Breeze - Uma sereia em minha vida

Capítulo 5 °

°° Dimitri °°

Acordei muito animado, a notícia de que eu havia capturado uma sereia se espalhou de forma surpreendente, ontem e hoje recebi várias ofertas de pessoas que queriam ver, perguntavam quanto estava cobrando para isso, claro que não pedi pouco, pedi muito e eles aceitaram e minha conta bancária já está começando a voltar ao seu normal.

Tive que ignorar algumas ligações do Conselho de Melis, que é uma organização de melis bem poderosos que buscam proteger a todos de si mesmos e dos caçadores, além de trabalhar arduamente para que esse mundo sobrenatural não seja exposto para os humanos.

Aparentemente, não deveria ter mostrado a sereia mundialmente, pois isso pode levantar suspeitas desse mundo que ainda é anônimo, mas não estou nem aí, pelo menos provei que estava certo desde o início.

O fato dela tentar me matar embaixo d'agua, me causar pesadelos e calafrios, não me abateu ou me fez ficar arrependido. Claro que minha vida passou diante dos meus olhos, fiquei totalmente assustado e com medo, mas o momento que senti a água querendo entrar por meu corpo, foi desesperador, senti que ia morrer e isso não aconteceu porque ela parou.

— Dimitri, eles chegaram. — Jhony fala, chamando minha atenção e olho para ele eufórico.

Sigo até a sala e vejo uma multidão de pessoas. Curiosos e jornalistas, todos querendo ver que o mito é realidade e que pagaram muito bem por isso.

— Bom dia, senhoras e senhores. — Cumprimento a multidão à minha frente, sorte que minha sala é enorme e como retirei os móveis, ficou maior ainda. Parece até um salão de exposição. — Como muitos sabem, finalmente, depois de anos à procura, encontrei uma sereia e hoje vocês vão ver esse mito se tornando realidade. Espero que apreciem a visão da minha bela sereia. Sei que isso é um choque, descobrir que de fato elas existem, mas não se assustem, elas são inofensivas e bem reais. — Começam a bater palma após meu discurso.

Vou em direção ao aquário, ela não está à vista, mesmo com toda a movimentação aqui fora. Está no ponto cego, que não dá para ver direito daqui, só pelo outro lado onde tem a escada. Vejo uma pontinha de sua cauda, encostada no chão. Sereias dormem? Devem dormir, é o que parece que ela está fazendo.

Começo a bater no vidro, para ver se ela acorda, o pessoal está prendendo a respiração atrás de mim, quando ela aparece, muitos gritam de susto, a expressão dela fica confusa enquanto se aproxima. Tenho de concordar, ela nada com graciosidade e quando para diante do vidro, com as duas mãos espalmadas nele, o povo fica de olhos arregalados e logo uma chuva de flashes das câmeras começam a cobrir a sala, junto com o burburinhos.

Ela está incrível, diria que está impressionante, com sua cauda em um tom azulado chamativo, o leve toque arroxeado no fim contrasta bem com a cor que cobre maior parte e as conchas parecem até mais chamativas, a única diferença é em seu rosto, não tem aquele rosado de antes e sua cor parece fria demais, além do cabelo que está em um tom quase vinho, e não vermelho fogo com antes. Será que ela está doente por ter saído do mar? Era só o que me faltava.

Assim que os flashes vão de encontro a seu rosto, ela coloca a mão nos olhos, parece incomodar, começo a bater no vidro novamente, irritado, pois ela não está colaborando e isso parece irritar mais ainda ela. Quando seus olhos voltam a focar em mim, ela se aproxima mais e fica frente a frente comigo. Por alguns segundos me sinto conectado de uma maneira estranha com ela.

— Machuca, faz parar.

Balanço a cabeça, saindo do transe quando seus lábios se movimentam, como se fosse a coisa mais normal do mundo falar embaixo da água. Não escuto a voz dela, mas deu facilmente para ler seus lábios, ignoro seu pedido, não vou fazer parar. Se eu fizer isso, terei muita gente irritada atrás de mim querendo o dinheiro de volta. Ela nada em direção a superfície e vejo somente a pontinha de sua cauda agora, preciso olhar para cima buscando entender sua ação.