« sessenta » Part 2

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Catherine Cooper 

Respirei com uma grande necessidade, e abri os olhos e pisquei-os várias vezes, deixei a minha cabeça cair para a frente e senti os meus pés presos. Quando ia trazer as minhas mãos para à frente, não consegui e graças a isso deitei um monte de palavrões para fora, até uns que eu acabará de inventar. 

- O meu problema? - assentiu. - É amar-te e odiar-me por isso. - larguei-me dele e simplesmente fui embora.

Eu queria que ele tivesse vindo atrás de mim, mas isso não aconteceu e minutos depois eu só me lembro de ter sido agarrada por alguém. A minha boca foi tapada durante um bom tempo, e depois apaguei. E agora estou aqui, numa sala escura com uma janela no topo da parede, a radiar luz, toda a luz possível que é um tanto ofuscante quando abrimos os olhos pela primeira vez.

- A princesa acordou? - ligaram a luz e mais uma vez os meus olhos sofreram, uma espécie de agressão luminosa. - Catherine Cooper. - permaneci calada. - O gato comeu-te a língua, linda? 

- Onde é que eu estou? - segui cada passo dado pela pessoa " secreta ", e assim que o rapaz alto parou à minha frente, e se virou eu encarei logo os seus olhos. - Quem és tu? 

- Menos perguntas, amor. - revirei os olhos. - Aqui, sou eu quem faz as perguntas. - mordi o meu lábio inferior. Puxou uma cadeira e sentou-se à minha frente, com uma garrafa de água. - Tens sede? - neguei, apesar de ter. - Toma bebe. 

Levantou-se, abriu a garrafa, segurou o meu queixo e deitou ligeiramente a minha cabeça para trás, levando a boca da garrafa aos meus lábios e fazendo-me beber água. Quando bebi uma boa quantidade, afastei e virei a cara para o outro lado. 

- Linda menina. - olhei-o de lado. - Vá, vamos começar. - sentou-se novamente. - Quem é o Lorenzo? 

- Não sei. - respondi rápido, tentando perceber como é que o nome do meu filho, anda pela boca destes bandidos. 

- Não me mintas, Catherine. - pediu. - Quanto mais rápido responderes, mais rápido és solta. 

- Eu não sei quem é o Lorenzo. - respondi com rispidez. 

- Okay. - respirou fundo. - O que é que andam a planear os Bloods e os Crips? - franzi as sobrancelhas. - Responde! Sabemos que moras na casa dos Bloods, e passaste um ano com os Crips. 

- Eu já não moro com os Bloods. - afastei os cabelos do meu rosto. - E dos Crips eu quero total distância. 

- Começo a achar que raptamos a pessoa errada. - sussurrou e eu concordei. - Eu quero saber quem é o Lorenzo. 

- Eu não sei quem é o Lorenzo! - exclamei. 

- Ele é filho do Malik. - engoli em seco. - E boatos dizem, que tu és a mãe. 

- Bom, esses boatos estão errados. - aposto que foi o Louis e a sua grande boca. - Eu nunca estive grávida. 

- Tens a certeza Catherine Cooper? - assenti comprimindo os lábios numa linha dura. - Bom saber, que não és a mãe do bebé que está lá em cima. - o meu coração pareceu falhar uma batida. 

- O-O quê? - tentei levantar-me por impulso, mas logo fui relembrada de que estava presa, à maldita cadeira. 

- Pois é, Lorenzo Cooper Malik. - levantou-se. 

- Por favor... - sussurrei. - Ele não tem nada haver com tudo isto, nem mesmo eu. - ele olhou-me de sobrancelhas arqueadas. 

- Ninguém me mente Catherine. - mordi o meu lábio inferior. - E tu acabaste de o fazer, e de repente já conheces o Lorenzo? E do nada ele até é teu filho. 

- Quem és tu, o que é que queres de mim? - questionei começando a ficar com raiva. 

- Zach, um segundo maior inimigo do teu pai, e pela minha experiência... - olhou-me atentamente. - Tu és a filhinha do papá, no entanto não gostas dele. 

- Ele não virá à minha procura. - então ele voltou a sentar-se e riu na minha cara. 

- Eu tenho as últimas duas gerações dos Cooper. - lambeu os seus lábios. - Não achas, que ele quererá guardar ambos com a sua própria vida? - neguei. 

- O meu filho não pertence à geração de merda, que é a minha família. - ele riu novamente. - Nem mesmo. 

- Já viste o nome do teu filho? - indagou. - Malik e Cooper, ele tem o sangue de duas famílias poderosas. - explicou. - E quem nasce Cooper ou até mesmo Malik, está destinado a pertencer a este mundo. 

- Eu não pertenço, a este mundo e o meu filho também não! - gritei e o mesmo fez sinal para eu falar mais baixo. - Ridículo. 

- Catherine Cooper, agente que supostamente foi recrutada para acabar com a raça dos Bloods, no entanto não o fez e acabou por descobrir que o seu emprego perfeito, pertencia ao maior gangue de Inglaterra. Sem mencionar que tudo isto, foi feito debaixo do teu nariz, e tu nem sequer percebeste. - olhou-me com diversão evidente na sua expressão facial. - Tu tentaste entregar o teu próprio pai, e aliaste-te aos Bloods, sendo que eles te deram a maior facada a meterem-te num hospital, Freya e Molly agrediram-te com o intuito de atraírem o teu pai. - olhei para o tecto e respirei fundo, relembrando esses acontecimentos. - Saiu-lhes o tiro pela culatra. Pois o teu pai, não se importou assim tanto e enganou-vos muito bem. 

- O que é que isso tem haver?! - gritei perguntando. 

- Calma Cinderela, que ainda não é meia noite e mesmo que fosse não te irias embora. - sorriu sarcástico. - Onde é que eu ia? - perguntou retoricamente. - Já sei, na parte em que percebemos que o teu pai, é inteligente como o caraças. - riu. - Ah, e depois de tudo tu continuas-te ao lado de quem? Bloods. - revirei os olhos. - Qual é o teu problema, Cooper? 

- Nenhum, eu apenas odeio o meu pai. - respondi cansada. 

- E não odeias os Bloods? - não soube responder. - Se eles me dessem um enxerto de porrada, eu vingava-me a sangue frio. - encolhi os ombros. - Depois, de tudo o que te fizeram continuas-te lá com eles, como uma família. Tu és doente. - concluiu  rindo. - E ainda, o Zayn Malik esteve envolvido na morte do teu padrasto. 

- Foi o Robert quem o matou. - respondi entre dentes. 

- Bem, então porque é que ficas-te tão passada quando ele morreu, mandas-te o Malik embora. - como é que ele sabe tanto? - Estavas com as ideias trocadas? 

- Onde é que tu queres chegar? - perguntei piscando várias vezes. 

- Bom, a conclusão de tudo isto... - fez uma pequena pausa. - É que tu pertences ao crime, não diretamente mas indiretamente tu fazes parte dele. 

- Não... 

- Tu quase matas-te uma pessoa, tu atiras-te para uma mulher e não sentiste remorsos, tu fizeste um plano para uma cena de crime, tu estiveste um ano com o teu pai... - olhou-me. - E adivinha? Assaltaram bancos, mataram pessoas... no entanto tu apenas ajudas-te.

- Eu não matei! - gritei trancando o meu maxilar. 

- Ajudas-te! E ajudar um criminoso, faz de ti uma criminosa. - senti os meus olhos ficarem cheios de água. - Como tu disseste uma vez ao Malik. - franzi as sobrancelhas. - Não és tu quem matas, mas és tu quem fica com as mãos sujas. 

- E-Eu só quero o meu filho. - ele negou. 

- Nem pensar nisso. - levantou-se. - Até termos notícias, do estado do Malik tu ficarás aqui. 

- O Zayn? - ele assentiu. - O-O que é que lhe aconteceu? 

- Na festa ele levou um tiro, e todos os gangues estão à espera que confirmem a sua morte. - não consegui dizer nada, a minha respiração perdeu-se algures no meu pulmão. 

O meu filho está em perigo, a minha mãe está em perigo, eu estou presa e o Zayn está em perigo de vida também.  

OLAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Disorder « z.m »Onde histórias criam vida. Descubra agora