— É ela! Leve-a daqui! — gritou Dove, apontando para mim.
— Opa! — exclamei, sarcástica. — Levar para onde?
— Ariana, eu sei que você machucou a Lauren — acusou ela, com firmeza.
— Você tem provas? — perguntei, desafiadora.
— Não — respondeu Dove, frustrada.
— Então, eu não vou. Eu quem saí do hospício e você é quem ficou doida? — declarei, decidida.
— Ariana, por que não admite seu crime? — insistiu Dove.
— Ah, para de encher o meu saco, mulher! — respondi, irritada.
— Vocês vão ficar aí parados? — Dove gritou com os enfermeiros da clínica.
— Cala a boca, sabonete! — gritei, furiosa.
— Chega, Ariana, você vem comigo — disse um dos enfermeiros, aproximando-se.
— Quer saber? Tudo bem — respondi resignada.
Fui envolvida em uma camisa de força e colocada no carro.
— Nicholas, Nicholas, Nicholas, Nicholas — chamei várias vezes.
— Essa menina é doida... — ouvi o motorista comentar.
— Não vai mais me achar louca quando você estiver debaixo da terra.
{Noah}
Percebi o tumulto e fui procurar Becky e Ariana.
— Noah! — ouviu alguém chamar.
— Becky? — respondi. — Cadê a Ariana? E que tumulto é esse?
— A Dove, ela conseguiu, levou a Ariana de volta pra clínica — explicou Becky, preocupada.
— Como assim? Não podem! — exclamei, alarmado.
— Vamos atrás da Ariana antes que ela cometa uma loucura — propôs Becky, determinada.
— Ok, vamos! — concordei, decidido.
{Ariana}
Não acredito que depois de tantos anos fora desse lugar, estou de volta. As paredes rachadas são as mesmas, os gritos, o cheiro de remédio e morte, são os mesmos.
— Bem-vinda de volta, Ariana — disse uma enfermeira com um sorriso irônico.
— Me coloca na mesma sala de antes, sou VIP nesse lugar — respondi com sarcasmo.
— É o mínimo que podemos fazer por você — respondeu ela, desinteressada.
Tiraram a camisa de força de mim e me trancaram na mesma sala de antes. Fiquei com a cabeça baixa por um tempo, até que ouvi uma voz familiar.
— Ariana? — disse Nicholas, aparecendo inesperadamente.
— Disse que eu não iria voltar pra cá — murmurei, desanimada.
— Eu não vou poder te tirar daqui, mas posso fazer o que você quiser — ofereceu ele.
— Some com a Dove, pelo amor de Deus — implorei.
— Eu não posso, mas seus amigos podem — respondeu ele, misterioso. — Você vai sair daqui logo.
Nicholas desapareceu antes que eu pudesse responder.
[...]
{Ariana}
Eu estava cochilando quando ouvi a porta se abrir.
— Levanta! — mandou um dos enfermeiros.
— O que você quer? — perguntei, ainda sonolenta.
— Seu namorado e sua amiga estão aqui — respondeu ele.
Levantei-me, fui algemada e conduzida até a sala de visitas.
— Qual é o plano? — perguntou Noah, preocupado.
— Sequestrem a Dove, sumam com ela, me tirem daqui e me levem até onde a esconderem — respondi rapidamente.
— Como vamos fazer isso? — perguntou Becky, incerta.
— Peçam ajuda ao Ayden, ele tem boas estratégias — sugeri. — Eu vou explodir este lugar — disse com raiva.
— O que você vai fazer com a Dove? — perguntou Noah, visivelmente perturbado.
— Tortura — respondi friamente.
— Você é doente... — disse Becky, chocada.
— Obrigada — respondi, irônica. — Façam rápido, não tenho muito tempo, eles querem me matar.
— Tá bom — concordou Noah, resignado.
O tempo da visita acabou e tive que voltar para minha solitária sala branca. O ódio e a dor dominavam meu coração naquele momento.
{Noah}
Fomos até o orfanato e contamos tudo para Ayden.
— Que merda a gente faz agora? — perguntei, preocupado.
— Tenho uma ideia — respondeu Becky, pensativa.
— O que é? — perguntou Ayden, curioso.
— Tudo o que aprendi com a Ariana e com os assassinatos dela é que ela planejava tudo nos mínimos detalhes, e as pessoas só descobriam muitos dias depois do acontecido. Vamos invadir a casa da Dove, pegá-la e levá-la para um prédio abandonado em Los Angeles. Ninguém entra lá há anos — explicou Becky, com determinação.
— Boa ideia, garota — elogiei.
— Não seria melhor dopá-la e levá-la? — sugeriu Ayden.
— Vamos fazer do jeito foda — disse Becky, confiante.
— Tudo bem, moça — concordou Ayden.
— Quando vamos fazer isso? — perguntei.
— Agora. Ariana não perdia tempo. Temos até ela chegar em casa — afirmou Becky.
— Então vamos — decidi.
Saímos correndo em direção à casa de Dove e nos escondemos nos fundos.
— Como vamos entrar? — perguntou Ayden, preocupado.
— Não precisamos entrar. Ayden, fique na frente e a distraia, eu vou por trás e a atacarei. Ela vai cair e você a pegará — disse Becky.
— Impressionante, Becky — elogiei.
— Sou uma grande fã da sua namorada, mesmo depois de tudo — riu Becky.
— Olha ela, vamos colocar o plano em ação — disse, decidido.
Fiquei escondido entre os arbustos perto do carro de Dove, enquanto Ayden distraía ela. Becky fez um sinal para mim indicando que ia atacar. Balancei a cabeça positivamente e vi Becky jogar uma pedra na cabeça de Dove, fazendo-a desmaiar no chão.
— Coloque-a no carro, vamos embora — ordenei.
Assenti e rapidamente levei Dove até o carro, liguei o motor e partimos em direção ao prédio abandonado ao norte de Los Angeles.
{Ariana}
— Mas que droga eu ainda estou fazendo aqui? — falei para a câmera que estava na minha sala. — Eu sei que vocês estão me ouvindo. Eu não matei ninguém, se a menina cometeu suicídio, o problema é dela — bufei. — Aqui para vocês, seus lixos — mostrei o dedo do meio, frustrada.
Passei horas e horas gritando, pedindo para sair, até que finalmente me cansei e deitei no chão.
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Meu Amigo Imaginário
HorrorAriana White Carpenter sempre foi uma criança diferente das outras. Desde cedo, ela desenvolveu uma personalidade perturbadora, acompanhada por um amigo imaginário que nunca a deixou. Mas esse amigo não era como os outros: ele a incentivava a comete...