Eu estava imerso no jogo quando o som do meu celular interrompeu a concentração. Com um rápido gesto, aceitei a chamada.
Chamada em andamento
— Alô? — atendi, ajustando o fone no ouvido.
— Noah Griffin? — a voz do outro lado era firme e profissional.
— Sim, sou eu. Quem fala? — perguntei, tentando discernir o tom da conversa.
— Sou Estela Hanks, a médica psiquiatra da Ariana. Você é um parente próximo dela, certo?
— Sou o namorado dela. O que você deseja? — minha curiosidade crescia.
— Eu a convidei para uma consulta esta tarde, mas ela não apareceu.
— Ah, aconteceu um imprevisto. Eu posso ir até aí para falar com você — ofereci, tentando solucionar a situação.
— Ótimo! Estarei aguardando.
Chamada encerrada
Rápido e decidido, tomei um banho, vesti uma camisa e jeans, e avisei minha mãe sobre a saída. Em seguida, dirigi-me para a clínica. Ao chegar, vi Estela esperando na entrada.
— Olá, Estela — cumprimentei, aproximando-me.
— Olá, Noah — respondeu ela com um aceno, e seguimos para o consultório.
Sentando-se, Estela começou a explicar:
— Eu queria discutir a medicação da Ariana, saber se ela tem apresentado mais crises, esse tipo de coisa.
— Ela está tomando os remédios na hora e na quantidade exatas. Não houve novas crises — menti, sentindo um peso na consciência.
— Que bom. O que eu queria discutir é uma hipótese que tenho sobre o Nicholas — disse Estela, seus olhos mostrando a seriedade do assunto.
— Nicholas? — perguntei, intrigado.
— Sim. Acredito que a parte sombria da mente dela criou uma espécie de companhia — explicou Estela — Esse "companheiro" agregou todas as fontes de negatividade que ela experimenta e usou isso para oferecer uma forma de distração.
— Fontes de negatividade? — questionei, buscando entender.
— Desprezo, tristeza, solidão, entre outras coisas — detalhou Estela — A distração, no caso, seria a de buscar causar sofrimento nos outros para sentir-se melhor.
— Isso parece fazer sentido — admiti, refletindo sobre as palavras dela.
— Esta é apenas uma hipótese. O principal objetivo é salvar a Ariana e proteger as pessoas ao seu redor — afirmou Estela com determinação.
— Vamos aguardar o término desses dois meses e, depois, reconsideraremos nossas opções — sugeri.
— Combinado. Agradeço por ter vindo — disse Estela, levantando-se para a despedida.
— Eu que agradeço — respondi, levantando-me também.
Após nos despedirmos, segui em direção à saída. Meu celular tocou novamente, interrompendo meus pensamentos.
Chamada em andamento
— Oi, Becky — atendi.
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Meu Amigo Imaginário
HorreurAriana White Carpenter sempre foi uma criança diferente das outras. Desde cedo, ela desenvolveu uma personalidade perturbadora, acompanhada por um amigo imaginário que nunca a deixou. Mas esse amigo não era como os outros: ele a incentivava a comete...