07:30 AM
Era a primeira aula com a ilustre professora de português, e a atmosfera na sala estava carregada. Oliver e eu trocávamos olhares a cada cinco minutos, e essa troca já estava começando a me deixar inquieta. Hoje era o grande dia. O dia em que eu daria um basta nesta confusão que parecia interminável.
— Ariana? — chamou a professora, notando que minha mente vagava longe.
— Oi, presente — respondi, tentando disfarçar.
— Percebi que você estava muito concentrada na aula — disse ela com ironia. — Poderia me dizer o que pensa sobre os contos e livros infantis?
— Ah, mas é claro! — exclamei, animada. — Acho tudo muito clichê. Está na hora de mudarem esses livros, de darem finais felizes aos vilões.
— Bom, do seu ponto de vista, era de se esperar — comentou a professora.
— Só porque sou do lado "ruim" da história?! — retruquei, um sorriso malicioso nos lábios.
— Exatamente. Vamos continuar a aula — disse ela, já mudando de assunto.
Você deve estar curioso sobre Olivia. Bem, eu conto. Ela fez um depoimento à polícia afirmando que havia assassinado Taylor com veneno e, por isso, foi internada. O que aconteceu comigo, aconteceu com ela, de certa forma. Eu até a visitei, compartilhei meu plano — e ela teve um pequeno surto — mas acabou me dando uma informação que poderia ser útil no futuro.
09:40 AM
Finalmente, era hora do intervalo. O momento perfeito para pôr o plano em ação, mas eu decidi esperar. Nada poderia dar errado, então precisava ser cautelosa. Lembram daquela informação que Olivia me passou? Ela se aplicaria em algumas horas.
— Estou chateada com esse lance do Oliver — disse Becky, suspirando.
— Seu crush é um assassino de péssima qualidade — respondi com um sorriso sarcástico.
— Mas isso não te impede de ter algo com ele — brincou Noah, rindo. — Somos o seu exemplo.
— Não, obrigada. Já tenho muitos problemas com assassinos — respondeu Becky, revirando os olhos.
— De todos os males, o menos pior — disse, com um ar de provocação.
— Vamos trocar de assunto, pelo amor de Deus — pediu Becky, impaciente.
— Como vai o plano, Ariana? — perguntou Noah, a curiosidade nos olhos.
— Ainda não fiz nada. No final das aulas, vocês verão a mestra em ação — afirmei, cheia de confiança.
12:30 PM
Finalmente! O momento que tanto esperei chegara. Oliver estava saindo da sala, e a informação que antes parecia inútil agora se tornara essencial: ele estava apaixonado por Alexia, uma colega da nossa turma. Era a isca perfeita.
— Alexia? — chamei antes que ela pudesse sair.
— Sim? — respondeu, virando-se para mim.
— Preciso de um enorme favor seu. Pode me ajudar? — perguntei, a ansiedade crescendo.
— Se eu puder ajudar — disse Alexia, com um olhar curioso.
— Quero que entregue este café ao Oliver — disse, colocando um copo fechado em suas mãos. — Mas não pode dizer que fui eu quem entregou. Entendeu?
— Ah, só isso? Posso fazer — respondeu Alexia, parecendo aliviada.
— Muito obrigada! — agradeci, sentindo o coração disparar.
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Meu Amigo Imaginário
HorrorAriana White Carpenter sempre foi uma criança diferente das outras. Desde cedo, ela desenvolveu uma personalidade perturbadora, acompanhada por um amigo imaginário que nunca a deixou. Mas esse amigo não era como os outros: ele a incentivava a comete...