Disorder « z.m »

« oitenta e seis »

Zayn Malik 

Se eu pudesse contar pelos os dedos as vezes que já abriram aquela porta, para virem gritar comigo como se fossem os donos do mundo, ou até mesmo como se tivessem toda a razão nas suas mãos. Eu provavelmente já haveria perdido a conta. 

Eu sei que o meu filho está nas mãos de um novo gangue, sei também que Molly está com eles, eu tenho a consciência de que o meu gangue está a cair a cada segundo, e que eu não estou a mexer nem um dedo para travar o que está a acontecer. Mas eu estou na merda, e penso que neste momento ninguém está mais na merda do que eu. Sabem todos apontar-me o dedo, e dizer-me que na verdade eu devia ter permanecido morto , no entanto nem sabem o quanto eu me senti fraco durante um ano inteiro, eu estive um ano inteiro nas mãos dos inimigos a tentar protegê-los a todos. Não os posso censurar porque em certa parte, eles estão certos, mas eu tenho um pouco de razão também, em tudo o que está acontecer. 

- Zayn... - Hanna chamou calmamente, passei as mãos pelo o rosto e respirei fundo. 

- Diz Hanna? - murmurei olhando as minhas mãos tatuadas. 

- ouvi a porta fechar-se. - Hum... estão todos lá em baixo reunidos, com os Crips. - ergui as sobrancelhas em simultâneo. 

- Como? - inquiri levantando-me, voltei a sentar-me devido ao meu estado um tanto lastimável. Respirei fundo levantando-me novamente. - Como assim os Crips. 

- A Catherine convocou uma reunião com eles, estão a planear entrar na casa onde estão o Lorenzo e a Molly, já descobrimos a casa a propósito. - a ruiva falou calmamente. - Não estavas a fazer nada, tivemos de agir Zayn. - colocou as mãos em cima da mesa. 

- Claro eu entendo... - tranquei o maxilar e caminhei para fora da divisão. 

Assim que apareci na sala onde todos estavam, os olhos de todos os presentes na divisão caíram em mim, caminhei com calma até ao sofá individual e sentei-me observando-os a todos atentamente. 

- Podem continuar, sou todo ouvidos! - exclamei com um pouco de raiva, vi uma sombra de um sorriso nos lábios de Robert e apertei os punhos. - Qual é o plano? 

- É apenas ir, e atacar... - Catherine falou levantando-se, Robert fez o mesmo e vi a rapariga de cabelos loiros escuros, esticar a sua mão. - Temos acordo? Não vamos enrolar muito, já sabemos qual é a divisão em que eles estão, vamos apenas atacar e tirá-los de lá. - Robert apertou a sua mão. - E depois, eu estarei novamente no teu gangue. 

- O quê?! - levantei-me rapidamente e Harry levantou-se empurrando-me, sentei-me novamente. 

- Não temos escolha. - o seu tom neutro, deixou-me com mais raiva ainda. - Foi o combinado, e ninguém pode impedir a Catherine de o fazer. 

- Ela é minha... 

- Eu não te sou nada. - os seus olhos azuis caíram em mim, e tudo o que consegui ver foi ódio. Olhei-a estupefacto, estávamos novamente na estaca zero. - Eu vou voltar para os Crips, assim que tiver a certeza de que a Molly e o Lorenzo, sairão de lá em segurança. - olhou-me de cima abaixo. - Estivesses aqui desde o início. 

- Bem na sua cara! - Niall exclamou, e ouvi um riso vindo de Liam. - Desculpem... foi uma música que eu ouvi nada rádio e... - o loiro calou-se imediatamente. - E ninguém me perguntou nada, eu vou tratar das coisas para amanhã. 

- Obrigada Niall... - ela sorriu e fez sinal para Robert e aos dois rapazes que o acompanhavam. O Louis? 

Assim que ouvi a porta fechar-se levantei-me, Catherine parou à entrada da porta e colocou as mãos nos bolsos traseiros, olhou-me atentamente mas nunca deixando o ódio que sentia de parte. Um sorri um tanto macabro surgiu nos seus lábios rosados e as palavras que saíram da sua boca, só me fizeram lembrar do sonho que tive.