« trinta e nove »

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Catherine Cooper 

- senti um corpo atrás de mim, e logo em seguida umas mãos a apertarem as minhas contra a arma, senti as lágrimas rolarem pelas minhas bochechas sem parar e neguei freneticamente encarando os olhos azuis da minha mãe. - Não... não... - sussurrei assim que o indicador de Robert foi para o gatilho. 

- Vais premir? Ou queres que eu prima? - ele questionou num tom divertido, deixei um soluço escapar. - Sabes que a culpa é tua, Catherine... 

- É a minha mãe... - sussurrei fechando os olhos com força, neguei e continuei com os olhos fechados. - Por favor... 

- Olha para ela Catherine, nunca devemos matar a nossa presa de olhos fechados. - falou saindo de trás de mim, no entanto eu não conseguia virar-me muito menos mexer-me, eu estou paralisada e parece que o mesmo está a controlar a minha mente. - Mata-a! - gritou e eu assustei-me.  

- Mãe... - choraminguei. 

- Eu odeio-te Catherine... - ela sussurrou, arregalei os olhos. - Tu estragas-te a minha vida, tudo por causa de um emprego? Eu não tenho orgulho em ti, era suposto eu orgulhar-me. - falou negando levemente com a cabeça. - És uma vergonha! 

És uma vergonha... eu sou uma vergonha... 

Acordei sobressaltada assim que um tiro disparou, respirei pesadamente e atirei os meus cabelos para trás, senti os meus olhos ficarem aguados e puxei as minhas pernas para mim. Senti uns braços à minha volta e suspirei, encostando-me ao ombro de Justin no entanto eu não me sentia tão segura, não como me sinto quando o Zayn me abraça de forma espontânea e me deixa chocada no entanto segura. 

- Hei, está tudo bem... - sussurrou beijando o meu ombro demoradamente, neguei levemente com a cabeça e levantei-me pegando no meu telemóvel. - Onde é que vais? - questionou assim que me viu pegar num casaco. 

- E-Eu só preciso de ficar sozinha. - murmurei vestindo o mesmo. 

Ele assentiu e deu um pequeno sorriso fraco, mentalmente agradeci por ele não insistir para que eu ficasse no quarto, sai da divisão e apressei-me a sair para as traseiras da casa. Sentei-me nas pequenas escadinhas que dão acesso à cozinha e desbloqueei o meu telemóvel, e instantaneamente fui para a lista de contactos procurando o dele. Quando ia meter em chamada, recebi uma dei um pequeno sorriso ao ver que era ele. 

- Zayn... - sussurrei assim que atendi, puxei as mangas do meu casaco e tapei as minhas pernas com o mesmo tentando no máximo proteger-me do frio. 

- Hey, como é que estas? - questionou calmamente. Agradeço o facto de ele não estar a ser um idiota comigo, e sim incrivelmente carinhoso comigo.

- Estou bem, dentro dos possíveis. - esfreguei o meu braço. - E tu? 

- Bem, não devias de estar a dormir? - questionou e eu suspirei encolhendo os ombros. 

- Eu tive um pesadelo, com os meus pais... - engoli em seco. - Sonhei que matei a minha mãe, ela disse que me odiava Zayn. 

- Foi apenas um pesadelo, não foi real. - falou calmamente. - Pesadelos só servem para nos deixar com medo, eles nunca serão reais se não te deixares levar por eles.

- humedeci os meus lábios, e enxuguei as lágrimas. - Eu sinto que ela realmente me odeia, eu não fui uma boa filha, sempre me preocupei mais comigo mesmo do que com as pessoas à minha volta, eu sou egoísta e o pior é que o fui com a minha mãe, e agora não posso mudar isso, porque ela não está aqui! - exclamei em sufoco. - Eu fui uma merda de filha! - desabafei. 

- Sabes, quando toda a minha família morreu? - questionou suspirando também. - Eu senti que era uma merda para todos eles, porque tal como tu eu sou egoísta e só me importa o que eu quero. E aprendi com isso, que não o posso ser quando as pessoas precisam mais de mim, é nessas aturas que a vida te mostra o quão merda ela consegue ser, é quando estas focado em ti e esqueces tudo o resto à tua volta, que ela se decide começar a desmoronar... - funguei. - ... não deixes que a vida de vença Catherine. 

- E se ela já tiver vencido? - limpei as pequenas lágrimas que deslizavam pelas minhas bochechas. 

- Então é porque baixas-te a guarda, e desistis-te. - explicou. - Ninguém perde sem luta. 

« uma semana depois » 

Prendi o meu cabelo num rabo de cavalo, e encarei o meu reflexo no espelho de corpo inteiro, alisei o vestido preto de magas no meu corpo e preparei-me mentalmente para o que vinha a seguir. Nesta última semana as coisas têm sido difíceis, a dor tem sido cada vez maior e é como se a dor aumentasse cada vez mais, todos os dias Justin dorme comigo e todos os dias eu tenho o mesmo pesadelo onde ela me diz que eu sou uma vergonha e que me odeia. Todos os dias o Zayn liga-me e pergunta-me como é que estou e nem sequer se ousa a vir cá, é um pouco estranho mas mesmo assim eu sinto-me confortável ao poder ouvir a sua voz, sei que Justin não gosta muito disso mas mesmo assim não demonstra que não gosta. Eu sinto-me dividida, quebrada, e odiada pelo o meu pai. E dói. 

- Estas pronta? - olhei em direção a porta encontrando o meu pai, assenti lentamente e o mesmo acenou positivamente desaparecendo do meu campo de visão. 

Suspirei e vesti o meu casaco de cabedal, peguei na homenagem que fiz durante a semana para a minha mãe, e fui ter ao carro com o meu pai. Entrei no lugar de pendura e coloquei o sinto ficando em silêncio, eu queria poder dizer alguma coisa que o deixasse um pouco feliz pois eu não tenho visto o seu sorriso muitas vezes, e a culpa é minha, eu devo fazê-lo sorrir tal como a minha mãe faria. 

- Pai... - chamei brincando com os meus dedos. - Eu adoro-te. 

- senti a sua mão na minha, e rapidamente olhei para si. - Eu sei querida. - beijou a minha mão. - Eu amo-te, okay? E para mim tu não és a culpada, como tens pensado toda esta semana, não tens culpa de nada. - senti maior parte do peso nas minhas costas cair. - Eu apenas precisava de um pouco de tempo, entendes? - assenti. - Desculpa ter estado ausente, quando tu também estas a sofrer. - sorri e logo senti a primeira lágrima deslizar pela minha bochecha. 

- Obrigada pai. - beijei também a sua mão. - Vamos. 

- Vamos. - falou como se estivesse a ganhar coragem. 

Neste momento estava sentada na fila da frente, juntamente com o meu pai e Justin ao meu lado, neste momento a irmã da minha mãe estava a prestar uma pequena homenagem. Incrível como tantas pessoas da nossa família apareceram, e o facto de nunca se terem importado em saber se estávamos bem. Mas agora todos metem uma máscara e fingem compaixão para comigo principalmente. 

- Oi... - a sua mão pegou na minha e foi como se o meu coração disparasse, e desse uma pequena parada. O moreno entrelaçou os nossos dedos e beijou a lateral da minha cabeça. 

- Oi... - dei um pequeno sorriso. - Obrigada por vires. - olhei para as nossas mãos, e logo em seguida desviei o meu olhar para o de Justin e rapidamente larguei a mão de Zayn percebendo que estava no meio dos dois, e logo Justin pegou na minha mão e mandou um olhar horrível para o moreno ao meu lado esquerdo. 

- Eu não gosto desse teu amigo. - sussurrou perto do meu ouvido. 

- coloquei a minha mão no seu antebraço. - Respeita pelo menos a minha mãe, mesmo que ela já não esteja aqui. - pedi um pouco irritada. - Ele tal como tu, tentou ajudar-me. - ele assentiu um tanto amuado, mas logo em seguida suspirou e apertou a minha mão. 

OIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII! VOU FAZER OUTRO UPDATE EU ACHO KKKKKKKKKKKK

Disorder « z.m »Onde histórias criam vida. Descubra agora