Becky e eu estávamos na sala de aula conversando sobre a situação da Ariana.
— Ela já pode sair da clínica. Estão cometendo assassinatos e ela não tem nada a ver com isso — disse Becky, com um olhar decidido.
— Apenas alguém da lei pode solicitar a liberação dela — expliquei. — Podemos pedir à Mary que cuide disso.
— Quem é Mary? — perguntou Becky, com um tom de curiosidade.
— Ela é a diretora do orfanato onde a Ariana vive — respondi, tentando manter a calma.
— É, pode ser uma boa ideia — concordou Becky.
— Não aguento mais um dia sem a Ariana — bufei, frustrado.
— Ah, que fofo! É verdade o que dizem: a distância aumenta o amor — disse Becky, apertando minhas bochechas com um sorriso provocador.
— Eu odeio você! — resmunguei, empurrando sua mão com uma careta.
— Falando nela, vai visitá-la? — perguntou Becky, com um olhar de desprezo.
— Sim, mas só depois que formos falar com a Mary — respondi, seco.
— Tá bom — disse Becky, desistindo de provocar mais.
Continuamos conversando por um bom tempo até que Taylor parou em frente à minha mesa e disse que precisava falar algo importante comigo. Levantei-me e segui para fora da sala com ela.
— O que aconteceu? — perguntei, ansioso.
— Eu estou vendo o mesmo menino que a Ariana — respondeu Taylor, com um olhar assustado.
— O quê? Você está delirando. Primeiro aquela mensagem, agora isso? O que você quer, afinal? — perguntei, quase cuspindo as palavras.
— Eu sei que parece loucura, mas uma hora você vai descobrir a verdade. Só preciso que você acredite que estou vendo esse tal Nicholas — insistiu Taylor, com uma expressão de urgência.
— Ah, sério?! Então, como ele é? — perguntei, tentando entender.
— Ele tem o corpo de uma criança de uns dez, onze anos, e os cabelos são lisos e pretos — respondeu Taylor, com um tom de desespero. — Eu não sou louca, Noah.
Taylor saiu antes que eu pudesse responder. Fiquei pensando no que ela disse. Ariana nunca me contou como era o amigo imaginário dela; talvez Taylor estivesse dizendo a verdade.
— O que houve, Noah? — perguntou Olívia, me fazendo levar um susto. — Desculpe, não queria te assustar.
— Não aconteceu nada, estou bem — respondi, tentando me recompor. Voltei para a sala.
As aulas finalmente terminaram. Peguei minhas coisas e segui para a saída, enquanto Becky pediu para que eu a esperasse do lado de fora.
— Noah, precisa acreditar em mim! — disse Taylor, caminhando ao meu lado.
— Taylor, o que você quer? — perguntei, ríspido.
— Não é óbvio? Quero sua confiança — respondeu Taylor, com um tom de frustração.
— Tá bom, o que mais você deseja? — perguntei, tentando entender.
— Não acredita em mim, não é? — perguntou Taylor, com um olhar de mágoa.
— Acredito, claro que acredito! — respondi, tentando não parecer irritado.
— Noah, quanto mais você mente sobre alguma coisa, pior fica — disse Taylor, com um olhar sério.
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Meu Amigo Imaginário
HorrorAriana White Carpenter sempre foi uma criança diferente das outras. Desde cedo, ela desenvolveu uma personalidade perturbadora, acompanhada por um amigo imaginário que nunca a deixou. Mas esse amigo não era como os outros: ele a incentivava a comete...