria depois? Fugiria? O evitaria até quando? A verdade, é que eu também estava sem forças para correr. – Natiel... Eu...

– Por que você não me contou? – Perguntou com a voz embargada.

– O ... quê? – Perguntei hesitante, confusa, amedrontada.

Natiel puxou o ar pelo nariz com certa dificuldade e falou com uma voz que não parecia a dele.

– Por que você não me disse que estava doente?

Abri mais os olhos. Não pensei que eu pudesse me assustar mais do que já estava. Definitivamente ele havia lido o que eu escrevi.

Apertando mais o diário em meus braços, como se buscasse algum tipo de conforto, temerosa perguntei:

– Você leu tudo o que eu escrevi?

Ele assentiu, inclinando um pouco a cabeça. Respirou fundo e, tenso, falou:

– Eu ia falar com você depois, mas você parece estar contando para todo mundo sobre o diário.

Suspirei incomodada. Olhei para o chão e murmurando falei:

AMEDRONTADO - LIVRO 2 [COMPLETO] - Trilogia Irmãos AmâncioOnde histórias criam vida. Descubra agora