20. Revelações e Promessas

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Becky e eu estávamos na sala de aula conversando sobre a situação da Ariana.

— Ela já pode sair da clínica. Estão cometendo assassinatos e ela não tem nada a ver com isso — disse Becky, com um olhar decidido.

— Apenas alguém da lei pode solicitar a liberação dela — expliquei. — Podemos pedir à Mary que cuide disso.

— Quem é Mary? — perguntou Becky, com um tom de curiosidade.

— Ela é a diretora do orfanato onde a Ariana vive — respondi, tentando manter a calma.

— É, pode ser uma boa ideia — concordou Becky.

— Não aguento mais um dia sem a Ariana — bufei, frustrado.

— Ah, que fofo! É verdade o que dizem: a distância aumenta o amor — disse Becky, apertando minhas bochechas com um sorriso provocador.

— Eu odeio você! — resmunguei, empurrando sua mão com uma careta.

— Falando nela, vai visitá-la? — perguntou Becky, com um olhar de desprezo.

— Sim, mas só depois que formos falar com a Mary — respondi, seco.

— Tá bom — disse Becky, desistindo de provocar mais.

Continuamos conversando por um bom tempo até que Taylor parou em frente à minha mesa e disse que precisava falar algo importante comigo. Levantei-me e segui para fora da sala com ela.

— O que aconteceu? — perguntei, ansioso.

— Eu estou vendo o mesmo menino que a Ariana — respondeu Taylor, com um olhar assustado.

— O quê? Você está delirando. Primeiro aquela mensagem, agora isso? O que você quer, afinal? — perguntei, quase cuspindo as palavras.

— Eu sei que parece loucura, mas uma hora você vai descobrir a verdade. Só preciso que você acredite que estou vendo esse tal Nicholas — insistiu Taylor, com uma expressão de urgência.

— Ah, sério?! Então, como ele é? — perguntei, tentando entender.

— Ele tem o corpo de uma criança de uns dez, onze anos, e os cabelos são lisos e pretos — respondeu Taylor, com um tom de desespero. — Eu não sou louca, Noah.

Taylor saiu antes que eu pudesse responder. Fiquei pensando no que ela disse. Ariana nunca me contou como era o amigo imaginário dela; talvez Taylor estivesse dizendo a verdade.

— O que houve, Noah? — perguntou Olívia, me fazendo levar um susto. — Desculpe, não queria te assustar.

— Não aconteceu nada, estou bem — respondi, tentando me recompor. Voltei para a sala.

As aulas finalmente terminaram. Peguei minhas coisas e segui para a saída, enquanto Becky pediu para que eu a esperasse do lado de fora.

— Noah, precisa acreditar em mim! — disse Taylor, caminhando ao meu lado.

— Taylor, o que você quer? — perguntei, ríspido.

— Não é óbvio? Quero sua confiança — respondeu Taylor, com um tom de frustração.

— Tá bom, o que mais você deseja? — perguntei, tentando entender.

— Não acredita em mim, não é? — perguntou Taylor, com um olhar de mágoa.

— Acredito, claro que acredito! — respondi, tentando não parecer irritado.

— Noah, quanto mais você mente sobre alguma coisa, pior fica — disse Taylor, com um olhar sério.

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