Capítulo 29 °

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°° Breeze °°

Acordo com uma sensação estranha, de estar sendo observada, está tudo bem escuro e silencioso, a porta está trancada, pois não abri depois que a Sônia saiu, acho que ela também não abriria.

Levanto e olho pela janela, tá ventando bastante lá fora, fico olhando para um ponto fixo e do nada um pássaro preto sai voando, me fazendo dar um pulo para trás, que susto. Será que se eu for para a casa do Chris, o Dimitri vai ficar com raiva? Acho que sim, então, é isso que vou fazer. Sinto um frio e olho para baixo, verdade, estou sem roupa, dormi aquela hora e só acordei agora, não seria muito legal sair assim.

Coloco a calça e blusa que estava antes, vou até a porta, tento abrir e está trancada mesmo, destranco e sigo pelo corredor, passo pela porta do Dimitri e ela está fechada, silêncio demais. Será que ele foi atrás da namorada? Que seja, irei atrás do meu. Desço as escadas, tá tudo tão escuro, abro a porta da cozinha e dou de cara com quem menos queria.

— Oi. — Digo mais baixo que o normal, fui pega no flagra.

— Ia a algum lugar? — Pergunta desconfiado, fico bem nervosa.

— Claro que não, eu queria... água. — Pego um copo na pia, vou até o filtro de água e começo a encher o copo, se isso pingar em mim, tô ferrada. Vai ser outro drama no meio da cozinha.

— Uhum... água. — Parece estar sendo irônico, mas apenas fica observando minhas ações enquanto pega mais um cookie no pote. — Você tá bebendo com tanta vontade essa água, que até parece estar apaixonada. — Começa a rir de sua própria fala. E fico chocada, tipo, o Dimitri está na minha frente, rindo de verdade e é bonito.

— Hahaha. — Debocho. — Estou tomando cuidado para não cair em mim. — Digo dando de ombros, ele fica assentindo, reviro os olhos e por fim termino de beber a água. Coloco o copo na pia e sigo para a porta, é Breeze, volte pro quarto.

— Por que está usando minha roupa? — Paro de andar no mesmo instante. Sem saber o que dizer.

— Não tenho roupas para usar. — Me viro, encarando o rosto dele e vendo quando franze a testa. — Não quero usar as roupas daquela mulher, aliás, fica tudo tão apertado e curto.

— Hm... — Resmunga. — Não deveria me pedir antes de roubar minhas coisas?

—— Não roubei, apenas peguei emprestado até que consiga as minhas.

— Consiga as suas? — Ele arqueia a sobrancelha e assinto. — Como? — Parece curioso.

— Comprando.

— Mas...

— Sim, eu sou uma sereia, mas eu preciso de roupas quando estou em minha forma humana. Ou, você prefere que eu fique sem roupa na frente de todos? — Ele fica bem sério. — Pois é, justamente por isso. — Ele nem precisa falar para que entenda o que pensou. — Vou dormir. — Me viro quando ele fica em silêncio.

— O que você viu nele? — Pergunta, o que me faz virar novamente e vejo ele morder o cookie.

— Quê? Não entendi. — Pergunto e ele dá de ombros.

— O que viu no Chris? Por que você tá com ele? — Pergunta e não creio que estamos tendo essa conversa, justo com o homem que acha que é meu dono.

— Não sei. — Sou sincera. — Deve ser porque ele me trata como igual, além disso me trata bem, me faz rir e não fica prestes a me dar uns tapas quando está com raiva... — Falo e ele me interrompe.

— Posso ficar com raiva e instável, mas jamais te bateria. — Meu coração fica esquisito quando o homem olha para baixo, parecendo bem triste.

— Por que eu acreditaria? Você nunca me mostrou um pingo de bondade, é difícil de acreditar. — Ele fica em silêncio, respiro fundo. — Boa noite, Dimitri. — Me viro para ir em direção a porta.

Breeze - Uma sereia em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora