Capítulo 22 - Goodbye friends

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1 mês depois…

O céu estava carregado de nuvens porém não havia previsão de chuva. Parecia que tudo estava em peso, o céu cinza, sem vida, correspondia ao que alguns sentiam ali no aeroporto.

Louisa: Você tem certeza do que está fazendo? - Perguntou com os olhos marejados. Anahí assentiu. - Eu vou sentir sua falta, prima.

Anahí: Eu também. Juro que irei. Farei todo o possível para vir e sempre ter contato com vocês. - Abraçou a prima que já chorava. Ela já havia chorado mais cedo, Anahí e Louisa eram como irmãs, mesmo tendo tido pouco tempo juntas. Ambas choravam novamente, com os olhos vermelhos.

Thomas: Irei sentir sua falta, pequena. - Abraçou Anahí. Ele não se admitira chorar na frente de ninguém apesar que a prima escutara exatamente o contrário na noite passada.

Anahí o abraçou guardando o abraço de seu primo na mente. Era um abraço reconfortante.

A chamada do vôo de Anahí e Antonello chamou novamente pela segunda vez.

Havia poucas pessoas, mas podia se sentir que a saudade antecipada já era enorme.

Ainda faltava Julie, Maite e Ian. O último, ficou sabendo por Maite já que tinha um carinho especial por Anahí, então não deixou de se despedir dela. Ele não sabia de sua gravidez, sabia apenas que ela viajaria porque apareceram “propostas” segundo a amiga.

Julie: Querida, me desculpe por ser tão rude com você. Você é mais madura do que todos aqui e eu já lhe julguei mal, e não te apoiei. Me perdoe por isso. - Anahí negou com a cabeça, sorrindo porém lágrimas caiam de seu rosto sem permissão. - Eu tenho certeza que você será uma ótima mãe. - Falou no ouvido da sobrinha, para que apenas ela escutasse. Anahí sorriu ainda mais. Eram coisas que ela gostava de ouvir. Sorte foi que sua tia falara aquilo em seu ouvido, Ian não poderia saber. - Eu amo você, você é como minha filha, não duvide disso. Qualquer coisa, volte. Aqui sempre será sua casa. - Elas se abraçaram novamente. Era o primeiro contato íntimo que tinham desde a discussão. Depois daquela noite, elas vinham conversando, mas nenhuma admitia que deviam deviam desculpas uma à outra.

Ian: Vem aqui. - Abriu os braços e Anahí se aconchegou ali. Ele beijou seus cabelos e se deram um forte abraço. - Estamos aqui por você, ok? - Anahí assentiu sorrindo. Ele murmurou coisas em seu ouvido, e a soltou.

Maite: Oh, Deus. - Maite abraçou Anahí. As duas já haviam se despedindo há semanas e passaram quase o tempo todo juntas desde então para aproveitarem o pouco tempo que lhes restava. - Eu vou sentir muito a sua falta, você não tem nem ideia.

Anahí: Eu também Mai. Se cuide, e venha me visitar logo viu?! - Apontou um dedo em ameaça. As duas riram com os olhos marejados e se abraçaram novamente.

Maite: Sei que você já está atrasada, mas eu preciso te dizer algo. - Começou, respirando fundo.- Anahí, você chegou na minha vida de uma forma diferente de todos. Você não forçou uma amizade, você foi natural comigo sempre, e com tão pouco tempo, eu consigo te chamar de irmã, pois é isso que você é para mim. Eu sei que talvez você não irá me escutar, mas mesmo assim, Anahí, não deixe que se vá esse coração tão lindo que tem dentro de você. Eu sei que nesse curto tempo, você mudou e muito, mas não deixe que sua essência se vá por coisas ruins que aconteceram. - Resumiu tudo o que queria falar.- Eu amo você. - Finalizou com a voz embargada.

Anahí: Obrigada Mai por ser a melhor amiga, e por sempre estar comigo. Você sabe que estamos juntas em qualquer coisa, sim? Eu também amo você. - Deram um último abraço rápido, pois já haviam anunciado a última chamado do vôo.

Antonello: É hora de ir. - Avisou. Todos se despediram de Antonello não tanto calorosos como Anahí mas se sentiam na obrigação de serem simpáticos com o homem que acolhera tão bem Anahi.

Estavam todos envolvidos com aquele momento, então ninguém viu um suposto homem ali, de boné, observando tudo a uma certa distância. Ninguém viu que o homem, estava chorando por dentro tanto quanto aqueles que choravam por fora. Ninguém viu ele ir, sentindo seu coração pesar, ninguém viu ele respirar fundo para que fosse forte e a deixasse partir em paz. Pensou por minutos se não deveria sair dali, atrás de uma parede para se despedir dela.
Infelizmente ou felizmente, ele decidiu que o melhor, era permanecer calado. Deixá-la ir era a melhor opção. Ele sabia que ainda fazia um efeito nela e sabia que assim que aparecesse, não haveria de sair boa coisa daquele encontro. Anahí vinha tentando esquecê-lo, Ian já o havia dito isso inúmeras vezes, isso lhe machucava diariamente. Mesmo sabendo que ele havia errado em tudo com ela, e mesmo sentindo-se mais arrependido do que nunca, ele não a impediria de buscar outros caminhos. A única coisa que ele queria agora, era ver que agora ela sorria. Mesmo que não fosse ele que causasse aquele sorriso. Porque afinal, a última coisa que ele lhe causou foram lágrimas. Não queria causa-las agora. Por fim, foi-se embora, e decidiu, que assim como ela, ele iria retomar sua vida, e tomar rumo dela, mesmo que quem lhe desse seu sentido de viver, estava voando para longe dele. Tarde demais para perceber isso.

Assim que entraram no avião, Anahí respirou fundo. Ela teria que ser forte. Primeiro, por ela mesma. E segundo, por alguém que ela já amava tanto, estar ali em seu ventre.

Foi passada algumas instruções, mas a decolagem foi rápida. Antonello trocou breves palavras com Anahí mas ele mesmo já estava com sono por não ter dormido bem noite passada arrumando suas poucas malas, já que maioria de suas coisas estavam na Itália.

Muita coisa se passava pela cabeça de Anahí agora. Entre elas, o casamento com Antonello. Seria algo apenas no civil, sem parentes nem ninguém na Itália. Ela não podia mentir que tinha medo de tudo aquilo. Apesar de Antonello ser seu melhor amigo, iria também ser seu marido, mesmo que ela soubesse que seria apenas para que a imagem dela e de seu filho fosse preservada. Aquela palavra era forte demais para ela. Marido. Ela também tinha medo se saberia ser uma boa mãe, se saberia viver sem as habituais pessoas que convivia, se saberia tomar o rumo que sua vida tomava agora.

Ela pensava também em seu filho, em como lhe explicaria no futuro, sobre tudo aquilo. Em como lhe diria sobre seu pai. Ela não concordaria em dizer que Antonello era seu pai, até porque não daria muito certo.

Várias coisas iam e vinham em sua mente, ela estava agitada, verdade era.

E ela não parava de pensar em.. Alfonso. Como ela viveria sem ver seu sorriso, o modo como gesticulava, como viveria sem seu beijo,como viveria sem seu abraço que lhe aconchegava. Se lembrou de quando fizeram um passeio no parque e eles deitaram na grama, rindo. Se lembrou que sua primeira vez fora com ele.Todas essas lembranças foram apagadas ao perceber o rumo que aquilo estava tomando. Ela iria acabar em lágrimas novamente.  Todas suas inseguranças foram perdidas com ele, mas depois dos fatos recentes, ele a fizera tomar novos medos.

Ela não iria se permitir lembrar dele. Não mais. Ela viveria sem se recordar de nada que remetesse à ele. Ela precisava disso.

Aquela viagem não era apenas por seu filho, por não ter condições, nem nada disso.
Ela ficou dias pensando que talvez conseguiria mantê-lo quando tivesse arrumado algum emprego, e faria com que seus gastos fossem mantidos.

Mas ela precisava de outra vida. Ela precisava estar a kilometros de distância dele. Ela precisava retomar tudo, e erguer forças sabe-se lá de onde. O coração ainda doía, a mente não colaborava em esquecer as lembranças, e ela já chorava ali, sozinha. Ela não aceitaria mais sofrer por ninguém quem fosse pois ela sabia que não suportaria a dor novamente. Ela fecharia seu coração para tudo e todos, não se permitindo abrir nunca mais.
Pois quando se machuca o coração uma vez, se quebra ele em mil pedaços, as feridas custam a se curar. Ou talvez, dessas feridas, venham algumas cicatrizes.
Essas cicatrizes, são difíceis de esquecer.
São difíceis de apagá-las, são parte de você por toda vida.
São essas cicatrizes, que fazem nossa vida ter mais intensidade.





Intensity - 1° Fase

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