Capítulo 26 - There is no one else

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Anahí: O que...? Do que você está falando? - Perguntou atônita.

Antonello: Eu estou com câncer. - Repetiu. Ele precisava falar aquilo em voz alta para acreditar.

Anahí: Como assim? Quando, onde...- Ela respirou fundo se acalmando. - Como você descobriu?

Antonello: Eu vinha me sentindo mal. Não estava com fome, perdia peso... Todas as vezes que eu te justificava algo.. Não era verdade. - Enquanto ele tentava se manter calmo, ela o olhava exasperada.

Anahí: É que câncer? Tem cura? - Cruzou os braços já que não parava de se mexer de nervosismo.

Antonello: Não... - Ele viu ela fraquejar- Esse câncer ele se propaga muito rápido, foi depois de muito tempo que percebi, e já estava tomado pelo meu corpo. - Explicou.

Anahí: É qual câncer, Antonello? - Pediu, nervosa.

Antonello: Fígado. Não há como reverter. Já se espalhou por alguns órgãos... Eu deveria estar no hospital agora. - Anahí gemeu e ele ficou quieto, observando-a.

Anahí: Há alguma maneira, tem que haver. O que fazemos então? - Perguntou, os olhos marejados.

Antonello: Eu consultei alguns médicos, e me disseram que há o método da cirurgia. Porém, está num estágio muito avançado e se alastrou, então as chances são pequenas. Se eu fizer a cirurgia, poderão haver complicações na hora já que os outros órgãos estão comprometidos. - Comunicou.

Anahí: E se fizermos transplante? - Perguntou, insistindo em qualquer coisa.

Antonello: Anahí... Não é assim. Isso não acontece e além do mais, o corpo pode acabar rejeitando. - Ele percebeu que ela não aceitava.

Anahí: Mas o que fazemos então Antonello? - Pediu novamente.

Antonello: O médico me disse que eu tenho pouco menos de 3 anos por conta que eu descobri tarde. Eu tentarei fazer tratamentos para prolongar, mas... - Ele deu de ombros, sem o que dizer. Ela suspirou.

A conversa prosseguiu. Todas as formas, tudo o que passava na cabeça de Anahí, ela tentava. Mesmo que tudo, ele já tivesse uma resposta. Restava aceitar e aproveitar o pouco tempo que tinham juntos.










Dois anos haviam se passado. O tempo parecia estar passando muito mais rápido do que era imaginado. Nesse período, foram os anos mais desgastantes da vida de Antonello e Anahí. Ele vivia praticamente no hospital, fazendo tratamentos, ou às vezes, tendo que recorrer de emergência pois passava muito mal. Anahí ficava o tempo que podia, mas ela tinha Nicholas. O menino sentiria sua falta, e não podia ficar o dia todo sem ela. Ela não o levava no hospital porque ele poderia acabar pegando doenças e não era recomendado por ele ser pequeno.

Ela também havia se formado. Um pouco tarde pois acabava não tendo as aulas por ficar grande parte do tempo com Antonello mas ela já tinha seu certificado de conclusão. Ela estava feliz com isso, mas sua felicidade se esvaziava quando via Antonello pálido na cama, sem vida, com febres, e dores.

Sua vida era um tumulto só. E ela estava cansada, não aguentava mais sentir o que sentia. Aquele aperto de saber que a qualquer momento ele não estaria mais lá. Nicholas também sentia falta de seu 'nonno' e pedia para que a mãe o levasse com ela, mas nunca tinha sua autorização.

Nicholas: Mamãe. - Chamou. Estava fofo num conjunto moletom azul.

Anahí: Diga, bebê. - Sorriu, vendo o filho tão idêntico à si puxando seu sobretudo, chamando-a.

Nicholas: Eu quero ver o nonno. Ele não vem mais? - Perguntou com as mãozinhas juntas.

Anahí: Agora não. Ele está doentinho, e tem que recuperar no hospital. - Disse sem mostrar o sorriso de antes.

Intensity - 1° Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora