Ainda estávamos na escola em "confinamento". O tal Peter Benson estava conversando com a diretora Yang, a atmosfera carregada de tensão.
— Ariana...? — ouço alguém me chamar, interrompendo meus pensamentos.
— Oi?! — respondi, virando-me para ver que era Olívia, com o rosto pálido e os olhos arregalados.
— Preciso de você — disse Olívia, a voz tremendo.
— Com licença, gente — falei para Becky e Noah, me afastando para falar com Olívia — O que houve? — perguntei, notando a preocupação em seu olhar.
— Eu estou com medo. E se eu mesma tenha feito isso? — perguntou Olívia, a angústia evidente em seu tom.
— Nicholas pode ser um fantasma e te induzir ao erro, mas você ainda mantém sua consciência mesmo quando ele entra na sua mente. Não foi você. — respondi, tentando acalmá-la.
— Então quem foi, Ariana? — questionou Olívia, os olhos implorando por respostas.
— Chame o Oliver. Vou estar no laboratório de ciências o esperando. — respondi, determinada.
— Não me diga que... — começou Olívia, a preocupação ainda evidente.
— Olívia, vá chamar o Oliver! — pedi com firmeza.
Siga caminhando com passos apressados em direção ao laboratório de ciências. O espaço estava silencioso, com apenas o som das minhas próprias respirações apressadas. Em menos de dez minutos, Oliver apareceu, sua expressão desafiadora contrastando com a seriedade da situação.
— Eu quero quebrar todos os seus dentes, mas antes preciso que você comece a falar. — declarei, a raiva evidente na minha voz.
— O quê?! — Oliver franziu a testa, surpreso.
— Você começa a ver meu amigo imaginário e acha que pode sair matando as pessoas assim? Tá doido, é?! — digo, o tom ríspido e a mão firme na cintura.
— Nicholas te contou, não é? — perguntou Oliver, um sorriso cínico se formando nos lábios.
— Não, seu burro! Eu sei reconhecer um assassino e, com certeza, você é péssimo nisso. — respondi, os olhos fixos nos dele.
— Ninguém tem provas contra mim, então eu não me importo com nada. — disse Oliver, o desprezo evidente.
— Quanto a isso, bom trabalho! Agiu como um assassino de classe. Agora vê se não dá mole, seu idiota. — digo, o sarcasmo evidente — Aliás, quem matou o pai da Becky?
— A pessoa que acabou de morrer. — Oliver riu de maneira fria.
— É, realmente é como dizem: "mente vazia, oficina do Diabo" — digo, a ironia pesando nas palavras.
— O que o Nicholas quer com a gente? — perguntou Oliver, o tom de desespero começando a emergir.
— Ele não é seu novo amiguinho? Então pergunte a ele. — respondi, rindo de forma amarga — Até daqui a pouco.
Antes que Oliver pudesse responder, eu saí rapidamente e voltei ao pátio. Quando cheguei, deparei-me com um homem alto, vestindo uma camisa social azul, gravata vermelha e calça jeans. Provavelmente era o novo delegado.
— Voltei — falei, sentando-me ao lado de Noah.
— Ah, com licença, você é a Ariana? — perguntou o homem, sua expressão profissional e uma leve irritação nos olhos.
— Claro! Não reconhece esse rostinho lindo dos jornais?! — fiz uma pose exagerada, fazendo-o parecer ainda mais irritado.
— Vejo que tem senso de humor. Eu sou o delegado Benson. Irei substituir a Dove até encontrarem-na. — disse ele, com um tom formal.
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Meu Amigo Imaginário
KorkuAriana White Carpenter sempre foi uma criança diferente das outras. Desde cedo, ela desenvolveu uma personalidade perturbadora, acompanhada por um amigo imaginário que nunca a deixou. Mas esse amigo não era como os outros: ele a incentivava a comete...