Capítulo 28 °

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°° Breeze °°

Quando Chris chegou a cozinha depois de sair do quarto do Dimitri, apenas decidi subir e me tranquei aqui, eles entenderam, o meu 'namorado' que agora parece ter perdido um pouco o sentido da palavra, estava bem estranho quando desceu e com o rosto vermelho. Enquanto a mãe dele correu para ver o que aconteceu, pedi licença e vim para o quarto, estou aqui, sozinha, desde então.

Fico de bruços, cubro minha cabeça com o travesseiro e choramingo, sinto que vou enlouquecer a qualquer momento, agora é quase certeza. Não consigo entender o que estou sentindo, mas sei de uma coisa, estou chateada e triste, a discussão arrancou de mim a felicidade que antes sentia.

— Boa Noite. — Sônia chama minha atenção assim que entra no quarto. Fico de barriga para cima, e tento sorrir para ela.

— Boa Noite. — Deposita um beijo carinhosamente em minha testa.

— Tudo bem? — Assinto. — Não vai comer?

— Estou sem fome. — Sou sincera. — Como ele está? — Pergunto.

— Meu filho? Ah, ele levou um soco, mas...

— O Dimitri. Ele está bem? — Não deveria, mas estou preocupada.

— Não sei, querida. Ele se trancou no quarto, não quis abrir de jeito nenhum e está bem difícil de se comunicar. — Encolhe os ombros. — Mas, vai ficar tudo bem, já previa que isso iria acontecer, no momento, tudo que podemos fazer é esperar.

— Sinto muito. — Abaixo a cabeça. — Não queria causar essa confusão.

— Não fique assim. — Segura em meu rosto e levanta. — Aqueles dois vivem brigando, amanhã já vai tá tudo bem.

— Tem certeza? — Assente. — Tudo bem, vou dormir. — Digo, só para que ela saia e eu fique sozinha.

— Bons sonhos, pequena sereia. — Diz gentilmente e abro um sorriso, ficando só assim que ela fecha a porta.

O frio que faz no ambiente fica presente, dessa vez Moby precisou ficar na casinha dele, está tão cansado ultimamente, ela é adaptada para a idade dele e para que possa se locomover bem. Não terei companhia hoje. Puxo a coberta até meu queixo, me encolhendo e soltando um longo suspiro.

Aaahr! — Grito cobrindo minha cabeça. — Quero voltar para casa! — Acho que seria mais fácil.

Me sento rapidamente quando a maçaneta começa a ser mexida, engulo seco e fico olhando, será algum meli cruel? A porta se abre, uma silhueta conhecida entra meio cambaleante, parece dançar. Fico observando para ver o que ele quer aqui. É um meli cruel, mas não sei se é mais tão cruel assim.

— Posso ficar aqui? — Dimitri pergunta, parando diante da cama. Acendo o abajur, posso observar melhor a expressão dele, não é muito boa. Ele está bêbado, e tenho mais certeza disso quando ele se inclina e fica com o rosto bem perto do meu. — É que as cosas quebradras do meu quarto, querem vigança por ter quebradro elas ante. — Faço careta.

— Hã?

Brigado, sabia que ia dexa. — E me empurra pro lado com as duas mãos.

Quase caio da cama, mas consigo me equilibrar, ele apenas senta, joga o sapato no chão e deita, de costas para mim. Mas... ele me odiava algumas horas atrás e agora acha que posso protegê—lo das coisas quebradas em seu quarto? Ele é louco, e por isso está me enlouquecendo.

Viro de lado, ficando de costas para ele, apago a luz do abajur e ele já está dormindo, como eu sei? Porque ele ronca quando está bêbado, coisa que não acontece quando ele está de boa, sem estar sob efeito do álcool. Abro um sorriso sem entender o motivo, ele é apenas uma alma defeituosa precisando de conserto, só que além de defeituoso, é orgulhoso, então, isso não vai o levá—lo a lugar nenhum.

Breeze - Uma sereia em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora