Continuei caminhando pelos corredores da escola e avistei Nicholas.
— Está tudo bem? — ele perguntou.
— Sim — respondi brevemente.
— O que você quer, Ariana? — ele insistiu.
— Eu quero fazer aquilo de novo — declarei.
— Assim que eu gosto! — ele sorriu. — Quem será a primeira?
— Lauren Hutton — disse decidida.
— Faça de forma diferente desta vez — sugeriu.
— Como assim? — perguntei confusa.
— Faça parecer um suicídio — explicou. — Vai chamar menos atenção.
— É uma boa ideia — concordei.
— Ela sairá da sala e irá para o banheiro; é a sua chance — ele orientou. — Vá, Ariana, não me decepcione.
Coloquei luvas para não deixar minhas digitais e segui em busca de Lauren, que estava caminhando pelo corredor.
— Lauren, que bom te ver! — cumprimentei.
— O que você quer, sua nojenta? — ela respondeu com voz irritada.
— Uma última palavra antes de partir? — provoquei.
— Partir para onde? — ela perguntou confusa.
— Para o inferno, vadia maldita! — respondi e vi seu semblante se transformar em surpresa.
Com um pano impregnado de sonífero, imobilizei-a e abafei sua respiração até que desmaiasse.
— Não é tão fodona agora, não é? — comentei. — Nos vemos no inferno.
Quando seus olhos se fecharam, empurrei-a da sacada, deixando-a cair no andar de baixo.
— Bom trabalho, mas podemos tornar isso ainda melhor, não acha? — Nicholas apareceu.
— Não é uma boa ideia, deixe assim.
Guardei as luvas no bolso e me dirigi ao pátio da escola, onde recebi uma ligação de Noah.
Chamada recebida
— O que foi?
— Estou preocupado com você.
— Não precisa, estou bem.
— Onde você está?
— No pátio da escola.
— Você está agindo de forma estranha, o que aconteceu?
— Nada. Apenas espere.
Chamada encerrada
Passei algum tempo mexendo no celular até que a notícia do incidente se espalhou. Os alunos estavam em choque, alguns chorando, outros gritando ao perceberem que Lauren tinha desaparecido. Uns pensaram em suicídio, outros duvidaram. Retornei ao banheiro e me sentei, perdida em pensamentos, quando Noah apareceu.
— Foi você, não foi? — ele perguntou, com os olhos cheios de preocupação.
— Fui eu — admiti.
— Meu Deus, Ariana, por que fez isso? — ele questionou, visivelmente abalado.
— Eu precisava — respondi com um nó na garganta. — Me desculpe.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Amigo Imaginário
HorrorAriana White Carpenter sempre foi uma criança diferente das outras. Desde cedo, ela desenvolveu uma personalidade perturbadora, acompanhada por um amigo imaginário que nunca a deixou. Mas esse amigo não era como os outros: ele a incentivava a comete...