Capítulo 17 °

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°° Breeze °°

Acordo assustada, Moby está latindo muito, a porta do quarto está fechada, Dimitri deve ter saído já. Consigo escutar passos apressados pela casa e barulho de portas batendo, coloco o pé para fora da cama e logo coloco o outro e me apoio em pé, não sinto mais dor nele, só um pequeno incômodo quando piso no chão, deve acontecer comigo o mesmo que acontece com alguns dos melis da terra, me curar rápido.

Os passos se aproximam mais rápido, meu coração está a mil, dou a volta na cama, para entrar pro banheiro, não tem onde se esconder aqui e definitivamente, embaixo da cama, não é uma boa opção. Moby continua latindo para a porta, quando dou um passo a mais para ir ao banheiro, a porta se abre em um estrondo, batendo com tudo na parede.

Muitos homens vestidos como caçadores entram no quarto e ficam me olhando. Abro um sorriso, levanto as mãos em sinal de rendição e engulo seco. Vi em um filme de ação que é assim que fazem antes de tentar fugir, a mão pro alto é somente para ganhar tempo enquanto eles pensam que vai se entregar.

— Sou humana. — Tento convencê-los disso, mas se estão aqui, sabem sobre mim. Infelizmente.

Vou dando passos para trás e eles para frente, acho que eles vieram me pegar para me matar, sou um monstro para eles e é isso que eles fazem, matam monstros. Moby fica latindo bastante, logo um deles mira uma arma para ele e atira, o desespero toma conta de mim, ele gritou de dor quando o que saiu da arma acertou nele, me ajoelho ao lado do cachorro e balanço ele, o corpo está mole. Estou em pânico.

— Ei, acorda.

Não consigo acordá-lo, pois seguram em meu braço, me puxando para trás e me prendendo. Começo a me debater e gritar, mas parece não ter ninguém para me escutar, consigo ficar de pé e me viro para quem me segurou.

— Vocês mataram o Moby. — Ele me olha.

— Nós não matamos ele, só atiramos um tranquilizante, em algumas horas ele estará bem. — Ele parece gentil, o que é muito contraditório. — Me chamo Theo, vou te levar para casa. — Penso em retrucar, não quero ir para casa. Não agora.

Parece que meu pai estava quieto durante todo esse tempo, pois estava planejando tudo isso, fico feliz por saber que ele não me esqueceu e triste por querer ficar mais.

Olho para o lado, alguém está injetando algo em mim, dói quando aperta, sinto todo o meu corpo contrair e perco as forças. Parece que injetaram algo em mim que me deixa fraca e acabo caindo na escuridão.

(...)

Acordo novamente, só que agora com a cabeça latejando, parece ter um tambor dentro. Abro os olhos devagar, estou coberta, parece bem frio onde estou, vejo dois homens ao longe conversando, escuto o nome da Bella e finjo dormir ainda, para escutar.

— Depois que você foi encontrar o Pan ontem, você sumiu. — O homem que me trouxe fala. — O que estava aprontando, Clark? — Pergunta e o outro bufa, se eles são caçadores e esse é o Clark, é o mesmo cara que vivia irritando a Bella. Ela me disse que ele era o presidente dos caçadores, e que o odiava, porque era um idiota.

— Fui aproveitar a vida, antes de ter aquela vadia aqui. — Clark diz, com muita raiva na voz, quem será que ele chamou assim? Essa é uma palavra tão feia.

— Conseguiu o que queria? O pó do esquecimento? — Pergunta, abro os olhos e vejo Clark fazer que sim com a cabeça.

Parece ter tanta coisa surpreendente nesse mundo, mas... o que vão fazer com o pó do esquecimento? Será que vão usar em mim?

— Claro, trato é trato e o Pan honra com seus acordos. — Clark fala com animação. — Quando eu pegar a Bella, ela vai se arrepender de ter me rejeitado tantas vezes. — Me concentro para eles não perceberem minha respiração acelerada, mas é impossível.

Breeze - Uma sereia em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora