Capítulo 40 °

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°° Breeze °°

Acordo e estou na cama do Dimitri novamente, ele ainda dorme. Olho para a janela, já está quase amanhecendo, a escuridão quase em seu fim e a chuva parou. Levanto sem fazer barulho algum e caminho até a porta.

Dimitri que me desculpe, mas não posso ficar aqui e agir como se nada tivesse acontecido antes, as palavras dele foram sinceras, mas... até quando? Até o dia que ele surtar e começar a negação novamente?

Já sou complicada demais para lidar com isso, não estou sendo egoísta, só acho que ele falou algumas coisas no calor do momento, pois se acostumou com minha presença e me ter longe o deixaria mal, por isso ele falou que me amava, só pelo fato de não querer me ver indo embora. Não posso ficar aqui, preciso ter amor próprio e pensar em mim antes de qualquer coisa.

Chego à porta da sala, abro e me preparo para sair, mas os passos na sala me fazem parar.

— O que está fazendo? – A voz de quem acabou de acordar me tira de meus devaneios.

— Indo embora. – Me viro e falo como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

— Mas... eu... é... por quê? – A confusão é notória em sua face e voz. – Achei que tínhamos resolvido antes e que iria ficar. Até falei que te amo. – Se aproxima.

– Ama mesmo, Dimitri? Ou você falou tudo isso para que eu não fosse embora? Você sabe o que é amar alguém? — Meu peito se aperta. — Acho que você só disse isso por ter se acostumado comigo e me ver indo embora, seria ruim, afinal sou seu troféu. – Para em minha frente e não parece abalado com minhas afirmações, está até confiante.

— Eu te amo, Breeze, me perdoa por ter demorado tanto a perceber, só estava confuso e não consegui entender o que estava acontecendo comigo. Mas, o meu sentimento por você é real e nunca tive tanta certeza de algo em minha vida. Não te julgo por querer ir, mesmo que eu te peça, novamente, para ficar. Dessa vez vai ser diferente, eu prometo. — Levanta a mão, como se tivesse fazendo um juramento e fecha os olhos, levando a mão ao peito. — Eu, Dimitri, estou disposto a enfrentar qualquer coisa para provar o meu amor e caso venha a te magoar em algum momento, autorizo que peça ao seu pai que me puna. — Acabo sorrindo, mesmo sem querer. — Aceito receber a fúria do rei dos mares caso magoe a filha dele. — Me olha e fico séria. — Você disse que iria me dar uma chance.

— Estava fraca demais ontem, não sabia o que estava falando. — Olho pro lado, mas a mão dele me faz voltar a encará—lo.

— Que isso, bruxinha, mentindo para mim? – É, seria mais fácil fugir enquanto ele estava dormindo, esse homem tem um efeito tão grande sobre mim que não consigo me afastar quando está por perto.

— Estou morrendo de fome. – Mudo completamente de assunto quando minha barriga ronca.

Passo por ele indo em direção a cozinha, escuto seus passos atrás de mim.

–— Hoje o café da manhã é por minha conta, sou um ótimo cozinheiro. – Escuto ele falar assim que entramos na cozinha.

Sento na cadeira e apoio os braços na bancada, ele fica do outro lado, de frente para mim e parece me encarar como se eu fosse uma preciosidade. Por que os olhos dele parecem brilhar?

— Sônia nunca me falou isso, mas tenho certeza que agora saberei se é mentira ou verdade. — Dou um sorriso e ele retribui. – Posso te ajudar? Por favor? – Coloco as mãos juntas frente ao queixo e ele ri.

— Tudo bem, só fique longe da água e tudo vai dar certo. – Comemoro, pulando da cadeira e fazendo a dança da vitória, paro e vejo que se controla para não rir.

Breeze - Uma sereia em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora