23. O Jogo das Sombras

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Ainda estávamos na escola em "confinamento". O tal Peter Benson estava conversando com a diretora Yang, a atmosfera carregada de tensão.

— Ariana...? — ouço alguém me chamar, interrompendo meus pensamentos.

— Oi?! — respondi, virando-me para ver que era Olívia, com o rosto pálido e os olhos arregalados.

— Preciso de você — disse Olívia, a voz tremendo.

— Com licença, gente — falei para Becky e Noah, me afastando para falar com Olívia — O que houve? — perguntei, notando a preocupação em seu olhar.

— Eu estou com medo. E se eu mesma tenha feito isso? — perguntou Olívia, a angústia evidente em seu tom.

— Nicholas pode ser um fantasma e te induzir ao erro, mas você ainda mantém sua consciência mesmo quando ele entra na sua mente. Não foi você. — respondi, tentando acalmá-la.

— Então quem foi, Ariana? — questionou Olívia, os olhos implorando por respostas.

— Chame o Oliver. Vou estar no laboratório de ciências o esperando. — respondi, determinada.

— Não me diga que... — começou Olívia, a preocupação ainda evidente.

— Olívia, vá chamar o Oliver! — pedi com firmeza.

Siga caminhando com passos apressados em direção ao laboratório de ciências. O espaço estava silencioso, com apenas o som das minhas próprias respirações apressadas. Em menos de dez minutos, Oliver apareceu, sua expressão desafiadora contrastando com a seriedade da situação.

— Eu quero quebrar todos os seus dentes, mas antes preciso que você comece a falar. — declarei, a raiva evidente na minha voz.

— O quê?! — Oliver franziu a testa, surpreso.

— Você começa a ver meu amigo imaginário e acha que pode sair matando as pessoas assim? Tá doido, é?! — digo, o tom ríspido e a mão firme na cintura.

— Nicholas te contou, não é? — perguntou Oliver, um sorriso cínico se formando nos lábios.

— Não, seu burro! Eu sei reconhecer um assassino e, com certeza, você é péssimo nisso. — respondi, os olhos fixos nos dele.

— Ninguém tem provas contra mim, então eu não me importo com nada. — disse Oliver, o desprezo evidente.

— Quanto a isso, bom trabalho! Agiu como um assassino de classe. Agora vê se não dá mole, seu idiota. — digo, o sarcasmo evidente — Aliás, quem matou o pai da Becky?

— A pessoa que acabou de morrer. — Oliver riu de maneira fria.

— É, realmente é como dizem: "mente vazia, oficina do Diabo" — digo, a ironia pesando nas palavras.

— O que o Nicholas quer com a gente? — perguntou Oliver, o tom de desespero começando a emergir.

— Ele não é seu novo amiguinho? Então pergunte a ele. — respondi, rindo de forma amarga — Até daqui a pouco.

Antes que Oliver pudesse responder, eu saí rapidamente e voltei ao pátio. Quando cheguei, deparei-me com um homem alto, vestindo uma camisa social azul, gravata vermelha e calça jeans. Provavelmente era o novo delegado.

— Voltei — falei, sentando-me ao lado de Noah.

— Ah, com licença, você é a Ariana? — perguntou o homem, sua expressão profissional e uma leve irritação nos olhos.

— Claro! Não reconhece esse rostinho lindo dos jornais?! — fiz uma pose exagerada, fazendo-o parecer ainda mais irritado.

— Vejo que tem senso de humor. Eu sou o delegado Benson. Irei substituir a Dove até encontrarem-na. — disse ele, com um tom formal.

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