Capítulo 37 °

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°° Breeze °°

Ficar sem a roupa de baixo já virou quase um hábito para mim, tá que eu ganhei essas partes íntimas recentemente, mas acho que não deveria deixá-las tão livres assim. Usar um roupão ou um casaco longo como agora, não me parece tão seguro assim. Não era algo que me incomodava antes, mas conforme passo mais dias como humana, adquiro mais receio sobre essas horas que me molho.

— Seu ciúmes está me sufocando. — Digo terminando de colocar o casaco e fecho o zíper, achando bem fofo os pelinhos que tem no capuz da peça que cobre meu corpo. — Pode olhar. — Ele se vira para mim, respirando aliviado ao ver que vesti a peça.

Ele não quis sair, pois não: 'Confia em mim o suficiente e do jeito que sou doida, poderia sair com o pano e sem o casaco só para vê—lo irritado.' É tão fofa a maneira que ele me conhece bem e sabe como possivelmente irei agir.

— Não é ciúme, é cuidado. — Reviro os olhos, balançando a cabeça negativamente.

Empurro ele pro lado, abrindo a porta e saindo, tem uma fila enorme de pessoas querendo usar o banheiro e fico chocada, mais ainda pelo olhar que me lançam quando Dimitri aparece atrás de mim. Todos devem estar tendo pensamentos sujos agora.

— Nós não estávamos fazendo sexo, ok? — Dou um basta nos pensamentos deles, coisa feia. — Vocês são todos humanos perverti... — Dimitri coloca a mão em minha boca e sai me puxando com ele para longe de onde estávamos.

— Você não pode sair gritando essas coisas. — Briga comigo e não entendo.

— Mas, eles estavam pensando aquilo, tive de esclarecer. — Digo como se fosse óbvio.

— Você pelo menos sabe o que é sexo? — Para de andar e me questiona, faço o mesmo que ele e penso. Eu sei? Se disser que não, vou parecer muito burra, se disser que sim, pervertida como aqueles humanos.

— Eu assisti muitos filmes, tá? — Coloco as mãos na cintura e ele ri... por que ele está rindo? — Não ri. — Cruzo os braços irritada.

— Desculpa, pequena. — Fico alarmada quando o homem começa a dar tapinhas sem força em minha cabeça, como se tivesse confortando um cachorro.

Mas não foco nessa comparação, mas no fato dele me chamar de pequena. Minha irritação foi embora, agora estou bem bobinha.

— Aliás, não é ciúmes, é cuidado? — Olho para ele, tentando manter seu bom humor. — Você se preocupa comigo? — Pergunto abrindo um sorriso, ele coça a nuca e parece sem graça, amo o Dimitri nervoso, é tão lindo.

— É, Breeze, me preocupo com você. — Abro a boca quando ele responde após alguns minutos quieto. — Pronto, está feliz agora? Admiti alguma coisa. — Fico tão feliz que acabo agindo no impulso, pulando nele e abraçando com força seu pescoço.

— Já é um começo. — Minha fala faz o corpo dele, antes tenso, ficar relaxado. Me separo dele, sem conseguir parar de sorrir. — Você é legal, só esqueceu disso. — Saliento. — Mas, eu, Breeze... — Levanto a mão. — Me candidato a te ajudar nesse processo, já que fui promovida de monstro sem coração, para uma meli linda e apaixonante.

— Não disse isso em momento algum. — O homem interrompe meu juramento, com o cenho franzido.

— Primeira lição, não interrompa sua mestre.

— Segunda lição... — Ele se aproxima e se inclina, ficando com a boca perto do meu ouvido. — Não irrite o Dimitri, ele morde. — E se afasta, me dando as costas e indo em direção a saída. Por que ele me morderia? Não poderia ser: ele beija? Aí, esse homem é tão difícil.

Breeze - Uma sereia em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora