« cinquenta e cinco »

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Zayn Malik 

Durante todo o percurso um silêncio realmente sufocante, estava instalado no carro, Catherine encarava a janela ao seu lado evitando em algum momento olhar para mim. Okay, eu sei que não estive presente em muitos momentos da gravidez, não fui o melhor pai quando o meu filho ainda nem sequer cá estava, mas porra o que posso eu fazer? Desistir da vida que tenho? Impossível fazer isso, eu estou nisto desde sempre e nunca havia tido a possibilidade de ter um filho, muito menos neto do meu maior inimigo. A realidade é que nunca pensamos, as coisas simplesmente acontecem quando menos esperamos, eu não sei como agir em relação a tudo isto. Mas não quero que Catherine leve o Lorenzo, é egoísta da minha parte eu sei, mas é meu filho também e como pai eu tenho os mesmos direitos que ela, que é a mãe. Ela não pode apenas tomar uma decisão, largar a bomba e achar que eu não vou reagir. 

Parei o carro no semáforo e olhei para o meu lado direito, a morena encarou-me por uns cinco segundos e logo a sua atenção foi para à nossa frente. Eu odeio estar assim com ela, odeio o facto de qualquer coisa nos deixa assim de mal um com o outro. Com raiva um do outro, eu tenho raiva demasiada raiva de Catherine, no entanto sou incapaz de lhe apontar uma arma e odeio-me a cada segundo por isso. Eu tive várias oportunidades para cortar qualquer tipo de sentimento que estava a criar por ela, no entanto eu deixei rolar tanto que agora eu estou num poço sem fundo, estou numa linha que se para a compaixão e ódio que sinto por ela. 

O pior é que a compaixão a cada dia me puxa, mais que o ódio. 

Fechei a porta com força assim que entrei dentro de casa, vi a morena subir as escadas a correr e pouco depois um estrondo devido à força com que fechou a porta da divisão, assim que entrei na sala os olhares caíram em mim, olhei para Lorenzo no colo de Molly e fui até a mesma pegando nele. 

- Eu vou falar com ela... - a loira levantou-se e subiu sem me deixar dizer alguma coisa. 

- É claro que a Molly, iria atrás. - Hanna murmurou revirando os olhos. - Deixa-me adivinhar, está fazer-se de vítima. - deu um sorriso sarcástico. 

- Ficas mais bonita com a boca fechada, nunca te disseram? - questionei com raiva, sai do cómodo com o meu filho no colo. 

Subi as escadas calmamente, entrei no meu quarto e deitei o moreno na cama certificando-me ainda que o mesmo estava no meio da mesma, coloquei várias almofadas à sua volta e caminhei até à janela, ouvi a porta abrir-se e entrei novamente no quarto. Harry olhou para mim como se me pedisse para começar a falar. 

- Eu levei ao cinema, e correu mal como o caralho! - expliquei simples e rápido. - Porra, como é que nós podemos ter algum tipo de relacionamento se somos assim? - gesticulei. 

- O que é que tu disseste? - perguntou sentando-se. 

- Eu? Apenas disse, que não tinha de ficar sem sexo só porque ela estava grávida. - resmunguei sentando-me na poltrona. - Ela ficou chateada, e ainda teve a lata de me esconder que daqui a seis messes se ia embora com o meu filho! 

- Vocês só precisam de falar com calma, vocês gostam um do outro, apenas não admitem. - o moreno falou com calma. 

- Eu não gosto dela. - respondi seco e desviei o olhar do seu. - E eu não vou deixar que ela, leve o Lorenzo. 

A porta abriu-se revelando a morena, mas o que raio se passa com esta gente que agora não sabe bater à porta? Harry levantou-se e olhou para ambos, pegou em Lorenzo e disse à morena que pedia a Molly para fazer o seu biberão/mamadeira [ caso vocês não saibam o que é biberão gente ], ela agradeceu e sorriu beijando a bochecha do mais novo. O rapaz dos olhos verdes saiu e fechou a porta. Catherine cruzou os braços e encarou-me atentamente. 

- O que é que queres? - questionei sem esconder a raiva que estava a sentir. - Vens dizer-me que sou uma merda? Novamente? 

- Não preciso de o fazer, se até tu já percebeste isso. - sorriu com sarcasmo e eu juro que tive uma grande vontade de lhe bater. 

- passei as mãos pelo o rosto e respirei fundo. - Qual é o teu problema? 

- O meu? Nenhum. - encolheu os ombros. - E o teu qual é? - perguntou de volta. 

- Neste momento és tu, e a forma estúpida como decides as coisas sem pedir opinião a ninguém. - atirei aproximando-me. - Tu não podes decidir algo que nos envolve aos dois. 

- Observa-me a decidir então. - falou num tom desafiador. - Eu quero o melhor para o meu filho, e adivinha? Tu não és o melhor para ele, nunca serás. - sussurrou. - Olha em volta, olha para o que é a tua vida. - pediu. 

- A minha vida não me impede de criar o Lorenzo, eu posso muito bem cuidar dele. - ela riu.  

- Fodasse para a tua vida Zayn. - disse rindo. - Desde que estou grávida, que tenho medo que algo aconteça, não só por fazeres o que tu fazes, mas também por saber que o meu pai poderá agir a qualquer altura. 

- E por causa disso, decides levá-lo para Inglaterra? - perguntei sem acreditar. 

- Zayn  sê racional! - pediu gritando. - A tua vida, nunca será um exemplo para o Lorenzo, a tua vida nunca na vida poderá ensinar algo para ele, nada daquilo que tu fazes vai deixa-lo com orgulho de dizer que é teu filho. - atirou. - Pode magoar-te o que te estou a dizer, mas é a realidade, ou tu mudas de vida ou então eu não posso fazer nada. - disse séria. - Tu és um assassino. 

- Falou a rapariga que praticamente, matou a Hanna por ciúmes. - disse rindo. - Não tens moral nenhuma no meio disto tudo. 

- Eu sei que não tenho, mas no entanto eu estou a pensar corretamente enquanto que tu não. - sem pensar duas vezes eu empurrei-a com alguma força, apertei mais os punhos ao lado do meu corpo e grunhi. 

Ela está a ser injusta, só está a pensar nela e não naquilo que eu sinto. Ela acabou de me chamar assassino, ela piorou tudo de uma forma terrível. Eu não sou um assassino, eu não tenho culpa por fazer aquilo que faço. 

- sem esperar Catherine retribuiu o empurrão que lhe dei há segundos atrás. - Eu odeio-te! - ela gritou e desta vez eu empurrei-a com mais força, vendo o seu corpo cair no chão. 

- Odeias-me? Só porque eu não te quero deixar levar o nosso filho para longe de mim? - questionei e a morena levantou-se. 

- Eu odeio-te por tudo! - assim que vi o seu punho vir na minha direção agarrei-o e voltei a empurrar o seu corpo, mas desta vez ela não caiu mas sim bateu com as costas na quina da cómoda, ela soltou um pequeno grito e eu rapidamente aproximei-me. - Não me toques... - sussurrou. 

- Fodasse... - murmurei afastando-me, sentei-me no canto e olhei na sua direção vendo-a com lágrimas nos olhos. - Tu não o podes levar. - puxei os meus cabelos. 

OLAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!

Disorder « z.m »Onde histórias criam vida. Descubra agora