Capítulo 3 - Encontros

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Não sei por quanto tempo dormi, mas acabo despertando com pequenas e gélidas gotas molhando meu rosto. Lentamente, olho para os lados e vejo que ainda continuava na arvore e – por sorte, não havia vestígio de que tinha algo por perto. Com cuidado, tento descer pela corda, mas quando estava á um meio metro do chão, acabo escorregando e caio de mau jeito. Sem querer, acabo apoiando-me no meu tornozelo machucado.

- Merda! Esqueci que machuquei meu tornozelo. – falo para mim mesma esfregando o tornozelo depois me levanto ajeitando a mochila nas costas e volto a caminhar pela estrada.

Fico andando por mais algum tempo até parar para respirar um pouco.

- Não aguento mais, por que essa estrada tem que ser tão grande? – pergunto a mim mesma, depois de um tempo começo a me arrastar, a exaustão já estava me dominando quanto vejo um posto logo a frente – Obrigada, senhor! – digo andando um pouco mais rápido.

Tinha apenas dois andarilhos no posto e dou cabo deles rapidamente e em seguida entro no lojinha de conveniência e começo a vasculhar por comida. Além de trazer mais coisas para minha casa, estava morrendo de fome. O piro era que não tinha muito que levar.

- Droga, nem um salgadinho? – falo baixinho e vou ate aos freezers e acho três garrafas de água e as guardo na mochila. Pelo menos não foi uma batalha perdida.

Vasculho toda a lojinha, e o que encontro são livros para colorir, um bastão de beisebol – vai ser bem útil, pilhas de todos os tipos, alguns analgésicos e quatro pacotes de carne–seca – um deles eu acabo abrindo e comendo ali mesmo, enquanto guardava os demais pacotes e as outras coisas. Depois da limpa, eu saio e rodo o posto inteiro, a procura de um carro, mas não acho nenhum. Dou um suspiro e em seguida faço o longo caminho até minha casa.

-☢-

- Droga, não acredito que estou andando o dia todo e nada de um bendito carro! Merda, só um carro é pedir demais? – reclamo para mim mesma. E percebo que ameaça a chover – Ótimo, para terminar meu dia só faltava chover mesmo – ironizo e aperto os passos.

No meio de minhas lamentações percebo movimento vindo atrás e me viro... Nada. Deve ser apenas impressão. Continuo a caminhar, quando mais uma vez tenho uma sensação de que tinha alguém me seguindo, me viro novamente ninguém.

- Droga, será que aquela carne-seca me fez mal e estou ficando paranoica? – murmuro baixinho. Acabo notando um movimento estranho no meio do mato e quando eu andava, a coisa no mato também fazia o mesmo. Ao perceber que estava sendo seguida não por zumbis, mas sim pessoas, saco minha arma rapidamente e atiro com o mato. Ouço o som de choramingo e comemoro internamente por ter acertado o alvo.

- Você é louca, ou o que?! – ouço um dos arbustos falar.

- Saia agora dai! E devagar – exijo ainda apontando a arma na direção do arbusto. Um cara na casa dos 20, de cabelos vermelhos e olhos cinza, aparece e, não tinha uma cara não muito amistosa. Percebo que ele portava uma faca em seu cinto e fico atenta a qualquer movimento dele - Por que estava me seguindo?

- Não te interessa pirralha – diz com uma das mãos no braço e me fuzilando com o olhar ate seus olhos irem direto à minha bolsa – Agora, quero que passe sua bolsa para cá.

- Se quiser levar outro tiro, se aproxime de mim – digo no mesmo tom que ele e o rapaz ameaça a dar um passo – Estou avisando, cai fora!

- Não recebo ordens de ninguém, muito menos de uma pirralha! – rebate furioso.

Estava pronta a atirar no folgado quando ouço mais uns barulhos quando sou surpreendida por andarilho que saiu dos arbustos seguindo um garotinho, que gritava de susto.

Crossed DestiniesOnde histórias criam vida. Descubra agora